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27/11/2024 11:27:00
Agência prorroga decreto de escassez hídrica na bacia do Rio Paraguai

CGN/LD

A manutenção das condições críticas da Região Hidrográfica do Paraguai fez com que ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) prorrogasse a situação crítica de escassez hídrica para 31 de janeiro. Este ano, o nível do Rio Paraguai chegou a indicar -68 centímetros, menor índice em 124 anos de monitoramento.

A prorrogação foi divulgada pelo titular da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, durante abertura do II Fórum Estadual de Mudanças Climáticas, no Sebrae, em Campo Grande.

“É um período que agora se inicia a chuva e, supostamente, nós não deveríamos, pelo menos no próximo mês, estar discutindo isso, mas nós vamos estar discutindo”, disse Verruck. “Nós não tivemos chuva adequada para a retomada do processo de navegação, isso mostra que a mudança climática está presente no nosso cotidiano”.

Inicialmente, a resolução da ANA que declarou escassez hídrica foi publicada no Diário Oficial da União em maio deste ano, sendo válida até 31 de outubro de 2024.

Agora, com término da vigência, a agência prorrogou, pelo menos, até o fim de janeiro, porém, ainda não foi publicado no Diário da União desta semana.

A Região Hidrográfica Paraguai ocupa 4,3% do território brasileiro, abrangendo parte de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, inclusive, o Pantanal, a maior área úmida contínua do planeta, e se estende por áreas da Bolívia e do Paraguai. Dentre seus principais cursos d’água, destacam-se os rios Paraguai, Taquari, São Lourenço, Cuiabá, Itiquira, Miranda, Aquidauana, Negro, Apa e Jauru.

Em entrevista anterior ao Campo Grande News, Jaime Verruck disse que a Bacia do Rio Paraguai vive a pior seca dos últimos 100 anos e que somente deve voltar à normalidade a partir de 2026.

A situação crítica pode ser verificada pela régua de Ladário, instalada na parte alta da bacia do Rio Paraguai, monitorada pelo 6º Distrito Naval da Marinha. A partir de agosto, o nível começou a cair gradativamente, chegando a -68 centímetros em 15 de setembro. Ele subiu pouco, saindo dos índices negativos apenas a partir de 10 de novembro. Hoje, está em 0,19 centímetros.