Geral
12/06/2012 09:00:00
Após uma semana em site, primeiro pretendente vira namorado
Thais Barreto trocou e-mail com um único homem em serviço de namoro. Confira dicas de como encontrar um parceiro em sites de relacionamentos.
G1/PCS
\n \n Thais\n Barreto, de 28 anos, comemora o Dia dos Namorados com um romance que começou em\n apenas um clique. Após uma semana inscrita em um site de relacionamentos, ela\n trocou e-mail com um único homem, que se tornou seu atual namorado. Já Carina\n Monte, de 31 anos, marcou 100 encontros via internet até conhecer seu par\n ideal. Confira histórias e dicas de pessoas que buscaram a cara metade na rede.
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\n Natural de Campinas (SP), Thais mora na Califórnia desde 2003. Em setembro de\n 2011, ela decidiu tentar a sorte na internet, pois já estava cansada de achar\n os homens em bares desinteressantes. Eu estava solteira, mas querendo estar\n num relacionamento. Não tinha interesse pelas pessoas que eu conhecia, conta. Depois\n de ler e descartar diversos currículos em um site de relacionamentos dos EUA,\n Thais encontrou o perfil perfeito. O cara gostava de tudo o que eu gostava e\n era muito engraçado. Ele foi bem genuíno no que escreveu, diferente de outros\n que pareciam estar tentando se vender. Adicionei ele como o meu favorito, e\n ele me mandou um e-mail em\n seguida. Foi o único com quem troquei mensagem, conta.
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\n 100 encontros
\n Porém, Thais acredita que teve sorte. Eu estava inscrita no site há apenas uma\n semana. Tenho amigas que foram a mais de 50 encontros até achar o cara ideal,\n opina. É o caso de Carina Monte, de 31 anos. Paulistana e também moradora da\n Califórnia desde 2003, Carina conta que chegou a ter 100 encontros com homens\n conhecidos nesses serviços. Ela se cadastrou pela primeira vez em 2004, removeu\n seu perfil por um tempo e voltou aos sites em 2009. Houve semanas em que me\n encontrei com três caras. Cheguei a sair com um à tarde e outro à noite em um\n dia. Mas não considero galinhagem porque nunca fico com ninguém no primeiro\n encontro. Minha intenção era achar um namorado, conta Carina, que encontrou\n sua cara metade há seis meses em um desses serviços.
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\n Ela experimentou quatro sites dos EUA porque tinha dificuldade em conhecer\n possíveis namorados devido à diferença cultural. Quando saímos no Brasil,\n temos a noite inteira para conhecer pessoas. Aqui, a festa acaba cedo, conta.\n Com os anos de experiência, Carina acumulou várias dicas sobre os cuidados\n que se deve ter em sites de relacionamentos.
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\n Tem muita gente mal intencionada. A melhor maneira de se proteger é conhecer a\n pessoa antes de se envolver. Quando você não clica com um cara, tem uma\n frustração. Mas o encontro pode ser legal, mesmo que não tenha interesse. Já\n cheguei a sair com pervertido, mas não culpo o site. Não importa como a pessoa\n certa vai entrar na nossa vida. Os sites de relacionamento são apenas uma opção\n para conhecer pessoas, opina.
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\n Preconceito
\n Os namorados de Thais e Carina são americanos e também estavam em busca de uma\n parceira. Elas acreditam que a visão do brasileiro sobre os sites de\n relacionamentos é diferente das pessoas nos EUA. "Aqui, isso é mais normal\n do que eu pensava. Todo mundo conhece alguém que namora ou é casado com uma\n pessoa que encontrou em um site. Já minhas amigas no Brasil acham engraçado eu\n ter conhecido meu namorado on-line, conta Thais. Não conheço ninguém no\n Brasil que tenha perfil em um site de relacionamentos. Quando digo para alguma\n amiga brasileira que estava inscrita em um, a primeira reação é tirar sarro ou\n fazer uma crítica, conta Carina. Para Thais, a segurança nos EUA pode ser um\n dos fatores que leva as pessoas a recorrerem mais ao recurso. De repente, as\n pessoas no Brasil têm medo de sair com um estranho. Aqui, isso não é uma\n preocupação.\n \n O\n preconceito está no fato de as pessoas desconhecerem os serviços, segundo\n Alexandre Daloia, de 42 anos. Morador de São Paulo, Daloia deu uma segunda\n chance aos sites de namoro no Brasil há seis meses. Usei um desses serviços\n durante quase um ano. Acabei arrumando uma namorada fora do site e voltei\n quando terminei meu relacionamento. Agora, estou saindo com uma menina que\n conheci on-line. Por isso, decidimos deixar o serviço novamente, pois pode\n virar namoro, conta.
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\n Primeiros contatos
\n Segundo Daloia, esses serviços reúnem todos os tipos de pessoas, desde aquelas\n que são muito parecidas com você, até outras completamente diferentes e com\n outras propostas. Não é como sair à noite. Dependendo do lugar que você for,\n há uma tendência de encontrar pessoas do mesmo estilo. No site, você fica mais\n no escuro, opina.
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\n Daloia conta que normalmente é a menina quem define como será o primeiro\n contato, que na maioria das vezes é feito pelos serviços de mensagens\n instantâneas, como o MSN. Depois de um tempo conversando pela internet, o\n bate-papo vai para o telefone. Teve uma menina que logo me passou o telefone\n pelo MSN. Conversamos um tempinho e saímos no mesmo dia. Ela tinha o mesmo propósito\n de namorar, mas com uma maior flexibilidade, como ficar com a pessoa de\n primeira, opina Daloia, que diz nunca ter tido um encontro desagradável.
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\n Ele saiu com dez mulheres na sua segunda tentativa em sites de namoro. Agora,\n Daloia está fixo com a mesma garota há um mês. Antes do primeiro encontro, eles\n conversaram pelo MSN e ela passou seu telefone. Conversamos bastante por\n vários dias. Depois de oito ligações e duas semanas de telefonemas, combinamos\n de sair, conta o músico, que a pegou em casa para jantar. Na volta, eles deram\n o primeiro beijo.\n \n Quem\n apresentou os serviços a ele foi uma amiga que hoje está casada com um homem\n que conheceu na internet. Uma dica que ela sempre dá é encontrar o pretendente\n em um café. Se ao chegar lá, ela via que a pessoa não era como dizia ser, saía\n correndo, conta Daloia. Tem mulheres bonitas nesses sites, mas acredito que\n são em torno de 30%.\n \n Mentiras
\n O nível de exigência das pessoas aumenta conforme a idade. Para Cristina\n Celentano, de 55 anos, os mais jovens têm um espírito mais livre dentro desses\n serviços. A experiência em quatro sites de namoro rendeu um livro à socióloga\n de São Paulo, divorciada e mãe de três filhos.\n \n Eu\n não acredito que uma menina de 22 anos está procurando um homem para casar em\n um site de namoro, opina. Tenho amigas mais velhas que não têm mais paciência\n para sair com vários homens. Elas querem alguém que responda a verdade naquilo\n que elas colocaram no site para não perder tempo.\n \n Cristina\n decidiu se aventurar na internet após terminar um namoro de cinco anos. Eu\n estava desiludida com os homens. Depois de dois anos sozinha, entrei nesses\n serviços e encontrei mais 30 pilantras, brinca. Após dois anos e R$ 500 gastos\n nesses serviços, Cristina não encontrou seu par ideal. Ela saiu com 30 homens,\n que classificou no livro Namoro na Rede Será que dá Certo? como mentirosos,\n casados, em cima do muro, estelionatários e impotentes.
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\n Todos os homens com quem eu saí mentiram. Alguns mentiam a idade, outros a\n altura, uns diziam que eram solteiros. Mas a maior mentira era em relação à\n condição social. São pequenas mentiras nas quais mulheres muito ingênuas ou\n carentes acabam acreditando. Quando elas descobrem a verdade, já estão\n envolvidas. Cristina diz que leva de três a quatro encontros para se descobrir\n quando a pessoa não está falando a verdade.
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\n Mas eu acredito que a intenção desses serviços, de aproximar pessoas solitárias,\n é muito boa. Eu diria que, no Brasil, para encontrar alguém bacana, a melhor\n maneira é entrar em fóruns ou sites de assuntos específicos, diz. Foi o que\n aconteceu com o seu filho mais velho, que mora com uma mulher que conheceu pela\n internet há nove anos. Ele se inscreveu em um site de relacionamento para quem\n gostava de ópera. Mas eu sempre digo: 50% é feeling e 50% é sorte, brinca\n Cristina.
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\n Natural de Campinas (SP), Thais mora na Califórnia desde 2003. Em setembro de\n 2011, ela decidiu tentar a sorte na internet, pois já estava cansada de achar\n os homens em bares desinteressantes. Eu estava solteira, mas querendo estar\n num relacionamento. Não tinha interesse pelas pessoas que eu conhecia, conta. Depois\n de ler e descartar diversos currículos em um site de relacionamentos dos EUA,\n Thais encontrou o perfil perfeito. O cara gostava de tudo o que eu gostava e\n era muito engraçado. Ele foi bem genuíno no que escreveu, diferente de outros\n que pareciam estar tentando se vender. Adicionei ele como o meu favorito, e\n ele me mandou um e-mail em\n seguida. Foi o único com quem troquei mensagem, conta.
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\n 100 encontros
\n Porém, Thais acredita que teve sorte. Eu estava inscrita no site há apenas uma\n semana. Tenho amigas que foram a mais de 50 encontros até achar o cara ideal,\n opina. É o caso de Carina Monte, de 31 anos. Paulistana e também moradora da\n Califórnia desde 2003, Carina conta que chegou a ter 100 encontros com homens\n conhecidos nesses serviços. Ela se cadastrou pela primeira vez em 2004, removeu\n seu perfil por um tempo e voltou aos sites em 2009. Houve semanas em que me\n encontrei com três caras. Cheguei a sair com um à tarde e outro à noite em um\n dia. Mas não considero galinhagem porque nunca fico com ninguém no primeiro\n encontro. Minha intenção era achar um namorado, conta Carina, que encontrou\n sua cara metade há seis meses em um desses serviços.
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\n Ela experimentou quatro sites dos EUA porque tinha dificuldade em conhecer\n possíveis namorados devido à diferença cultural. Quando saímos no Brasil,\n temos a noite inteira para conhecer pessoas. Aqui, a festa acaba cedo, conta.\n Com os anos de experiência, Carina acumulou várias dicas sobre os cuidados\n que se deve ter em sites de relacionamentos.
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\n Tem muita gente mal intencionada. A melhor maneira de se proteger é conhecer a\n pessoa antes de se envolver. Quando você não clica com um cara, tem uma\n frustração. Mas o encontro pode ser legal, mesmo que não tenha interesse. Já\n cheguei a sair com pervertido, mas não culpo o site. Não importa como a pessoa\n certa vai entrar na nossa vida. Os sites de relacionamento são apenas uma opção\n para conhecer pessoas, opina.
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\n Preconceito
\n Os namorados de Thais e Carina são americanos e também estavam em busca de uma\n parceira. Elas acreditam que a visão do brasileiro sobre os sites de\n relacionamentos é diferente das pessoas nos EUA. "Aqui, isso é mais normal\n do que eu pensava. Todo mundo conhece alguém que namora ou é casado com uma\n pessoa que encontrou em um site. Já minhas amigas no Brasil acham engraçado eu\n ter conhecido meu namorado on-line, conta Thais. Não conheço ninguém no\n Brasil que tenha perfil em um site de relacionamentos. Quando digo para alguma\n amiga brasileira que estava inscrita em um, a primeira reação é tirar sarro ou\n fazer uma crítica, conta Carina. Para Thais, a segurança nos EUA pode ser um\n dos fatores que leva as pessoas a recorrerem mais ao recurso. De repente, as\n pessoas no Brasil têm medo de sair com um estranho. Aqui, isso não é uma\n preocupação.\n \n O\n preconceito está no fato de as pessoas desconhecerem os serviços, segundo\n Alexandre Daloia, de 42 anos. Morador de São Paulo, Daloia deu uma segunda\n chance aos sites de namoro no Brasil há seis meses. Usei um desses serviços\n durante quase um ano. Acabei arrumando uma namorada fora do site e voltei\n quando terminei meu relacionamento. Agora, estou saindo com uma menina que\n conheci on-line. Por isso, decidimos deixar o serviço novamente, pois pode\n virar namoro, conta.
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\n Primeiros contatos
\n Segundo Daloia, esses serviços reúnem todos os tipos de pessoas, desde aquelas\n que são muito parecidas com você, até outras completamente diferentes e com\n outras propostas. Não é como sair à noite. Dependendo do lugar que você for,\n há uma tendência de encontrar pessoas do mesmo estilo. No site, você fica mais\n no escuro, opina.
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\n Daloia conta que normalmente é a menina quem define como será o primeiro\n contato, que na maioria das vezes é feito pelos serviços de mensagens\n instantâneas, como o MSN. Depois de um tempo conversando pela internet, o\n bate-papo vai para o telefone. Teve uma menina que logo me passou o telefone\n pelo MSN. Conversamos um tempinho e saímos no mesmo dia. Ela tinha o mesmo propósito\n de namorar, mas com uma maior flexibilidade, como ficar com a pessoa de\n primeira, opina Daloia, que diz nunca ter tido um encontro desagradável.
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\n Ele saiu com dez mulheres na sua segunda tentativa em sites de namoro. Agora,\n Daloia está fixo com a mesma garota há um mês. Antes do primeiro encontro, eles\n conversaram pelo MSN e ela passou seu telefone. Conversamos bastante por\n vários dias. Depois de oito ligações e duas semanas de telefonemas, combinamos\n de sair, conta o músico, que a pegou em casa para jantar. Na volta, eles deram\n o primeiro beijo.\n \n Quem\n apresentou os serviços a ele foi uma amiga que hoje está casada com um homem\n que conheceu na internet. Uma dica que ela sempre dá é encontrar o pretendente\n em um café. Se ao chegar lá, ela via que a pessoa não era como dizia ser, saía\n correndo, conta Daloia. Tem mulheres bonitas nesses sites, mas acredito que\n são em torno de 30%.\n \n Mentiras
\n O nível de exigência das pessoas aumenta conforme a idade. Para Cristina\n Celentano, de 55 anos, os mais jovens têm um espírito mais livre dentro desses\n serviços. A experiência em quatro sites de namoro rendeu um livro à socióloga\n de São Paulo, divorciada e mãe de três filhos.\n \n Eu\n não acredito que uma menina de 22 anos está procurando um homem para casar em\n um site de namoro, opina. Tenho amigas mais velhas que não têm mais paciência\n para sair com vários homens. Elas querem alguém que responda a verdade naquilo\n que elas colocaram no site para não perder tempo.\n \n Cristina\n decidiu se aventurar na internet após terminar um namoro de cinco anos. Eu\n estava desiludida com os homens. Depois de dois anos sozinha, entrei nesses\n serviços e encontrei mais 30 pilantras, brinca. Após dois anos e R$ 500 gastos\n nesses serviços, Cristina não encontrou seu par ideal. Ela saiu com 30 homens,\n que classificou no livro Namoro na Rede Será que dá Certo? como mentirosos,\n casados, em cima do muro, estelionatários e impotentes.
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\n Todos os homens com quem eu saí mentiram. Alguns mentiam a idade, outros a\n altura, uns diziam que eram solteiros. Mas a maior mentira era em relação à\n condição social. São pequenas mentiras nas quais mulheres muito ingênuas ou\n carentes acabam acreditando. Quando elas descobrem a verdade, já estão\n envolvidas. Cristina diz que leva de três a quatro encontros para se descobrir\n quando a pessoa não está falando a verdade.
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\n Mas eu acredito que a intenção desses serviços, de aproximar pessoas solitárias,\n é muito boa. Eu diria que, no Brasil, para encontrar alguém bacana, a melhor\n maneira é entrar em fóruns ou sites de assuntos específicos, diz. Foi o que\n aconteceu com o seu filho mais velho, que mora com uma mulher que conheceu pela\n internet há nove anos. Ele se inscreveu em um site de relacionamento para quem\n gostava de ópera. Mas eu sempre digo: 50% é feeling e 50% é sorte, brinca\n Cristina.