\n \n Oitenta\n por cento dos médicos selecionados pelo Governo Federal\n vão ganhar o primeiro salário sem trabalhar. Para\n o governo, o problema é a demora dos conselhos de medicina em liberar as\n licenças.\n \n Os\n médicos estão prontos para o trabalho, mas sem registro provisório eles não têm\n alternativa a não ser esperar. E a previsão é que sejam gastos este mês quase\n R$ 7 milhões para pagar os salários de todos os médicos estrangeiros\n selecionados: o pequeno grupo que já está trabalhando e a maioria que aguarda a\n autorização.\n \n A\n Advocacia Geral da União quer que o Ministério Público\n Federal investigue os conselhos regionais de medicina. Argumenta que\n alguns deles se recusam ou criam dificuldades para dar o registro provisório\n aos profissionais formados no exterior que participam do programa Mais Médicos.\n \n “Mesmo\n após a recomendação do Conselho Federal de Medicina para que os conselhos\n regionais expedissem os registros, os conselhos ainda estão resistindo e mantém\n exigências que não estão previstas na medida provisória 621”, declara Paulo\n Kuhn, procurador-geral da União.\n \n Dos\n 644 registros solicitados, 122 foram entregues até agora e permitem o início\n dos trabalhos de médicos estrangeiros em oito estados.\n \n O\n Ministério da Saúde diz que houve atraso na\n emissão de 202 registros, que deveriam ter sido concedidos até a última\n terça-feira (24).\n \n A\n demora na liberação dos registros provisórios pode começar a gerar um prejuízo\n aos cofres públicos. Isso porque todos os estrangeiros do programa, incluindo\n os que ainda não começaram a trabalhar, terão direito a receber salários agora,\n no começo de outubro.\n \n Segundo\n o governo, cada profissional do programa vai custar R$ 10 mil por mês. São 681\n médicos estrangeiros selecionados. A estimativa é de que sejam gastos R$ 6,8\n milhões para pagar os salários relativos a este mês. Quinhentos e cinquenta e\n nove médicos formados no exterior vão receber sem ter começado a atender a\n população.\n \n Mesmo\n sem registro, os médicos estrangeiros estão nos postos de saúde. Fazem\n pesquisas sobre as doenças mais comuns das regiões onde vão atuar.\n \n Outro\n problema que o programa enfrenta é a baixa adesão dos médicos brasileiros. As\n prefeituras pediram 15.500 mil profissionais. Número longe de ser atendido.\n \n O\n Conselho de Medicina disse que a demora na análise para emissão dos registros\n provisórios é em parte culpa do governo. Segundo o conselho, o decreto que\n regulamenta o Mais Médicos prevê, por exemplo, que os diplomas estejam\n legalizados com carimbo dos consulados. E muitos diplomas foram entregues sem\n esse carimbo, atrasando o processo.\n \n E\n mais de 300 pedidos de inscrição ainda estão dentro do prazo de análise de 15\n dias, dado pelo governo.\n \n \n \n \n