\n No bate-boca mais duro em mais de um mês e meio de julgamento do \n mensalão no plenário STF (Supremo Tribunal Federal), ministros \n repreenderam nesta quarta-feira (26) o relator do caso, Joaquim Barbosa,\n após ele acusar o revisor, Ricardo Lewandowski, de fazer "vista grossa \n aos autos".A fala de Barbosa irritou os colegas, que cobraram uma postura diferente\n do relator. Esse foi o terceiro embate protagonizado por Barbosa e \n Lewandowski na sessão de hoje.\n \n \n \n A discussão começou depois que o revisor anunciou que tinha dúvidas \n sobre a participação do ex-dirigente do PTB Emerson Palmieri no esquema.\n Lewandowski disse que, apesar de ele ser considerado a "alma" do \n partido e ser "onipresente", sua efetiva participação no esquema não \n estava clara.\n \n A declaração provocou uma intervenção de Barbosa, dizendo que \n depoimentos do empresário Marcos Valério apontam que Palmieri recebia \n dinheiro e que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares confirmou que ele \n era beneficiário.\n \n \n \n "Está na lista de Valério e confirmada por Delúbio. Ninguém desmentiu".\n \n \n \n Lewandoewski lembrou que é revisor e que é possível haver divergências. \n Barbosa respondeu que admite divergências filosóficas, mas não factuais.\n Em seguida, Lewandowski rebateu dizendo que, se não é possível \n divergir, é preciso "abolir" a figura do revisor.\n \n \n \n O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, saiu em defesa de Lewandowski e\n disse que os fatos comportam interpretações. Barbosa então disparou: \n "Eu acho que nós, como ministros Supremo, não podemos fazer vistas \n grossas a respeito do que consta nos autos".\n \n \n \n