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Geral
07/11/2024 11:31:00
Após muro cair, presídio de Ponta Porã usa placas de metal para isolar local

CGN/LD

Após queda do muro lateral do Estabelecimento Penal Masculino de Ponta Porã, nesta quarta-feira (6), a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou que está instalando, de forma paliativa, placas de metal para isolamento do presídio enquanto a substituição do muro de alvenaria não acontece. A medida emergencial deve ser concluída até esta sexta-feira (8).

Além do material, a segurança foi redobrada por policiais penais do COPE (Comando de Operações Penitenciárias) e por policiais militares nas proximidades. A pasta acrescentou ainda que a construção de um novo muro já estava programada para iniciar na próxima semana. Na unidade são 474 presos, para oito policiais penais em cada escala de plantão.

“Um técnico da AGEPEN já havia ido a Ponta Porã para avaliar as providências que seriam necessárias para a construção, porém chuvas fortes atingiram a cidade nesta quarta-feira o que acabou culminando na queda”.

Conforme a Agência não houve fuga e ninguém ficou ferido com a queda do muro. Todas as medidas de segurança foram tomadas afirma a Agepen.

"A unidade de Ponta Porã é de segurança média, não permanecendo sob custódia no local presos de maior potencial ofensivo, que são enviados para unidades de Campo Grande ou Dourados, de máxima segurança".

Abandono -O estabelecimento é conhecido como Ricardo Brandão e fica a 313 km de Campo Grande. O Sinsap/MS (Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso do Sul) já vem pedindo a reforma na estrutura desde 2023 e diz que foi uma “tragédia anunciada”.

André Santiago, presidente do sindicato, disse ao Campo Grande News que a instabilidade do muro era relatada nos comunicados internos para a Agepen em todas as inspeções de rotina,

“Levamos essa situação para a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) ontem à tarde, onde o sindicato foi informado que a Agepen tem recursos para reformas, mas o muro caiu hoje. Inclusive, o Ministério Público esteve lá e fez vistorias para apurar a situação”, garantiu André.

O Ricardo Brandão está a poucos quilômetros da fronteira com o Paraguai e os servidores temem o pior.

“É uma irresponsabilidade imensa a falta de atitude perante uma situação gravíssima, numa região de fronteira. Não tem onde colocar 474 presos e precisa de um plano de reforço de segurança urgente. Algo precisa ser feito para garantir a segurança da unidade prisional, dos servidores, evitar fugas e evitar algum tipo de ação externa”, completou.

Imagens enviadas à reportagem mostram que a estrutura estava com muitas rachaduras e sendo segurada por algumas "braçadeiras", fixadas em colunas próximas, mas igualmente danificadas. Com as chuvas dos últimos dias, o muro não resistiu.

Novo presídio -Ainda nesta quarta-feira a Agência ressaltou que está prevista a construção de um novo presídio em Ponta Porã, com 408 vagas.