Sheila Forato
As geladeiras das Escolas Municipais de Coxim estão vazias. Imagens que circulam nas redes sociais mostram que há poucos dias tudo que tinha nas geladeiras da cozinha da Escola Municipal Marechal Rondon era uma melancia. As cenas se repetem na Escola Municipal Wiliam Tavares de Oliveira, assim como nos Centros de Educação Infantil.
As unidades estavam sem fornecimento de carne e hortifrutigranjeiros por falta de pagamentos. No açougue responsável pelo fornecimento de carne para a merenda escolar a dívida já ultrapassou R$ 100 mil. A empresa encontra dificuldades até para receber as requisições, documentos que permitem a emissão de notas fiscais para empenho. Na semana passada, nossa reportagem assistiu a diretora de um CEI quase que implorando pelo fornecimento de carne.
Algumas unidades tem o básico do básico, como arroz, feijão, macarrão, óleo e sal, variando os itens de uma para outra. A situação teve uma pequena melhora, nesta quarta-feira (6), depois que nossa reportagem cobrou um posicionamento da secretária de Educação de Coxim, Michelle Muller Proença. Alguns itens da agricultura familiar foram distribuídos nas unidades.
Na manhã desta quinta-feira (7), foram enviadas imagens para nossa reportagem que comprovam a precariedade do café da manhã num dos Centros de Educação Infantil. As crianças estavam comendo apenas bolacha de água e sal, bem diferente do habitual, que inclui pão com manteiga, leite, achocolatado e até mesmo frutas.
“Essa semana não teve feijão para as crianças, as frutas sumiram, suco do lanchinho também não apareceu por aqui. Triste realidade, muito triste”, escreveu professora que terá identidade mantida em sigilo.
A direção das unidades está tendo de se virar para conseguir fornecer a merenda, ainda que de forma precária, sem proteínas, legumes e verduras, praticamente todos os dias. Aliás, segundo a definição de uma professora, precária a merenda estava em setembro, “de outubro pra cá desandou de vez”, emendou.
O município recebe recursos do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) para a merenda, porém, precisa complementar, pois, o que vem é insuficiente. Os relatos são de que também está faltando material de limpeza e a maioria das unidades está tendo de se virar com detergente, apenas.
Na semana passada, a Prefeitura de Coxim anunciou várias medidas de corte de gastos, como redução de horário, proibições de horas extras, cortes de produtividades, dentre outros. Oficialmente o município não fala em crise, porém, vários setores vem sofrendo com escassez há dias.
O que diz a secretaria Municipal de Educação
O Edição MS entrou em contato com a secretária Michelle Muller Proença, por meio de nota, ela contestou as informações, apesar de uma imagem dizer mais do que mil palavras. Ela nega interrupção no fornecimento de carne e hortifrutigranjeiros e informa que os pagamentos estão sendo feitos conforme programação estabelecida pela secretaria de Receita e Gestão.
Michelle afirma que tem monitorado de perto o fornecimento de merenda, garantindo que não haja interrupções. “A Prefeitura de Coxim e a Secretaria Municipal de Educação permanecem comprometidas com a transparência e a eficiência na gestão dos recursos destinados à alimentação escolar, reforçando seu apoio à agricultura familiar e garantindo que os estudantes recebam refeições de qualidade, essenciais para seu desenvolvimento e aprendizado”, diz trecho final da nota.