\n \n Após\n firmar acordo com o Brasil visando o aumento no intercâmbio acadêmico entre os\n países, em 2011, a\n Alemanha traça agora estratégias para tornar-se um destino mais comum aos\n brasileiros atrás de qualificação universitária, assim como são hoje França, Estados\n Unidos e Portugal.\n \n De\n acordo com Margret Wintermantel, que assumiu em janeiro a presidência do\n Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD, ou Serviço Alemão de Intercâmbio\n Acadêmico, na tradução), o objetivo primeiro é aumentar a presença dos próprios\n estudantes alemães nos programas de intercâmbio oferecidos. No mesmo caminho, o\n governo brasileiro prevê entregar 10 mil bolsas até 2014 para fortalecer a\n relação entre ambos os países.\n \n Seguindo\n essa tendência, foi selado um acordo entre a Ludwig Maximilian Universität de\n Munique e a Universidade Federal do Paraná voltado aos estudantes de medicina.\n "É um programa novo que enviará este ano oito alunos de medicina para um\n estágio de oito semanas no Brasil", garantiu Daniel Heinrich, um dos\n coordenadores do programa, ao explicar que o interesse por intercâmbio no País\n tem crescido nos últimos anos.\n \n Mercado de trabalho
\n Preocupação de estudantes alemães que fazem intercâmbio no Brasil, a concorrência\n no mercado de trabalho também tira a tranquilidade de brasileiros que estudam\n na Alemanha. Mesmo com três pós-doutoramentos, na Suíça e na Alemanha, o\n químico Rodrigo Queiroz de Albuquerque, 33 anos, formado pela Universidade\n Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e com mestrado e doutorado pela\n Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), não consegue ingressar nas\n instituições alemãs para lecionar.\n \n "Estou\n voltando para o Brasil, pois a Alemanha não dá possibilidades de me tornar\n professor, mesmo em universidades pequenas e menos concorridas", explica.\n Para Albuquerque, que este ano começará lecionar na Universidade de São Paulo\n de São Carlos (USP-SC), isso ainda ocorre devido a uma série de barreiras\n burocráticas e culturais. \n \n Para\n a alemã Marlene Röhrken, estudante de Economia na Universidade de Bayreuth, que\n esteve por um semestre na USP, em\n São Paulo, se houvesse oportunidade de trabalho ela\n retornaria ao Brasil. Segundo a aluna, a universidade é melhor do que ela\n esperava. "Praticamente tudo era muito bom", afirmou, ao destacar que\n a concorrência no mercado brasileiro é muito grande devido ao número de\n profissionais que chegam ao mercado a cada ano.\n \n A\n mesma opinião tem a estudante austríaca Stefanie Massak-Bachbauer (23), aluna\n de Letras na Universidade de Salzburgo. Depois de passar um ano na Universidade\n Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela disse que tem "interesse em\n trabalhar por alguns anos no Brasil". "Nota-se agora há uma nova\n confiança devido ao crescimento econômico e o brasileiros têm uma atitude menos\n pessimista em relação ao futuro se comparamos com os europeus. E acho\n fascinante que não há muita xenofobia", destaca.\n \n Números
\n Até 2020, 50% dos alunos matrículados nas universidades alemãs devem ter acesso\n a algum tipo de intercâmbio. Atualmente, um terço dos estudantes alemães viaja\n ao exterior para realizar intercâmbio. Dos 2,2 milhões de matriculados no país,\n cerca de 245 mil estudam pelo menos um semestre em universidades pelo mundo. Em\n 2011, 34 mil estudantes e docentes foram enviados a outras universidades dentro\n da Europa através do Programa de Erasmus.\n \n Em\n maio de 2011, o ex-presidente alemão Christian Wulff esteve em São Paulo para inaugurar\n o Centro Alemão de Inovação e Ciência São Paulo (DWIH). Na ocasião, ressaltou a\n importância do Brasil, ao lado da Índia e da Rússia, para o desenvolvimento da\n economia do país. Em setembro do mesmo ano, foi inaugurada a plataforma de\n conteúdo na internet (www.dwih.com.br) com o programa de intercâmbio entre\n ambos os países.\n \n \n \n