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Rebaixada à Série C após derrota para o Oeste por 3 a 0, na última terça-feira, a Lusa, que, até o momento, tem a segunda pior campanha da história da Série B na era dos pontos corridos, não vê outra saída para sanar os seus problemas financeiros senão vender o terreno do Canindé. Quem confirma a informação é o presidente rubro-verde, Ilídio Lico.
Em entrevista exclusiva ao Portal da Band, o dirigente declarou que pode acontecer uma parceria para ceder tradicional estádio de São Paulo
“Muito se fala, mas não tem nada de vender. O que pode acontecer é uma parceria com alguma construtora que faça prédios no local do Canindé e dê para o clube uma arena e um hotel", disse.
O mandatário rubro-verde ressaltou o espaço do local onde está o Canindé.
“Temos 100 mil m² no Canindé. Poderíamos fazer uma arena em 60, 70, mil metros, e no outros trinta alguns prédios comerciais. Mas não tem nada certo. Isso tudo é uma especulação, uma ideia”, afirmou.
Problemas financeiros sem fim
Após o bom momento em 2011, quando conquistou o título da segunda divisão, a Portuguesa amargou o rebaixamento no Campeonato Paulista no ano seguinte, mas conseguiu a permanência na Série A sob o comando do técnico Geninho. Na última temporada, conquistou o acesso à elite do estadual, mas, depois do ‘Caso Héverton’, foi parar na Série B do nacional.
Desde então, problemas e mais problemas foram tomando conta dos bastidores do Canindé. Dívidas trabalhistas, atraso de salários e até mesmo greve de funcionários ocorreram. O goleiro Rafael Santos, inclusive, deu a entender que existem alguns problemas internos no clube.
“A gente trabalha bastante e não falta dedicação, mas são tantas coisas erradas que acabam nos atrapalhando. Temos família e estamos passando por uma coisa que não tem explicação", declarou.
"Trabalhei um mês e três dias e nada de pagamento", salientou Benazzi, um dos seis treinadores que dirigiram o clube na Série B. Além dele, Guto Ferreira, Argel Fucks, Marcelo Veiga, Silas e José Augusto comandaram a Lusa.
Insatisfação mútua
O descontentamento com a situação do clube é geral, e vai desde os funcionários da parte social até os jogadores. Um trabalhador, que não quis ser identificado, não poupou críticas à atual diretoria.
“A gestão do Da Lupa era muito melhor, mesmo com todas as dificuldades. Antes tinha organização. Agora, o presidente só faz troca de favores. Coloca alguém no cargo só por amizade. Tem muita coisa errada. O clube está à deriva. Nível de corrupção”, declarou.
“O Lico coloca pessoas despreparadas no cargo, sem competência, amadores. Tivemos a greve semana passada. Com o da Lupa poderia atrasar, mas não tanto como agora”, complementou.
Para ele, mudanças precisam ser feitas para a Portuguesa dar a volta por cima.
“Precisa mudar algo. Alguém tem de fazer alguma coisa. Essa diretoria precisa sair porque está uma bagunça”.
Enquanto a Lusa cai...
Pivô do rebaixamento da Portuguesa à Série B do Campeonato Brasileiro no último ano, o meio-campista Héverton fez o caminho inverso ao do clube do Canindé nesta temporada. Ele conquistou o acesso à segunda divisão com a camisa do Paysandu, enquanto a Rubro-Verde caiu para a Série C.
Ciente da situação da Lusa, o jogador pede uma mudança de postura para o clube retomar os bons momentos.
“Muita coisa precisa ser mudada. A Portuguesa viveu um bom momento quando teve o acesso à Série A (em 2011), mas dali em diante tiveram coisas que ocasionaram na situação do rebaixamento”, falou.