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Geral
22/04/2013 09:00:00
Advogado de Bola quer que certidão de óbito de Eliza seja excluída do processo
Já o promotor Henry Castro rebateu os questionamentos de Quaresma durante os 45 minutos dados ao Ministério Público.

UOL Notícias/LD

\n \n Ércio Quaresma, advogado de defesa do\n ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, quer impedir que o MPE\n (Ministério Público Estadual) e os assistentes de acusação utilizem como prova\n a certidão de óbito da ex-modelo Eliza Samudio no julgamento do seu cliente,\n que começou nesta segunda-feira (22), no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em\n Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Neste momento, o\n julgamento estã em um intervalo para almoço. \n \n No documento, cuja emissão foi\n determinada pela Justiça mineira em janeiro deste ano, consta o endereço da rua\n Araruama, número 173, bairro Santa Clara, em Vespasiano, região metropolitana\n de Belo Horizonte, e endereço de Bola, como sendo o local da morte da\n ex-modelo. O MPE acusa Bola de ser o executor de Eliza. \n \n A questão colocada pelo advogado do\n ex-policial é que, segundo ele, "não cabem recursos ao documento" e,\n isso, seria prejudicial ao seu cliente. Quaresma entende que a apresentação da\n certidão iria influenciar na decisão dos jurados sobre o caso. Essa foi a\n principal reivindicação da explanação feita pelo advogado durante a fase em que\n são debatidas as denominadas "preliminares", período no qual a defesa\n faz pedidos à magistrada. Em seguida a isso, a juíza constitui o conselho de\n sentença. Ele teve 45 minutos para a sua defesa. \n \n Na certidão de óbito de Eliza Samudio\n ainda está relatado que ela "foi morta por esganadura". "Emprego\n de violência aplicada na forma de asfixia mecânica [esganadura]", consta\n na certidão. \n \n A expedição do documento foi\n determinada pela juíza Marixa Rodrigues, que presidiu os julgamentos de Luiz\n Henrique Romão, o Macarrão, e do goleiro Bruno Fernandes, condenados e\n cumprindo pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região\n metropolitana de Belo Horizonte, pela morte da ex-modelo. \n \n A certidão ainda informa que o horário\n da morte é "ignorado". Sobre o sumiço de Eliza, o corpo nunca foi\n encontrado, o documento diz que "o corpo está insepulto, pois ocultado o\n cadáver".\n \n "Os jurados devem conhecer as\n mazelas do processo. Querem destroçar a plenitude da defesa. A certidão incide\n nos anos ânimos dos jurados. O júri não tem condições de ressuscitar e, assim,\n não pode julgar. O júri é incompetente caso mantida a certidão de óbito",\n afirmou Quaresma. \n \n O advogado José Arteiro, assistente da\n acusação, afirmou, por sua vez, que o documento será utilizado como peça de\n acusação. "Bola não se contentava só em matar. Ele também torturava. É um\n cara muito ruim e mata rindo. Ele está sendo acusado pelo crime com dois\n qualificadores, motivo torpe e sem chance de defesa para a vítima. É óbvio que\n a certidão de óbito será utilizada", disse Arteiro. \n \n Já o promotor Henry Castro rebateu os\n questionamentos de Quaresma durante os 45 minutos dados ao Ministério Público. \n \n "Não merece acolhida [pedido da defesa de\n Bola], pois a emissão de tal documento decorreu da coisa julgada. Em torno da\n condenação proferida ao réu Luiz Henrique Ferreira Romão [em novembro do ano\n passado]. Naquela oportunidade, o conselho de sentença reconheceu, e contra\n isso não se insurgiu a defesa daquele réu, até porque confesso ele [foi], que\n Eliza Silva Samudio foi assassinada por no endereço da rua Araruama, 173 –\n Vespasiano", afirmou.\n \n "Também no julgamento do goleiro Bruno (em\n março deste ano), o júri veio a reconhecer a morte de Eliza em idêntica\n circunstâncias", afirmou Castro. Ele pediu à juíza que não fossem exibidas\n imagens de Bola portando armas para os jurados, depois que o corpo de sentença\n for formado, porque isso poderia "intimidá-los". A juíza Marixa\n Fabiane Lopes Rodrigues ainda não deu sua decisão sobre os pedidos.\n \n \n \n \n