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Em onze anos, a taxa de homicídios de crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos caiu 57,7% em Mato Grosso do Sul, de acordo com a Pesquisa "Homicídios na Infância e Adolescência no Brasil", lançada pela ONG Visão Mundial e divulgada nesta segunda-feira (18).
A pesquisa compreende os anos de 2009 a 2019 e tem objetivo de entender a dinâmica de mortes no País, definir suas principais vítimas e identificar em que locais elas estão ocorrendo com mais frequência. Os dados mostram que, em comparação, a região Centro-Oeste registrou queda de 15,5% no mesmo período, enquanto na média nacional houve recuo de 9,7%.
Os dados foram extraídos do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde e dados de projeção da população do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o levantamento foi elaborado em parceria com o Movimento Jovem de Políticas Públicas (MJPOP), o Comitê Cearense Pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, Movimento Independente Mães de Maio e o Movimento Mães da Periferia de vítima Por Violência Policial do Estado do Ceará.
Pesquisa - Os homicídios de crianças e adolescentes vinham crescendo no Brasil desde 2009, ano em que se registrou 11.804 mortes, mostra a pesquisa. O pico de mortes acompanhou o recorde de homicídios na população geral, quando o país registrou, em 2017, 65.602 homicídios. A partir de 2018 houve quedas acentuadas nesses números, e em 2019 foram registradas 6.930 mortes, uma redução de 41,3% em relação a 2017.
“O número de jovens negros mortos vem crescendo conforme o tempo, já que em 2009 era 71% e em 2019 esse número aumentou para 81%. Consequentemente, o número de jovens brancos mortos vem diminuindo, sendo antes 23% em 2009 e se tornando 17% em 2019”, afirma o especialista em gestão de Políticas Públicas e coordenador de Advocacy da Visão Mundial, Reginaldo Silva.
Para ajudar a combater esse alto número de homicídios na região Norte, a ONG Visão Mundial começou a desenvolver algumas ações de conscientização e articulação de grupos locais na região para, coletivamente, desenvolver medidas de prevenção à violência.