CE/LD
Durante a coletiva de imprensa sobre o combate aos furtos de energia em diversas cidades de Mato Grosso do Sul, a Polícia Civil informou que, entre janeiro e junho deste ano, o estado deixou de arrecadar R$28 milhões em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o que representa um prejuízo de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o delegado-geral adjunto, Márcio Faria Custódio, nos primeiros seis meses deste ano, foram realizadas 16 operações em 14 municípios, com maior efetivo nas cidades de Corumbá e Campo Grande. Nessas duas cidades, foram identificados 321 pontos de fiscalização, dos quais mais de 114 foram vistoriados
Conforme os dados divulgados, 88 pessoas foram encaminhadas para a delegacia. Em Corumbá e Campo Grande, foram vistoriados 97 locais, resultando em nove prisões.
O representante da Energisa, Jonas Ortiz, relatou que a fraude resultou em uma perda de R$28 milhões para o estado apenas em 2024. Segundo os dados apresentados, esse valor representa um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.
"Os números que apresentamos mostram uma necessidade urgente de intensificarmos o problema e conseguir combater esse problema. Para vocês terem uma ideia, em 2023, tivemos um total de 6.900 detecção de desvio ou fraude de energia elétrica e somente nestes primeiros seis meses, estamos com 4.200 detecções, ou seja, os números cresceram em 60% maior comparado com ano passado.
Buscando outros meios para auxiliar na investigação, o delegado adjunto da Polícia Civil relatou que as fraudes estão cada vez mais sofisticadas, exigindo um esforço contínuo em tecnologia para intensificar o combate ao crime. 'As fraudes estão cada vez mais elaboradas, por isso as investigações representam um grande desafio para as equipes da polícia e da Energisa,' afirmou Márcio Faria Custódio.
"Para vocês terem uma ideia, em algumas operações, descobrimos que pessoas que têm um custo de vida elevado, praticam o crime para aumentar ainda mais seus ganhos pessoais", enfatizou o delegado-adjunto Márcio Faria Custódio.
Os responsáveis pelos crimes de furto ou desvio de energia foram submetidos aos procedimentos legais cabíveis. Caso sejam julgados, poderão responder pelos crimes de furto e processos criminais que serão respondidos em liberdade.
Furto de energia
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que as fraudas, em território nacional, somam mais de 31 mil gigawatts, que por sua vez representa quantidade suficiente para abastecer quase todo o Mato Grosso do Sul.
Na Cidade Branca a operação mapeou 30 pontos suspeitos e, como aponta o Delegado de Polícia Fillipe Araújo, o popular "gato" - pelos artigos 155 e 171 do Código Penal Brasileiro - pode ser tipificado como furto ou estelionato.
Ainda no ano passado, 45 casas corumbaenses foram alvo de operação de mesmo teor, batizada à época de Blecaute, que prendeu um homem pelo gato realizado na própria residência.
Nesse sentido, a Operação Luminar foi lançada em fevereiro deste ano, passando por 14 municípios sul-mato-grossenses desde então, sendo:
Rio Verde,
Bela Vista,
Amambai,
Campo Grande,
Corumbá,
Costa Rica,
Nova Alvorada do Sul,
Ribas do Rio Pardo,
Miranda,
Ivinhema,
Itaporã,
Água Clara,
Sidrolândia e
Glória de Dourados.