VERSÃO DE IMPRESSÃO
Geral
06/11/2012 09:00:00
Abstenção do Enem custa R$ 90,4 milhões ao governo
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012 teve um índice de abstenção de 27,9%, muito superior ao de vestibulares tradicionais, em que a taxa não costuma passar de 9%.

Veja/LD

\n \n O\n Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012 teve um índice de abstenção de\n 27,9%, muito superior ao de vestibulares tradicionais, em que a taxa não\n costuma passar de 9%. O custo com os faltosos foi de 90,4 milhões de reais aos\n cofres públicos. O índice, similar ao de edições passadas da prova, levou o\n Ministério da Educação (MEC) a pensar em formas de tentar reduzir o número de\n candidatos que se inscrevem, mas faltam à prova.
\n
\n O estudo foi um pedido pessoal do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ao\n professor Luiz Cláudio Costa, presidente do Instituto Nacional de Estudos e\n Pesquisas Educacionais (Inep), órgão que organiza o Enem. A análise deve ficar\n pronta em 20 dias. "O ministro atentou para esse problema e já estamos\n produzindo o estudo. Tenho convicção de que é possível construir uma política\n para reduzir esses índices", disse Costa.\n \n O\n órgão quer entender exatamente o perfil dos faltosos, cujo número chegou a 1,6\n milhão no exame do fim de semana passado. O Inep quer identificar se existe\n variação da abstenção por região e idade e também se há predominância dos\n candidatos isentos ou treineiros. Neste ano, 70% dos 5,7 milhões de inscritos\n não pagaram a taxa de inscrição. São alunos de escola pública ou que pediram\n isenção por carência.\n \n O\n custo por aluno neste Enem foi de 55,98 reais, um aumento de 8 reais em relação\n ao ano passado. tendo em vista que 30% dos candidatos pagaram uma taxa de 35\n reais, o custo final por estudante ficou em 46 reais. Esse gasto tem sido\n crescente a cada ano e a taxa de abstenção se mantém estável. Em 2011, a média\n de faltas foi de 26,4% e, em 2010, de 28%.\n \n Apesar\n dos altos índices registrados nos anos anteriores, o Inep nunca fez um estudo\n para entender os motivos da abstenção. "Vamos fazer agora o recorte,\n levando em conta os dados deste ano e dos anteriores, para mostrar ao ministro\n o que aconteceu em cada edição", disse o presidente do Inep.\n \n Perfil dos faltosos\n \n A\n impressão que corre no MEC é de que a alta taxa não é culpa apenas dos que não\n pagam pelo exame. Haveria também um porcentual representativo de faltosos entre\n aqueles que pagam o valor da inscrição. A taxa real da prova seria de 45 reais.\n Portanto, quem paga 35 reais e falta também acarreta custos ao governo já que,\n segundo o MEC, obteve um subsídio de 10 reais.nbsp;\n \n O\n MEC arrecadou 66 milhões de reais com as taxas de inscrição neste ano. Com\n isso, o gasto do governo com a organização desta edição foi de 262 milhões\n reais. O valor refere-se às questões de logística, segurança, impressão,\n aplicação e correção da prova.\n \n De\n acordo com especialistas, o modelo híbrido da prova também pode favorecer o\n número de faltas. O Enem nasceu em 1998 como ferramenta nacional de avaliação\n do ensino médio. A partir de 2009, foi reformulado e se tornou o maior\n vestibular do país - já adotado pela maioria das universidade federais (confira\n como as instituições utilizam a nota do Enem). Além disso, a nota é usada como\n critério para a concessão de bolsas do Programa Universidade para Todos\n (ProUni) e financiamento estudantil. Ainda é usado para certificação do ensino\n médio para jovens e adultos.\n \n Para\n o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Cipriano Luckesi, ainda\n existe muita confusão em torno do exame. "A população em geral ainda não\n assimilou com clareza a verdadeira função do Enem", afirmou ele, que é\n especialista em avaliação. "Acho que o MEC precisa se esforçar para\n esclarecer que o Enem é recurso de seleção. Mas ainda é importante que ele\n continue sendo uma ferramenta para avaliar o ensino médio."\n \n Mercadante\n já disse neste ano que o MEC estuda tornar o Enem obrigatório para os\n concluintes do ensino médio. A medida significaria a substituição da Prova\n Brasil pelo exame. Hoje, a Prova avalia os concluintes dessa fase por\n amostragem. Para alcançar todos os concluintes, haveria aumento de 300.000\n estudantes no Enem, implicando em custo adicional de 17 milhões de reais.\n \n \n \n \n