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Enquanto a colheita de milho da segunda safra segue adiantada em relação à temporada anterior, a comercialização do cereal no mercado continua lenta. Segundo o Boletim Casa, elaborado a partir de levantamentos do Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), a colheita do grão alcançou 1,1 milhão de hectares, totalizando 49,6% da área total em Mato Grosso do Sul. A porcentagem de área colhida na 2ª safra 2023/2024, encontra-se superior 40,9 pontos percentuais em relação à 2ª safra 2022/2023, para a data de 19 de julho.
Ainda segundo o boletim, a colheita está mais avançada na região norte do Estado, com uma média de 55,2%. Na região sul, a média é de 51,7%, enquanto na região centro é de 39,6%. A estimativa é que a safra seja 5,82% menor em relação ao ciclo passado (2022/2023), atingindo a área de 2,218 milhões de hectares. A produção é estimada em 11,485 milhões de toneladas, uma queda de 19,23%, e a produtividade é prevista em 86,3 sacas por hectare, uma retração de 14,25%.
Até a data de 22 de julho, segundo levantamento realizado pela Granos Corretora, o MS já havia comercializado 22% do milho 2º safra 2024, que representa redução de 10 pontos percentuais do índice apresentado em igual período de 2023.
De acordo com as cotações disponíveis no site da Granos Corretora, as maiores valorizações no período, ocorreram nos municípios de Sidrolândia e Dourados, com variações na ordem de 11,11% e 4,17%, respectivamente. O valor médio para o período foi de R$ 46,71 a saca, que representou valorização de 18,69% em relação ao valor médio de R$ 39,35/sc no mesmo período de 2023.
Apesar disso, o preço da saca do milho em MS desvalorizou 1,86% entre os dias 08 e 22 de julho, e foi negociada ao valor médio de R$ 47,50 em 22/07/24”, relata o analista de Economia da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja), Mateus Fernandes, em nota distribuída pela assessoria de comunicação da entidade.
“Todas as regiões do Estado estão em pleno desenvolvimento reprodutivo. Nas regiões oeste, centro, norte e nordeste, as condições são majoritariamente boas, variando de 42,6% a 85,5%. As condições regulares nestas regiões variam entre 9,5 e 26,8%, e as condições ruins entre 5,0 e 30,53%. Por outro lado, as regiões sudoeste, sudeste, sul fronteira e sul apresentam condições abaixo do potencial das demais regiões. Nestas áreas, pode-se encontrar lavouras com até 51,9% em condições ruins. As condições regulares variam entre 20% e 47,1%, e as boas condições estão entre 19,1% e 28,1%”, aponta o coordenador técnico da Aprosoja-MS, Gabriel Balta, na mesma nota distribuída pela entidade.
Comércio nacional repete lentidão
Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), consumidores, de modo geral, priorizam o recebimento de milho negociado antecipadamente e/ou adquirem apenas lotes pontuais para o curto prazo – as compras estão reduzidas desde o início de julho. A colheita em Mato Grosso e no Paraná, dois principais estados produtores de segunda safra, já ultrapassa a metade das respectivas áreas.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que, com a produção elevada, o baixo ritmo de negócios e também a demanda internacional enfraquecida, além do déficit nacional de armazenagem, produtores vêm demonstrando maior necessidade de venda, reforçada conforme a colheita avança. Nesse cenário, os preços seguem em queda, ainda segundo levantamento do Cepea.