Geral
14/01/2013 09:00:00
Índios pedem audiência ao governador do Rio para tentar impedir demolição de antigo museu
A desocupação para demolição do prédio ocorrerá assim que governo tiver um mandado judicial.
Agência Brasil/LD
\n \n Em\n um derradeiro apelo contra a desocupação do prédio do antigo Museu do Índio, no\n entorno do Estádio Jornalista Mario Filho, o Maracanã, na zona norte do Rio, o\n grupo de índios que vive no local pede uma audiência com o governador Sérgio\n Cabral. A desocupação para demolição do prédio ocorrerá assim que governo tiver\n um mandado judicial.\n \n Segundo\n o cacique Carlos Tukano, líder de um grupo de 20 índios de 14 etnias que desde\n 2006 vive na chamada Aldeia Maracanã, o local tem importância histórica por\n simbolizar a luta por terra e por difundir a cultura indígena. Para ele, a vida\n dos índios vem sendo destruída desde o descobrimento do Brasil e compara o\n governador Sérgio Cabral ao navegador Pedro Álvares Cabral.\n \n Estão\n acabando de enterrar nossa cultura, que já vem sofrendo desde que o primeiro\n Cabral chegou. O último Cabral [referindo-se ao governador do Rio], nbsp;vai\n enterrar tudo agora, disse ao programa Tema\n Livre, da Rádio\n Nacional do Rio de Janeiro. Queremos conversar para a gente se\n entender. nbsp;Não estamos com pires na mão pedindo esmola, queremos nossos\n direitos, completou.\n \n De\n acordo com os índios que participaram do programa, acompanhados da advogada\n Valéria Pires de Lima, desde 6 de dezembro passado foi protocolado um pedido de\n audiência com o governador, que até hoje não se pronunciou. No encontro que\n insistem em ter, o objetivo é mostrar que onbsp;museu, em ruínas, pode ser\n restaurado e servir de atrativo turístico no entorno do estádio.\n \n A\n demolição do prédio, que não é tombado, no entanto, está prevista na reforma do\n Maracanã e é parte importante na questão da mobilidade, segundo diz o governo\n do Rio, em nota divulgada ontem (13).nbsp; A previsão é cadastrar todos os\n moradores e removê-los antes de derrubar o prédio.\n \n Os\n índios, por outro lado, informam que nenhuma instituição do governo estadual\n foi oficialmente ao local cadastrá-los e temem uma desocupação às pressas. No\n sábado pela manhã, o Batalhão de Choque da Polícia Militar esteve no local e só\n desmontou o cerco nbsp;à noite.\n \n Em\n protestos, dezenas de pessoas se juntaram aos índios, entre elas, o deputado\n estadual Marcelo Freixo (PSOL) e dois funcionários do consórcio que faz a\n reforma do Maracanã e que foram demitidos, segundo os índios. Depois de pular o\n muro para entrar, muitos permanecem no local.\n \n Construído\n há 147 anos, o prédio do antigo Museu do Índio abrigou a sede do Serviço de\n Proteção ao Índio, antecessor da atual Fundação Nacional do Índio (Funai). De\n 1953 a 1977, o museu, criado pelo antropólogo Darcy Ribeiro, funcionou no local\n até ser transferido para outro bairro.\n \n Procurado\n pela Agência Brasil, o consórcio\n responsável pela obra do Maracanã, do qual faz parte a Odebrecht, confirmou em\n nota a demissão dos funcionários que apoiaram os índios. Segundo o consórcio,\n os trabalhadores foram desligados por evadir os postos de trabalho durante\n expediente sem prévia comunicação e infringir as normas de segurança do\n trabalho ao pular o muro.nbsp;\n \n \n \n \n