Geral
06/11/2013 09:00:00
Droga para emagrecer proibida pela Anvisa é segura, dizem médicos
A preocupação da entidade, no entanto, era em relação à procedência do princípio ativo, que vinha sendo comercializado por algumas farmácias, mesmo sem o registro da agência.
Uol/LD
A\n lorcaserina, substância suspensa pela Anvisa (Agência Nacional de \n Vigilância Sanitária) nesta quarta-feira (6), é uma droga para emagrecer\n considerada segura, segundo a endocrinologista Maria Edna de Melo, \n diretora da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da\n Síndrome Metabólica). A preocupação da entidade, no entanto, era em \n relação à procedência do princípio ativo, que vinha sendo comercializado\n por algumas farmácias, mesmo sem o registro da agência. \n "A gente não entendia muito bem como funcionava a importação do \n princípio ativo. Ele não tinha sido aprovado na Anvisa, mas estava sendo\n importado há mais de um mês e a nossa preocupação era com a origem, \n quem estava fornecendo esse medicamento", explica Melo. \n "Entramos em contato com a ouvidora da Anvisa para obter mais \n informações sobre a importação do medicamento, que, até onde eu sei, \n nunca foi submetido à análise na agência", completa a diretora da Abeso.\n \n "Essa inversão nos causou estranheza, pois, primeiro, o medicamento tem \n que ser aprovado, e só depois de dez anos a patente é quebrada e ele \n pode ser manipulado pelas farmácias. É papel da Anvisa fiscalizar a \n entrada dessa droga", complementa o endocrinologista Márcio Mancini, \n chefe do grupo de obesidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de \n Medicina da USP (Universidade de São Paulo). \n Melo reconhece que o mercado brasileiro é muito carente de drogas para \n emagrecer - especialmente após a proibição recente de derivados da \n anfetamina -, mas mesmo assim ela ressalta que é preciso haver uma \n preocupação com a origem dos medicamentos para não colocar a segurança \n dos pacientes em jogo. \n A lorcaserina, conhecida comercialmente como Belviq nos EUA, foi \n aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration), agência que regula \n alimentos e remédios naquele país, em 2012, mas só passou a ser \n comercializado em 2013 devido a problemas de logística. \n De acordo com a endocrinologista, o remédio age de forma parecida com a \n sibutramina, pois melhora o fluxo de serotonina no cérebro. Um efeito \n colateral comum, que é o aumento da frequência cardíaca, se mostrou mais\n fraco nesse medicamento. "Ele se mostrou muito seguro, pois age num \n receptor específico no cérebro, que não existe no coração, o que diminui\n o risco de comprometimento das válvulas cardíacas. É um medicamento \n superior à sibutramina", pondera Melo. \n "Ele é um medicamento bem tolerado e com poucos efeitos colaterais. \n Alguns pacientes se queixaram de dores de cabeça e infecções de vias \n áreas superiores, mas não teve nenhum efeito muito sério", finaliza \n Mancini.