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11/11/2022 08:32:00
Defesa de Marquinhos Trad diz que não teve acesso à denúncia e sustenta tese de armação

Correio do Estado/LD

Após o Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul (MP/MS) enviar denúncia à Justiça contra o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, acusado de crimes contra a dignidade sexual, a defesa de Trad disse que não teve acesso aos documentos mandados para o Judiciário.

Ao Correio do Estado, a defesa de Trad ainda acrescentou que o acesso à denúncia foi negado tanto pelo MP/MS quanto pela 3ª Vara Criminal. Assim, o conteúdo divulgado pela imprensa na quarta-feira (9) foi uma surpresa.

A advogada ainda disse que a defesa irá reforçar a questão de que as denúncias foram feitas como uma forma de armação para enfraquecer a campanha de Marquinhos. O político concorreu ao cargo de governador de Mato Grosso do Sul pelo PSD.

“Após a conclusão do inquérito juntamos mais provas nas quais mostramos que uma das vítimas sequer estiveram na prefeitura. Há provas periciais que mostram isso”, afirmou.

Em relação ao número de vítimas ter aumentado para sete na denúncia encaminhada, a defesa ainda alegou que três delas não deveriam entrar nas acusações porque o Tribunal de Justiça de MS (TJMS) já proferiu decisão em que afirma que não houve crimes contra elas.

No entanto, essas pessoas apenas entraram na denúncia porque houve recurso do MPMS em relação à essa decisão.

A advogada também lembrou que existe mais um processo tramitando na Justiça no qual a defesa busca comprovar que também não houve crime por parte do ex-prefeito.

“Agora devemos fazer a defesa no curso de uma ação penal, caso a denúncia seja recebida, mas já temos farta documentação para comprovar que tudo é uma armação em troca de empregos no governo”, afirmou.

Na mesma oportunidade, a advogada informou que uma pessoa ligada a uma das vítimas teria procurado Marquinhos Trad para falar que ela tinha recebido dinheiro para acusá-lo dos crimes.

DENÚNCIA

Marquinhos Trad foi denunciado pelo MPMS pela prática de crimes de assédio sexual, importunação sexual e favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual.

Pelo crime de assédio sexual, Marquinhos Trad foi denunciado uma única vez. Pelo crime de importunação sexual, foram três denúncias de vítimas, e pelo favorecimento à prostituição, outras três vítimas.

Patrola teria praticado favorecimento à prostituição contra outras três vítimas. Entre elas, duas também foram vítimas de Marquinhos Trad.

Marquinhos agora está sujeito a uma pena que varia de 1 ano a 2 anos de prisão pelo crime de assédio sexual; de 2 anos a 5 anos de prisão pelo crime de importunação sexual (praticado três vezes); e de 2 anos a 5 anos por favorecimento à prostituição (praticado três vezes).

Patrola, se condenado pelas três acusações de favorecimento à prostituição, estará sujeito a uma pena que varia de 2 anos a 5 anos de prisão.

A denúncia foi distribuída, por prevenção, à 3ª Vara Criminal. Cabe agora ao Judiciário decidir se os acusados tornam-se réus ou não.