G1MS/LD
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) pede para que Delziene da Silva de Jesus seja investigada por falso testemunho e por saber das reiteradas agressões que levaram a morte da neta, Sophia Jesus OCampo, aos 2 anos, em Campo Grande, em janeiro deste ano. Ao g1, a avó da menina negou as denúncias e disse que não foi notificada.
De acordo com o MPMS, Delziene praticou os crimes de omissão e falso testemunho. O pedido de investigação aponta a existência de um áudio, onde a avó de Sophia diz saber sobre as repetidas agressões que a menina sofria.
Quanto ao falso testemunho, Delziene mentiu em depoimento, onde alegou não saber sobre as agressões que Sophia era exposta, alega o MP. "Delziene teria relatado que a neta sofria reiteradas agressões, contradizendo seu depoimento prestado perante a autoridade policial", diz parte do pedido a qual o g1 teve acesso.
O MPMS solicita a instauração de inquérito investigativo para apurar a suposta omissão e falso testemunho. "Em atendimento à sua solicitação, informamos que não houve denúncia, e sim requisição de abertura de inquérito policial pela Promotoria de Justiça que atua junto à 10ª Vara do Juizado Especial Central Virtual de Campo Grande para apurar eventual prática de delito", diz nota do órgão.
Stephanie de Jesus Da Silva, filha de Delziene, e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia, estão presos preventivamente pelos crimes de homicídio qualificado e estupro de vulnerável.
Entenda o caso
Relato de homofobia contra o pai. 30 procedimentos em unidades de saúde antes de morrer. Casa em situação insalubre. Boletins de ocorrência. Mãe e padrasto presos. A morte da menina Sophia Jesus Ocampo, de 2 anos, chocou moradores de Campo Grande e é alvo de investigação da Polícia Civil.
As idas de Sophia à unidade de saúde eram frequentes. O prontuário médico da menina consta que ela fez 30 procedimentos em unidades de saúde da capital, uma delas por fraturar a tíbia.
No dia 26 de janeiro, a mãe levou Sophia à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Coronel Antonino, onde a menina já chegou morta. O médico legista constatou que o óbito havia ocorrido cerca de sete horas antes.
O laudo de necrópsia do corpo da menina, emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), apontou que a causa da morte foi por traumatismo na coluna cervical e confirmou que Sophia foi estuprada.
A declaração de óbito aponta que a causa da morte foi por um trauma na coluna cervical, que evoluiu para o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica. O documento ainda diz que a menina sofreu "violência sexual não recente".
Preso suspeito de estuprar e matar a enteada, Sophia Ocampo, de 2 anos, Christian Campoçano Leithein, de 25 anos, se pronunciou pela primeira quase um mês depois do crime, em Campo Grande. Na nota enviada pela defesa, o denunciado nega ter violentado sexualmente a menina.