VERSÃO DE IMPRESSÃO
Geral
09/03/2023 10:55:00
Capital teve mais de 130 alertas de condições climáticas em 1 ano

Correio do Estado/LD

A Defesa Civil de Campo Grande informou que, de março de 2022 a 8 de março de 2023, mais de 130 alertas de condições climáticas foram emitidos à população. Os avisos dizem respeito a chuvas, ventos fortes e baixa umidade do ar. Apenas nos primeiros dias deste mês, foram cinco alertas na Capital.

De acordo com o major Pedro Centurião, da Defesa Civil municipal, os alertas são emitidos a partir da análise de previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec).

“Eles emitem dois alertas, o amarelo e o laranja. Sempre que o alerta é laranja, nós emitimos para a população”, relatou Centurião.

O major informou também que esse número é normal, principalmente em razão de Campo Grande ter dois períodos climáticos bem distintos durante o ano, um período de chuvas, que também é marcado por ventos fortes, e um período de estiagem, geralmente com baixa umidade do ar e incêndios em áreas verdes.

Segundo Centurião, neste ano, os principais chamados recebidos pela Defesa Civil estavam relacionados a alagamentos, enchentes, obstrução de vias, quedas de árvores, destelhamento de casas e situações relacionadas às chuvas intensas, características do verão.

O major destaca também que há uma equipe que fica 24 horas monitorando toda a condição climática do município e atendendo a chamados urgentes.

Atualmente, o Inmet está com alerta laranja, que significa perigo de chuvas intensas, para os municípios de Alcinópolis, Cassilândia, Chapadão do Sul, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Figueirão, Pedro Gomes e Sonora.

Para Campo Grande, a partir desta sexta-feira (10), a previsão é de aumento de chuvas, o que, de acordo com o Inmet, leva a uma queda na temperatura no período da tarde.

“A previsão é de que o tempo esteja com muitas nuvens e ocorram pancadas de chuva com trovoadas até o dia 21 de março”, completa o instituto.

No entanto, o Inmet informa que a previsão para o trimestre de março, abril e maio é de que a precipitação fique ligeiramente abaixo da média climatológica.

O esperado para março é de 136,8 mm, e nos oito primeiros dias do mês foi registrada uma precipitação acumulada de 21,4 mm. Em 2022, foram registrados 211,0 mm no mesmo período.

O mês de fevereiro deste ano registrou o maior volume de chuvas dos últimos anos, foram 242,2 mm de precipitação; já em 2022 choveu 73,2 mm em fevereiro, e em 2021 foram 116,2 mm.

No primeiro mês de 2023, Campo Grande registrou 328,6 mm de chuva, enquanto em 2022 foram 116,2 mm e, em 2021, 383,6 mm.

IMPACTOS DA CHUVA Apesar de o major Pedro Centurião ter relatado que a Defesa Civil não recebeu chamados em decorrência da chuva nesta quarta-feira (8), porque a precipitação foi menor do que a de outros dias. Apesar disso, alguns bairros da Capital registraram alagamento.

A unidade 2 da Associação Juliano Varela, localizada no Bairro Tiradentes, ficou alagada. Além disso, na mesma região, as ruas que dão acesso à Lagoa Itatiaia também notificaram acúmulo de água.

Próximo à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o Lago do Amor voltou a inundar, e as águas invadiram a Avenida Filinto Müller, um mês após um trecho da barragem do local ter desmoronado.

A Rua Portuguesa, também próximo à UFMS, foi outro ponto de alagamento na cidade.

ESTADO DE EMERGÊNCIA Campo Grande teve sete decretos de estado de emergência nos últimos dez anos. O levantamento feito pela Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil Municipal (COMPEDC) contradiz o estudo técnico feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que aponta a Capital como a cidade com mais decretos de anormalidades recorrentes no País.

Segundo a CNM, durante o período analisado, a Capital teve 244 decretos de anormalidades. Desse levantamento, 132 decretos foram decorrentes das chuvas na Capital. O período de estiagem também foi responsável pela criação de decretos, sendo 82 correspondentes à baixa umidade do ar.

Já os decretos de estado de emergência foram por incêndio florestal, em 2020; doenças infecciosas virais, em 2013, 2019, 2020 e 2021; e outros dois em virtude de uma erosão continental (voçoroca) e estiagem, em 2021. Entretanto, esses dois últimos não foram reconhecidos federalmente.

Saiba: A coordenadoria municipal explicou que o decreto de emergência ocorre no momento em que o município se reúne com a equipe técnica e analisa o desempenho e as demandas da região. Quando é percebido que o município não consegue suprir as necessidades, é decretada situação de emergência.