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Geral
26/12/2012 09:00:00
Último trimestre tem alta de 335% nos casos de violência contra mulher
Dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) referentes a este último trimestre mostram que os casos de violência doméstica cresceram 335% comparado ao mesmo período de 2011.

CGNews/LD

\n \n As\n mulheres estão denunciando mais os casos de violência a que são submetidas.\n Dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) referentes a este\n último trimestre mostram que os casos de violência doméstica cresceram 335%\n comparado ao mesmo período de 2011. De 1º de outubro de 2012 a 21 de dezembro\n deste ano, foram registradas 1.090 ocorrências. Já em 2011, no mesmo espaço de\n tempo, foram 325 registros. A atuação intensa da Delegacia da Mulher resultou\n este ano na prisão recorde em flagrantenbsp;de 350 homens.\n \n Este\n indicador é o único que aumentou na estatística. Nos demais crimes, no mesmo\n período todos os demais delitos caíram: Furto caiu de 3.193 casos para 2.874,\n roubo, de 962 para 663; e homicídios dolosos, de 32 para 28,\n \n O\n secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Vantuir Jacini,\n avalia que os números da violência doméstica registrados este ano, que\n cresceram, refletem nova realidade.nbsp;“As mulheres apanhavam e ficavam\n quietas, aí então, passaram a recorrer e foram adquirindo confiança no sistema,\n e reagindo. Vai chegar o momento que isso vai estagnar”, acredita o secretário.\n \n “Temos\n hoje 12 delegacias da mulher [1 na Capital e 11 nas sedes regionais]. Lá [na\n delegacia], as mulheres que sofrem violência são atendidas por outras mulheres,\n por psicólogos, que não só atendem a ocorrência, mas também dão orientação”,\n diz o secretário.\n \n De\n acordo com a delegada titular da Delegacia da Mulher, Rosely Molina, os\n resultados obtidos mostram que a rede de enfrentamento à violência está\n funcionando muito bem. “E uma somatória de fatores, que envolve também a\n atuação do Ministério Público, que tem sido ágil na formulação da denúncia, e\n também ao Judiciário. Com a criação da 2ª Vara de Violência Doméstica de Campo\n Grande, em novembro,nbsp;ficou mais ágil o processo e o julgamento com a punição\n do agressor”, explicou.\n \n Ação preventiva – O trabalho que a Delegacia da\n Mulhernbsp;realizanbsp;não é só de repressão, mas também de orientação as\n mulheres que procuram a delegacia. As mulheres passaram a denunciar mais,\n porque a Lei Maria da Penha também tem sido mais divulgada em palestras\n realizadas em escolas e associações de bairros, orientando às mulheres quanto a\n seus direitos. "A Delegacia da Mulher tem, também, um setor psicossocial\n que orienta as mulheres. A Subsecretaria da Mulher por meio do centro de atendimento\n tem feito um trabalho muito bom", disse Rosely Molina.\n \n A\n delegada destacou, também, o trabalho feito pela mídia. “Quando temos êxito no\n cumprimento do nosso trabalho e a mídia faz a divulgação destas ações, isso\n serve para inibir outros autores. Mostra que a lei tem eficácia, tem\n aplicabilidade”, diz Rosely Molina.\n \n As\n denúncias podem ser feitas por meio dos telefones (67) 3384-1149 e 3384-2946 da\n Delegacia da Mulher e também pelo 180, que é um número nacional e recebe\n gratuitamente as denúncias, que podem ser anônimas. “Estas denúncias são\n encaminhadas para a Delegacia da Mulher”, explicou a delegada, que comanda uma\n equipe de 25 pessoas. “Quero agradecer a toda a equipe. Temos aqui\n profissionais capacitados que atuam em todas as frentes”, explicou.\n \n Morte dos universitáriosnbsp;- Em relação à\n diminuição dos demais casos de crimes (furto, roubo, homicídio doloso), o\n secretário de Justiça e Segurança Pública, Vantuir Jacini, diz que é o\n resultado de dois binômios: prevenção e repressão. “Toda a vez que a polícia\n esclarece um crime ela está fazendo uma prevenção”, explica. Ele cita o caso\n envolvendo a quadrilha que matou os dois universitários no dia 30 de agosto, e\n que já havia matado um piloto da TAM. “Na época, eu me lembro, chegou a se\n falar na imprensa que os criminosos não eram daqui, que eram de outro estado.\n Na realidade eram da cidade. São coisas que surpreendem”.\n \n Os\n universitários Breno Luigi Silvestrini de Araújo, 18 anos, e Leonardo Batista\n Fernandes, 19, foram assassinados na noite de 30 de agosto deste ano. Eles\n foram sequestrados quando saíam do Bar 21, bairro Miguel Couto, em Campo\n Grande, e foram levados para a saída de Sidrolândia. No local, eles foram\n agredidos e mortos e a quadrilha levou e camionete Pajero dos jovens. Na\n madrugada, o veículonbsp;foi recuperado em Corumbá em uma barreira do DOF\n (Departamento de Operações de Fronteira). Com a prisão dos primeiros\n envolvidos, os corpos foram localizados no dia seguinte na entrada de uma\n tubulação de água pluvial no anel viário que liga as saídas de Aquidauana e\n Rochedo. Segundo a quadrilha, o veículo seria levado para a Bolívia encomendado\n por um homem, que pagaria com cocaína pela Pajero.\n \n Foram\n presos, acusados pelo crime, Rafael da Costa Silva, 22 anos, Weverson Gonçalves\n Feitosa, 22, Raul Andrade Pinho, 18, Edson Natalício de Oliveira Gomes, 22,\n Jonilton Jackson Leite de Almeida, 24, e Dayane Aguirre Clarindo, 24. O\n adolescente de 17 anos, irmão de Rafael, foi julgado no inicio de outubro e\n condenado a três anos de internação pelo crime latrocínio, roubo seguido de\n morte. A primeira audiência foi realizada no dia 17 de dezembro na 3ª Vara\n Criminal, no Fórum de Campo Grande. Além de latrocínio, os outros seis\n respondem por formação de quadrilha, corrupção de menores e crime de roubo\n majorado.\n \n Conforme\n o secretário, o esclarecimento deste caso impediu que os ladrões e assassinos\n ficassem impunes, já que a intenção deles era ir para a Bolívia. “Se fossem\n para a Bolívia, já teriam praticado três homicídios e iriam ficar impunes, e\n provavelmente praticariam um quarto crime, já que estava dando certo. Então, a\n prisão da quadrilha impediu que praticassem outros crimes”.\n \n O\n secretário diz que estas ações da policia, com a solução dos crimes, servem,\n inclusive, de alerta para as demais quadrilhas. “A cada crime que a polícia\n esclarece, tem também o efeito da dissuasão, em meio à bandidagem. Os bandidos\n sabem que a polícia irá investigar e o crime não ficará impune. Isso serve de\n alerta”.\n \n \n \n \n