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O presidente do Santos, José Carlos Peres, entrou com ação na Justiça com o objetivo de cancelar a votação que pode retirá-lo do comando do clube. A sessão, voltada aos sócios, está marcada para o próximo sábado, 29 de setembro, mas Peres e um conselheiro tentam suspendê-la. Ainda não há uma decisão sobre o pedido de Peres.
Em outra ação, um conselheiro pede anulação da decisão do Conselho Deliberativo, em 10 de setembro, de dar prosseguimento ao processo, passando a decisão final aos associados. Segundo a "Gazeta Esportiva", este pedido do conselheiro foi atendido.
Peres se manifestou sobre a situação na manhã desta terça-feira.
– Isso foi um conselheiro do clube, revoltado com o dia da assembleia, totalmente equivocada, que diz que para haver o impedimento tem de ter 2/3 dos presentes. Houve interpretação errada, pressão no presidente do Conselho Deliberativo. A comissão chegou a uma decisão equivocada que tinham de ser os votantes, no qual eles ferem o estatuto. Foi com base nisso que o conselheiro entrou. Não sabia que ele tinha entrado. O juiz deferiu o pedido e entendeu que houve o equívoco. Dentre os presentes, não houve os 2/3 – disse Peres.
No último dia 10, o Conselho Deliberativo do Santos aprovou o prosseguimento do processo, passando a decisão para os sócios. Na ocasião, o mandatário santista avisou que buscaria a Justiça.
São dois os processos de impeachment em andamento no Santos. Em um deles, Peres é acusado de ser sócio em uma empresa de agenciamento de jogadores, o que é proibido pelo estatuto. Este parecer foi aprovado por 164 conselheiros, e 72 foram contra – outros dois anularam o voto, e um votou em branco.
Outro processo aponta como irregularidade uma portaria publicada pelo presidente definindo que todas as contratações realizadas pelo Santos deveriam ser determinadas pelo presidente – ignorando o Comitê de Gestão, principal órgão administrativo do clube. O presidente do Conselho, Marcelo Teixeira, anunciou a aprovação deste parecer por 165 votos a favor e 74 contra. Mas a decisão foi contestada pela defesa de Peres, sob o argumento de que membros da CIS (Comissão de Inquérito e Sindicância), o órgão que produziu os relatórios, não poderiam ter votado.
A votação do impechment estava marcada para a Vila Belmiro, com participação dos sócios do clube. Se mais de 50% votassem pelo afastamento, Peres deixaria o cargo e seria substituído pelo vice, Orlando Rollo, seu desafeto.