O vereador de Florianópolis Deglaber Goulart (PMDB), autor de um\n polêmico projeto que prevê tratamento para ajudar homossexuais a "saírem\n do armário", afirmou na quarta-feira que a proposta não teria "nada a\n ver" com a ideia de "cura gay" apresentada pelo deputado federal\n João Campos (PSDB-GO). Segundo Goulart, o projeto surgiu depois que uma família\n o procurou na Câmara local. "Um jovem de 16 anos está sofrendo de\n depressão porque a família não aceita sua condição", disse. "Fui\n procurado pela mãe dele, me pedindo ajuda para lidar com a situação." \n \n De acordo com o vereador, o objetivo da proposta é auxiliar as\n pessoas a lidarem com a orientação sexual de seus familiares. Ele afirma que\n não pretende "curar homossexuais", e sim permitir o apoio às pessoas\n que enfrentam essa situação. \n \n "Não tem nada a ver com cura gay. Não quero curar ninguém,\n pois isso não é doença", disse o vereador. "O que eu quero é oferecer\n tratamento psicológico para que as pessoas trabalhem sua opção sexual e a\n família enfrente essa questão com o devido acompanhamento." \n \n Deglaber citou a novela Amor à Vida, da TV Globo, onde o\n personagem Félix, vivido pelo ator Mateus Solano, sofre com a não aceitação de\n sua homossexualidade por parte do próprio pai. "A gente não está\n assistindo isso na novela? Um pai que não aceita a opção do filho? O que eu\n quero não é curar, é cuidar para que essas pessoas tenham acompanhamento",\n disse. A sociedade cuida de drogados, depressão pós-parto e alcóolatras. É uma\n questão de saúde, garantida pela Constituição Federal. Não quero curar, quero o\n bem-estar da nossa população." \n \n Para o vereador, a proposta de cura gay apresentada no Congresso\n Nacional teria um enfoque "completamente distinto", no entendimento\n de Deglaber Goulart. Ele afirmou que o deputado acabaria "legislando"\n apenas para um segmento da sociedade. \n \n "Não existe cura gay. Vamos “curar” como? Com injeções, com\n supositórios? Meu projeto é completamente diferente", afirmou ele. O\n projeto apresentado na capital catarinense no dia 23 de setembro deve ser\n enviado à Comissão de Justiça nos próximos dias.