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Geral
10/07/2021 11:43:00
Bombeiros negam coação e assédio moral após denúncias e ida à Sejusp

Midiamax/LD

Após uma série de denúncias que chegou ao Jornal Midiamax de que militares do Corpo de Bombeiros estavam sofrendo coação e assédio moral, com escalas apertadas, em nota a assessoria de comunicação da corporação negou os fatos afirmando que seus militares nunca sofreram coação por parte do comando.

Na nota é esclarecido que a corporação está preocupada com os incêndios florestais que vem ocorrendo em vários municípios. A nota ainda traz que não há comprovação de que tenha ocorrido coação ou assédio moral contra os militares.

As denúncias chegaram ao Midiamax após mais de 80 militares de todo Estado serem escalados para serviço de combate a incêndios na região do Pantanal, em Corumbá. Passados três dias, muitos questionavam onde estava o fogo do incêndio. A Operação Hefesto teve início no dia 2 de julho e segue em andamento.

Por conta das reclamações, oficial dos bombeiros teria enviado áudios alegando que, se necessário, apertaria as escalas. Depois, ao saber que o áudio foi amplamente divulgado, enviou outro pedindo que o anterior fosse ignorado. Na quarta-feira teve início outra operação de combate a incêndios.

Desta vez, a chamada Operação Panemorfi, que acontece na região de Bonito e Jardim. Foram escalados 50 bombeiros militares de outras cidades, como Campo Grande, Amambai, Ponta Porã e Sidrolândia. Um foco de incêndio foi combatido no Morro do Matheus e outro a aproximadamente 50 quilômetros de Jardim.

‘Eu que mando’

Denúncias de assédio moral por parte dos bombeiros são inúmeras e, de acordo com Mário Sérgio presidente da Associação dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul, disse ter recebido as reclamações desde a última semana.

Segundo Mário, o comandante teria deixado bem claro que não recebe ordens de ninguém, e que é 'ele quem manda'. Muitos bombeiros relatam estarem ficando doentes, com esgotamento psicológico e físico, por causa desse autoritarismo, sendo que alguns já teriam falado em tirar a própria vida. Segundo Mário, o comandante não respeita e nem tenta diálogo com a associação.

Muitos reclamam de escalas apertadas e deslocamento dos militares para outros municípios sem necessidade, como também o abuso de poder do comandante que, por muitas vezes, constrange militares. “Isso para mim é improbidade administrativa. Não existe esta postura de gestão”, disse o presidente da associação, Mário Sérgio Couto.

Com o deslocamento, muitas vezes, sem necessidade de militares para outras cidades, o serviço na Capital acaba prejudicado, segundo Mário, que ainda disse ao Jornal Midiamax, que a associação irá recorrer à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), com um documento que deve ser protocolado para que providências sejam tomadas, com diálogo ou até o pedido de afastamento do comandante.

Sejusp

Dois ofícios foram protocolados, com pedidos de tomada de providências por parte da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) em relação ao atual comando do Corpo de Bombeiros. Conforme informação da assessoria da Sejusp, a secretaria tomou conhecimento dos fatos por meio de ofício da ACS PMBM MS (Associação dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul). O documento foi encaminhado ao Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, e uma reunião foi agendada para a próxima semana.

Confira a nota na íntegra

O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) está focado e preocupado com os incêndios florestais que estão ocorrendo, tanto no Pantanal como na região de Bonito e Jardim. Tais incêndios constituem um risco à Natureza, prejudicando a nossa fauna e flora sul-mato-grossense.

O ano passado foi marcado por desastres naturais e, é natural que as escalas nas quais os militares têm que se esforçar ainda mais, possam gerar motivo de desconforto. Este comando do CBMMS entende que o empenho dos bombeiros militares nas operações é necessário para a proteção do Meio Ambiente.

A corporação está fazendo o melhor para atender a sociedade, não só na Capital como nas cidades, nos parques de preservação, pois se trata de uma missão constitucional. Nós estamos atendendo as ocorrências. Há um envolvimento natural de todos. Não há nenhum elemento palpável que comprove que tenha ocorrido coação e assédio moral.