CE/LD
Dados do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, do projeto MapBiomas, divulgado nesta segunda-feira (27), mostra que os desmatamentos em Mato Grosso do Sul chegaram a 82.695 hectares no ano passado, aumentando em 68% na comparação ao ano anterior, quando o total havia sido de 49.073 hectares. E o mais grave é que 52,3% disso foi no Pantanal, onde os desmatamentos tiveram aumento de quase 60%.
Com este aumento, o Estado passou de 11º para 8º no ranking nacional daqueles que mais desmatam a vegetação nativa, de acordo com os dados do relatório, que é uma iniciativa do Observatório do Clima, criado e desenvolvido por uma rede multi-institucional envolvendo universidades, ONGs e empresas de tecnologia com o propósito de mapear anualmente a cobertura e uso da terra do Brasil e monitorar as mudanças do território.
Somente no município de Corumbá, que tem 64 721,719 km², o que o coloca como 11º maior município brasileiro e o maior do Mato Grosso do Sul, foram desmatados 23.425 hectares em 2023, que colocaram o município no quinto lugar entre aqueles que mais desmataram no ano passado.
Pelo tamanho do território parece não se algo muito expressivo. Porém, se comparado com os anos anteriores, os números são preocupantes. São 64 hectares por dia e 49% a mais que os 15.756 hectares do ano anterior em Corumbá.
Os dados do MapBiomas mostram que em 2023, ano em que Mato Grosso do Sul aumentou o rigor da legislação para tentar frear os desmatamentos no Pantanal, teve o maior volume de supressão dos últimos cinco anos. Na comparação com 2019, por exemplo, o desmatamento no ano passado foi 256,5% maior.
E não foi só município de Corumbá, que o Pantanal perdeu volume significativo de vegetação. Conforme o relatório, houve aumento de 59,2% no desmatamento do bioma pantaneiro como um todo, somando 49,67 mil hectares.
Deste total, 43.293 hectares, ou 87%, estão no Pantanal de MS e o restante, 6.380, no estado vizinho de Mato Grosso. Cerca de dois terços do bioma estão em Mato Grosso do Sul, mas o tamanho da área desmatada é muito superior a este índice.
O relatório do MapBiomas é tão preciso que chega a apontar o dia em que foi registrado o maior desmatamento, que foi 28 de julho, quando 189,2 hectares de vegetação foram suprimidos em apenas 24 horas.
O estudo aponta ainda que no Pantanal, 38% do desmatamento ocorreu em áreas de formação florestal, 35% em formações savânicas e 27% do desmatamento ocorreu em formações campestres ou de outras tipologias.