Luma Danielle Centurion
A tragédia na Barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), ocorreu no dia 25 de janeiro de 2019 e derramou um mar de lama, atingindo casas, pousada, um refeitório e outros locais como chácaras e pequenos sítios as margens do córrego do feijão, deixando 249 mortos confirmados e várias pessoas desabrigadas, conforme informações do G1 Minas (atualizado em 21/09/19 11h50).
Desde então, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais que atualmente conta com 15 cães, sendo que apenas seis estão aptos à procura de cadáveres, vinham atuando diuturnamente nas buscas, o qual devido ao cansaço dos animais solicitou ajuda aos Corpos de Bombeiros Militar do Brasil que possuem canil com cães especializados em buscas e resgate.
A partir de então, cães (binômios-homem/cão) dos Corpos de Bombeiros de vários estados vêm atuando em Brumadinho e são responsáveis por localizar 80% dos corpos soterrados. Já atuaram no desastre os binômios dos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e agora Mato Grosso do Sul, através do canil do 5º SGBM/Ind, Unidade de Coxim (MS).
A equipe do Corpo de Bombeiros de MS, embarcará com a missão de localizar e resgatar 21 vítimas ainda desaparecidas nos escombros e será composta pelos binômios, Maj Fábio Pereira de Lima e o cão Duke, 3º Sgt Luciclei da Silva Lima e a Cindy e pelo Cb Wilson Rogério de Souza Monteiro que atuará como auxiliar da equipe. A missão durará 30 dias, sendo dividida em duas etapas com um intervalo de 15 dias entre elas. O cão raça pastor belga Duke e a cadela Cindy da raça labrador retriever, estão com sete anos de idade e são cães certificados a nível nacional em buscas por restos mortais, sendo somente quatro cães certificados nesta modalidade à nível de Brasil e recentemente estiveram na cidade de Curitibanos (SC) realizando uma semana de treinamento avançado na área de buscas por restos mortais.
O Maj Fábio ressalta sobre os riscos que a equipe poderá enfrentar, “assim como nós bombeiros nos arriscamos entrando em locais insalubres, com risco da própria vida, mas com a finalidade tão nobre de localizar, resgatar e salvar vidas, para muitas vezes devolver ao menos o corpo dando um mínimo conforto às famílias, o nosso cão também está sujeito, mas ele está indo cumprir uma missão para a qual foi preparado ao meu lado, explica o major. O cão facilita muito o trabalho do bombeiro num cenário onde muitas vezes, o homem não consegue perceber, os cães com seu olfato aproximadamente 44 vezes mais aguçado que o nosso consegue identificar uma vítima soterrada, perdida na mata”.
Quanto a saúde do animal, há alguns meses exames constataram que os cães que atuaram no resgate em Brumadinho, apresentaram alterações na taxa de metais pesados no corpo, apesar do quadro não ser considerado preocupante, eles seguem monitorados e durante o período que estiverem atuando na cidade mineira, os cães terão um tratamento especial, uma equipe com médicos veterinários empenhados para realizar exames, avaliação clínica durante toda missão evitando que eles adoeçam, afirma o major.
