Geral
09/12/2013 08:47:55
Desorganização prejudica mais o SUS do que falta de verba
O Banco Mundial reforça isso: mais da metade dos gastos com saúde no País se concentra no setor privado, e o gasto público (3,8% do PIB) está abaixo da média de nações em desenvolvimento.
Terra/LD
Um relatório elaborado pelo Banco Mundial, divulgado pelo jornal Folha de S.\n Paulo nesta segunda-feira, aponta que os problemas de acesso e cuidados\n especializados no Sistema Único de Saúde (SUS) têm mais a ver com\n desorganização e ineficiência do que com falta de dinheiro. Especialistas\n costumam citar a tese de que o subfinanciamento é um dos principais\n responsáveis pelas deficiências do sistema. O Banco Mundial reforça isso: mais\n da metade dos gastos com saúde no País se concentra no setor privado, e o gasto\n público (3,8% do PIB) está abaixo da média de nações em desenvolvimento.\n \n O relatório, porém, afirma que é possível fazer mais e melhor com o mesmo\n orçamento. "Diversas experiências têm demonstrado que o aumento de\n recursos investidos na saúde, sem que se observe a racionalização de seu uso,\n pode não gerar impacto significativo na saúde da população", diz Magnus\n Lindelow, líder de desenvolvimento humano do banco no Brasil.\n \n Um exemplo citado no relatório é a baixa eficiência da rede hospitalar. Estudos\n mostram que os hospitais poderiam ter uma produção três vezes superior à atual,\n com o mesmo nível de insumos. Mais da metade dos hospitais brasileiros (65%)\n são pequenas unidades, com menos de 50 leitos (a literatura internacional\n aponta que, para ser eficiente, é preciso ter acima de cem leitos).\n \n Nessas instituições, leitos e salas cirúrgicas estão subutilizados (com taxa\n média de ocupação de 45%, enquanto a média internacional é de 70% a 75%). As\n salas de cirurgias estão desocupadas em 85% do tempo. Ao mesmo tempo, os poucos\n grandes hospitais de referência estão superlotados. Além disso, dois estudos\n citados pelo Banco Mundial estimam que em 30% das internações no Brasil os\n pacientes poderiam ter sido atendidos em ambulatórios por se enquadrarem em emergências\n "de baixo risco".
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