\n \n A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenou hoje (14), por\n meio de nota, a ação policial durante o protesto ocorrido ontem, na capital\n paulista, contra o reajuste de passagens de transporte público. A entidade\n avalia que há evidências de que "a ação policial extrapolou o rigor cabível\n em ações voltadas à manutenção da ordem". Considera que "é\n inaceitável a prisão de repórteres e a brutalidade empregada pelas forças\n policiais contra jornalistas", assinala o documento assinado pelo\n vice-presidente da associação, Francisco Mesquita Neto.\n \n Durante o quarto dia de protesto em São Paulo, 232 pessoas foram\n levadas à delegacia. Entre elas, o jornalista da revista Carta Capital Piero\n Locatelli. Ele foi detido por policiais militares, porque carregava um frasco\n de vinagre. Os agentes não souberam, no entanto, explicar porque o porte da\n substância foi considerado motivo para averiguação. O jornalista, assim como\n outros manifestantes, disseram que levavam vinagre para se proteger do gás\n lacrimogêneo.\n \n A repórter do jornal Folha de S.Paulo Giuliana Vallone também\n sofreu consequências da ação policial. Ela foi atingida por uma bala de\n borracha no olho. "Vi o policial mirar em mim e no querido colega Leandro\n Machado e atirar. Tomei um tiro na cara. O médico disse que os meus óculos\n possivelmente salvaram meu olho", aponta o relato da jornalista em uma\n rede social. Ela disse que passa bem.\n \n Balas de borracha atingiram o olho do fotógrafo Sérgio Silva, da\n Agência Futura Press. Segundo boletim médico, divulgado pela esposa dele, Kátia\n Passos, Sérgio apresenta lesões oculares e fraturas de órbita e ainda não é\n possível definir se haverá danos permanentes à visão.\n \n A ANJ pede que "as autoridades investiguem o episódio,\n adotando as medidas cabíveis para que os responsáveis pelos excessos sejam\n punidos e para assegurar que o trabalho da imprensa seja respeitado e a\n integridade de seus profissionais preservada".\n \n \n \n \n