Os índios da\n etnia Guarani Ñandeva exigiram da Presidência da República e do Ministério da\n Justiça que suspenda a reintegração de posse das 14 propriedades rurais que\n incidem sobre a terra indígena de Yvu Katu, no município de Japorã, distante\n 494 quilômetros de Campo Grande. O apelo foi feito por meio de carta aberta\n divulgada nesta quarta-feira (18) e assinada pelas lideranças da Yvy Katu e o\n Conselho do Aty Guasu.\n \n Além da\n suspensão, eles exigem que o governo Federal finalize a demarcação de todo a\n terra tradicional. “Enquanto isso, vamos continuar lutando, e banhando a terra\n de sangue, se for necessário”, afirmam.\n \n De acordo com\n as lideranças, a comunidade não ficou satisfeita apenas com a suspensão da\n reintegração de posse da fazenda Chaparral. A decisão, que saiu na terça-feira\n (17), foi do Tribunal Regional Federal da 3º Região, por meio de seu\n presidente, o desembargador Newton De Lucca. No local, ainda estão em\n tramitação o despejo das fazendas Remanso Guasu, São Jorge (antigo Agrolac) e\n outras propriedades menores.\n \n Por conta\n disto, cerca de 500 indígenas ocuparam nesta quarta-feira (18) a ponte que liga\n o município de Japorã ao de Iguatemi, distante 466 quilômetros da Capital.\n “Para nós essas 14 fazendas não existem. Toda essa terra faz parte de um mesmo\n tekoha, um mesmo território, chamado tekoha Yvy Katu”, afirmam.\n \n Os índios\n afirmam que ainda mantêm os rituais religiosos para se protegerem contra\n ameaças. “Nós temos nossa reza e os nossos guerreiros. Estamos esperando os guerreiros\n dos brancos. Estamos prontos para morrer. Demarcação agora é guerra”, declaram.