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Depois de Jaqueline Mourão competir nesta quinta, um outro brasileiro estreou nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 nesta sexta-feira. Pelo esqui cross country, Victor Santos, de 21 anos, disputou a modalidade na categoria 15km masculino e alcançou o 110º lugar, com um tempo de 47m09s9. O grande vencedor da prova, no entanto, foi o suíço Dario Cologna, completando o percurso em 33m43s9. Além do brasileiro, o folclórico Pita Taufatofua, o besuntado de Tonga, também competiu e terminou em 114º, com 56m41s1, diferentemente da última posição, como havia cogitado.
Em um rápido contato com a reportagem do GloboEsporte.com após o fim da prova, Victor se mostrou satisfeito com seu desemprenho. Ele relatou que sentiu cansaço ao longo do trajeto, teve alguns incômodos durante o percurso, mas realizou seu sonho de estar nos Jogos Olímpicos da Coreia do Sul.
Como na modalidade cada atleta larga sozinho, Victor foi o 105º a sair do grid, por volta das 4h55 (de Brasília) – quase uma hora depois do início da prova. No primeiro trecho, na parcial do primeiro quilometro e meio, o brasileiro passou com quase 1min30 a mais que o líder da competição. Durante boa parte do trajeto, o jovem de 21 anos alternou entre os tempos entre a 110ª e a 112ª posições.
Tricampeão da prova, Cologna confirmou seu favoritismo na prova e conquistou o ouro. A diferença dele para o segundo colocado, o norueguês Simen Hegstad Krueger, foi de mais de 18 segundos. Completou o pódio, Denis Spitsov, dos Atletas Olímpicos da Rússia. Após o título olímpico, o suíço caiu em lágrimas.
Filho de pedreiro e de uma dona de casa, Victor driblou todas as dificuldades e com auxílio do projeto "Esqui na Rua", que o amparou ainda quando adolescente, irá estrear em uma Olimpíada de Inverno. Ele é o grande nome de um projeto iniciado pelo ex-esquiador brasileiro Leandro Ribela, que representou o país em Vancouver 2010 e Sochi 2014.
Ele começou no projeto quando um dos seus sete irmãos o convidou. Aos poucos mostrou habilidade e resolveu deixar o futebol e o atletismo para trás. Em 2014, pisou pela primeira vez na neve para se adaptar ainda mais ao esporte. Antes de ingressar no esporte, garoto que foi flanelinha e vendeu água no sinal.