Geral
08/04/2013 11:54:00
Comandante da PM compara corrupção de policiais com desvio de medicamentos
De acordo com uma pesquisa Nacional de Vitimização, encomendada pelo Ministério da Justiça e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Mato Grosso do Sul está na 21° colocação do ranking de corrupção da Polícia Militar, com índice de 0,58% de extorsão de vítimas.
CGNews/AB
\n \n Avaliando\n a corrupção como uma doença sistêmica, o comandante da Polícia Militar de Mato\n Grosso do Sul, o coronel Carlos Alberto David, ressalta que os males gerados\n por irregularidades cometidas por policiais militares, são os mesmos danos\n provocados por indivíduos que desviam medicamentos, mantimentos ou outros\n produtos.\n \n A corrupção do policial militar é tão danosa quanto a\n de uma pessoa que desvia medicamentos, gêneros alimentícios de crianças,\n creches e escolas. A corrupção não é privilégio dos policiais. A história\n mostra que faz parte do serviço público. Qualquer corrupção, independente do\n valor envolvido, é desastrosa para a sociedade.\n \n De acordo com uma pesquisa Nacional de Vitimização,\n encomendada pelo Ministério da Justiça e pelo Programa das Nações Unidas para o\n Desenvolvimento, Mato Grosso do Sul está na 21° colocação do ranking de corrupção\n da Polícia Militar, com índice de 0,58% de extorsão de vítimas.\n \n Para\n o comandante geral, coronel David, o policial é fruto da sociedade, que acaba\n contribuindo para a corrupção. Nesses locais onde a corrupção é alta, a\n sociedade contribui e muito para a corrupção, infelizmente. Para haver a\n corrupção, existem dois pólos, o ativo, que é quem corrompe e o passivo, que\n será corrompido.\n \n A\n pesquisa ouviu 78 mil pessoas, nos 26 estados e no Distrito Federal. O objeto\n da análise era saber se o indivíduo já havia sido vítima de extorsão pela\n Polícia Militar.\n \n É um estudo extremamente importante para que se\n aperfeiçoem métodos de rigor e que puna os que têm desvio de conduta, avalia o\n comandante.\n \n Conforme\n o Ministério da Justiça, a pesquisa procura captar ocorrências de eventos\n criminais na população, para compará-los com dados oficiais registrados pelas\n polícias, classificando por localidade, estrato social, cor da pele, idade,\n sexo e renda.\n \n A\n sociedade não pode entender que é normal oferecer dinheiro. É preciso combater\n esse tipo de irregularidade. O comandante lembra ainda que é preciso buscar a\n índice zero, mas frisa que, a atitude deve ser feita, não só pelo homem\n público, mas também pela sociedade.\n \n Sejusp- O secretário de Justiça e Segurança\n Pública, Wantuir Jacini, atribui o baixo índice de corrupção no Estado à\n atuação enérgica das corregedorias e dos comandantes, e aos cursos de\n capacitação.\n \n Os\n comandantes compreenderam que é essencial um comportamento reto e, além disso,\n são feitos vários cursos de capacitação em todas as instituições, Corpo de\n Bombeiros, Polícia Civil, Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema\n Penitenciário) e todos os outros, afirma Jacini.\n \n Os\n desvios, segundo o secretário, são apurados e as punições aplicadas de forma\n ativa. Estamos em um parâmetro bom. Muito bom seria se esse índice fosse\n zero, pontua.\n \n Pesquisa:nbsp;De acordo com o jornal carioca\n Extra, que publicou os dados, 2,6% das pessoas ouvidas já foram vítimas de\n extorsão. O levantamento aponta que cresce a probabilidade de uma pessoa ser\n alvo da PM ao analisar o perfil do extorquido.\n \n Os\n pós-graduados têm nove vezes mais chance de sofrer extorsão. Entre as vítimas,\n 59% delas têm escolaridade acima do ensino médio. Quem ganha mais de R$ 13.560\n tem 5,8 mais chances do que aqueles que ganham até R$ 678.\n \n Por\n faixa etária, o grupo entre 25 e 34 anos é a maior vítima, representando 36,4%\n dos entrevistados.\n \n O\n estado que aparece na primeira colocação é o Rio de Janeiro com 30,23%, seguido\n por São Paulo, com 18,22%, Pará, 6,49%, Pernambuco, com 6,05%, e Bahia, que tem\n 5,08%.\n \n Abaixo\n de Mato Grosso do Sul no ranking aparecem Piauí, com os mesmos 0,58%, Sergipe,\n com 0,48%, Tocantins e Rondônia, ambos com 0,19%, além de Acre e Roraima, com\n 0,04%.