O corpo do operário Edenilson Jesus Santos, de 24 anos, foi localizado pelas\n equipes de resgate às 13h45 desta quinta-feira (5). Santos estava desaparecido\n desde o desabamento de um prédio em Guarulhos na segunda-feira (2).\n \n De acordo com os bombeiros, o corpo estava prensado entre um pilar e uma\n viga perto de uma rampa no segundo subsolo. Na área ficava a saída do\n alojamento dos operários. Os bombeiros acreditam que ele percebeu que o prédio\n iria cair e tentou fugir.\n \n A queda\n do edifício de cinco andares, com 30 apartamentos, aconteceu por volta das\n 19h20 de segunda-feira na Avenida Presidente Humberto Castelo Branco, altura do\n número 1.900. Os 13 operários que trabalhavam na obra já haviam saído após o\n fim do expediente.\n \n A Defesa\n Civil vai vistoriar as casas vizinhas ao prédio que desabou para decidir se há\n condições e depois vai resolver se elas podem ser liberadas.\n \n Investigações\n \n Três\n operários da obra disseram à polícia na quarta que tinham avisado ao mestre de\n obras que a construção estava com problemas. Eles prestaram depoimento e\n afirmaram que rachaduras começaram há pelo menos cinco meses.\n \n O\n operário Erivaldo de Jesus Santos disse à polícia que viu rachaduras no prédio\n desde o primeiro dia de trabalho e que todos trabalhavam com muito medo de o\n prédio cair.\n \n Outro\n funcionário, Edvaldo de Jesus dos Santos, irmão do vigia que foi encontrado\n morto nesta sexta, contou aos investigadores que, aos poucos, as rachaduras iam\n aumentando. Segundo ele, o mestre de obras teria respondido que as rachaduras\n "eram normais".\n \n Um\n funcionário administrativo da construtora Salema Construções, responsável pela\n obra, foi levado à delegacia, mas acabou dispensado. O delegado que está\n cuidando do caso já chamou para depor o engenheiro Fernando Salema, dono da\n construtora.\n \n O\n Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP)\n informou, em nota na quarta-feira, que foi instaurado um processo\n administrativo de apuração de responsabilidades relacionado ao caso.\n \n Segundo o\n órgão, a primeira ação foi fazer uma “verificação dos documentos da empresa\n responsável pelo serviço e do profissional responsável técnico pela execução do\n mesmo, constatando que ambos estão regulares com o Conselho em relação ao\n registro profissional”. A equipe de fiscalização do Crea-SP também registrou\n imagens do local do desabamento e solicitou uma cópia do boletim de ocorrência\n com a Polícia Civil.