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Geral
09/07/2021 17:33:30
Associação emite nota de repúdio contra subcomandante dos bombeiros e aciona Sejusp

Midiamax/LD

Nesta sexta-feira (9), a Aspra-MS (Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) publicou uma nota de repúdio contra o atual subcomandante do Corpo de Bombeiros. Além disso, a associação também oficiou a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), cobrando posicionamento.

Conforme o presidente da Aspra-MS, Eduardo Ferreira, foi protocolado ofício na secretaria, na quinta-feira (8), para que seja apurado o fato específico dos áudios encaminhados pelo subcomandante via WhatsApp. “São áudios em que ele fala de forma autoritária. Se nada for feito e esse comportamento do comando do Corpo de Bombeiros não se adequar, vamos buscar respaldo juridicamente”, afirmou Ferreira.

Ainda de acordo com o presidente da associação, são várias reclamações por parte dos militares, não apenas na forma como são tratados. Denúncias apontam para uma situação específica em que os bombeiros foram acionados para uma ‘falsa ocorrência’. Isso, feito como uma forma de teste para saber quais militares estariam prontos para atenderem o chamado do comandante.

A atitude foi vista com maus olhos e é comum apenas com bombeiros ainda em treinamento, no curso de formação, não da forma como foi feito. “A gente fica bastante preocupado. A questão não é prejudicar a imagem do comando. A nossa luta é pela categoria”, enfatizou Ferreira. Segundo ele, a intenção é de que o comando passe a trabalhar de forma responsável e equilibrada, para ter uma relação de trabalho razoável.

Na quinta-feira também foi encaminhado um ofício pela ACS PMBM MS (Associação dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul), também cobrando um posicionamento sobre o atual comando. As duas associações já esclareceram que, caso não tenham resposta da Sejusp, buscarão respaldo juridicamente.

“Esperamos que não venha a acontecer mais vezes e que seja resolvido da melhor forma possível. Os bombeiros estão trabalhando com medo de represálias e de serem autuados por algum fato disciplinar a qualquer momento”, finalizou o presidente da Aspra-MS. Na nota de repúdio, a associação pontua que repudia “a postura desastrosa e insensata apresentada pelo subcomandante geral do CBMMS”. Confira AQUI a nota completa.

O que dizem os áudios

Dois áudios atribuídos a um oficial dos Bombeiros, rebatem as reclamações dos militares que foram escalados para atuarem em focos de incêndio, em Corumbá. “Senhores, boa tarde. Aos comandantes noticiem seus militares que militar não tem folga, militar tem licenciamento. Noticiem o que se for necessário cair a escala de 24h/48h a escala vai cair. Se tiver que cair de 24h/24h vai cair. É assim que é nossa profissão. Se não fizeram antes vai ser feito agora.”

No áudio seguinte, o oficial pede para que o primeiro seja desconsiderado, pelo equívoco de que o militar tem sim o direito à folga e também o licenciamento.

Assédio moral e exploração

As primeiras denúncias chegaram ao Midiamax após mais de 80 militares de todo Estado serem escalados para serviço de combate a incêndios na região do Pantanal, em Corumbá. Passados três dias, muitos questionavam onde estava o fogo do incêndio. A Operação Hefesto teve início no dia 2 de julho e segue em andamento.

Por conta das reclamações, oficial dos bombeiros teria enviado áudios alegando que, se necessário, apertaria as escalas. Depois, ao saber que o áudio foi amplamente divulgado, enviou outro pedindo que o anterior fosse ignorado. Na quarta-feira teve início outra operação de combate a incêndios.

Desta vez, a chamada Operação Panemorfi, que acontece na região de Bonito e Jardim. Foram escalados 50 bombeiros militares de outras cidades, como Campo Grande, Amambai, Ponta Porã e Sidrolândia. Um foco de incêndio foi combatido no Morro do Matheus e outro a aproximadamente 50 quilômetros de Jardim.

O que é dito pelos bombeiros militares, que não se expõem para não sofrerem represálias do comando, não é uma reclamação pelo trabalho, mas pela escala apertada e também pela quantidade de militares que teria sido chamada para os serviços, desfalcando os quartéis nas outras cidades.

O Midiamax entrou em contato com a Sejusp e aguarda posicionamento.