Geral
17/12/2013 09:00:00
Concessão da BR-163 resolve gargalo, mas encarecerá frete em 20%
Caminho de escoamento da produção, cruzando o Estado de Mundo Novo a Sonora e apelidada de Rodovia da Morte, a BR-163 foi leiloada nesta terça-feira para a iniciativa privada, que vai explorar o trecho por 30 anos.
CGNews/LD
Caminho de escoamento da produção, cruzando o Estado de Mundo Novo a Sonora e apelidada de Rodovia da Morte, a BR-163 foi leiloada nesta terça-feira para a iniciativa privada, que vai explorar o trecho por 30 anos.nbsp;Na análise positiva, a duplicação vai resolver um gargalo logístico, proporcionar maior segurança e reduzir gastos (como combustível e pneu). Porém, a mesma cobrança de pedágio R$ 4,38 a cada 100 quilômetros - deve encarecer o frete em até 20%, com reflexo direto no bolso dos consumidores.Presidente do Setlog/MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística), Claudio Cavol, avalia que o pedágio somente seria competitivo se tivesse teto de R$ 3. Encarece o transporte, com reflexo para o produtor como também para os consumidores, afirma.Ele compara o preço com o do Mato Grosso, onde o pedágio na BR-163 será de R$ 2,62 por eixo. Esse valor foi sadio para a economia do Estado vizinho. Para Cavol, a tendência é que caminhoneiros que seguem do Mato Grosso para o Porto de Paranaguá, no Paraná, cortem caminho por Goiás, fugindo da cobrança em Mato Grosso do Sul.O presidente do Setlog exemplifica que um rodotrem, veículo com nove eixos, pagará R$ 39,42 a cada praça de pedágio, que, ao todo, vão chegar a nove pontos de cobrança. Serão R$ 355 para atravessar o Estado. Lembrando que a carga do agronegócio não tem grande valor agregado, salienta.Ainda para demonstrar como a cobrança onera o frete, Claudio Cavol explica que o transporte de 37 toneladas de soja, com valor de R$ 150 a tonelada, é de R$ 5.550. Caso o caminhão parta da região Sul do Estado em direção ao Paraná, deve gastar R$ 200 em pedágio. Ou seja, 4% do valor do frete será consumidor pela cobrança para utilizar a via.Revolta - Com a divulgação da vitória da CCR (Companhia de Participações em Concessões), que já administra 15% da quilometragem total das rodovias concedidas à iniciativa privada no País, e dos valores, o Sindicargas (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Cargas) também se lançou aos cálculos. Isso vai ajudar a matar o Estado. O setor de cargas está revoltado, afirma o relações-públicas do sindicato, Roberto Sinai.Levando em consideração um veículo de sete eixos, o custo para atravessar o Estado, trazendo calcário e voltando com soja, por exemplo, será de R$ 551,88. O cálculo é para ida e volta. O frete deve ficar quase 20% mais caro, afirma. Sinai enfatiza que cabe ao governo manter a segurança e condições de tráfego nas vias a partir da renda obtida com os impostos.Fim do gargalo - Para a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), a duplicação da rodovia torna Mato Grosso do Sul mais competitivo, com a eliminação de um gargalo na logística. Está em uma situação extremamente crítica. É um gargalo que se precisava resolver. São investimentos de R$ 6 bilhões, afirma o diretor executivo e coordenador do Centro-Oeste Competitivo, Jaime Verruck.A previsão é que o contrato seja assinado em 6 de março de 2014. Vai ter que fazer mais ou menos 100 km para fazer a primeira cobrança, salienta o diretor, frisando que a empresa tem experiência no setor e depende da agilidade nas obras para obter retorno.O estudo Centro-Oeste competitivo verificou que o fluxo de veículos na BR-163 chega a sete mil por dia, sendo 4.500 caminhões. Em quatro anos, colocamos mais 20 milhões de toneladas circulando na rodovia, com supersafra de soja, milho, exportação de celulose, diz Verruck.