Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grande, aponta que andar e mexer no celular pode provocar acidentes. Conforme o médico especialista em medicina do tráfego, Aquilla dos Anjos Couto, no estado o uso do celular é a terceira maior causa de acidente e mortes no trânsito.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Gustavo Christofoletti, exercer as funções de andar e usar o celular ao mesmo tempo faz com que o cérebro seja sobrecarregado e demande mais energia para a segunda tarefa.

Portanto, conforme o pesquisador, o uso contínuo do aparelho podem afetar o equilíbrio e aumentar os risco de queda, principalmente para os idosos e pessoas com doenças neurológicas.

“Os idosos pelas alterações normais e pelo declínio cognitivo do envelhecimento predispõe ao aumento do risco de quedas, se usado o celular quando caminhar. A gente vê também que a presença de doenças neurológicas deve ser um mecanismo para a pessoa tomar um maior cuidado porque essas doenças quando associado a situação de dupla tarefa aumenta o desequilíbrio e a queda”.

Para o médico especialista em medicina do tráfego, as falhas de atenção que causam os acidentes em Mato Grosso do Sul são de 50%, e que o uso do celular é o principal fator de risco. Além do fator manual, o aparelho também tira a visão da direção e afeta a parte cognitiva, como atenção, concentração e memória.

De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) de Mato Grosso do Sul, em 2023 foram aplicadas 35.141 multas pelo uso do celular ao volante, dessas 18.634 foram em Campo Grande. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, o uso é uma infração gravíssima de 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e uma multa no valor de R$ 293,47.

Christofoletti reforça que, apesar de ser indispensáveis para o dia a dia, a população deve tomar mais cuidado com o uso do aparelho eletrônico, principalmente se exerce mais de uma função.