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21/01/2024 08:02:00
Estudante dirige 300 km após levar tiro na cabeça no Réveillon do RJ
Estudante dirige 300 km após levar tiro na cabeça no Réveillon do RJ: “Imaginei que fosse uma pedrada”

G1/PCS

Estudante dirige 300 km após levar tiro na cabeça no Réveillon do RJ: “Imaginei que fosse uma pedrada”

Mateus Facio, de 21 anos, ficou três dias internados em Juiz de Fora (MG) após ser atingindo por um tiro na cabeça em Cabo Frio, litoral do RJ.

O estudante passava o Réveillon no estado vizinho quando achou que havia levado uma pedrada, no dia 31 de dezembro. De volta a Minas Gerais, em uma viagem de 7 horas, Mateus seguiu a vida e quatro dias depois procurou um hospital após se sentir mal.

“Imaginei que fosse uma pedrada, algo do tipo. Ouvi um barulho tipo de explosão, só que dentro da minha cabeça. Então eu olho pra frente e tá todo mundo sem entender nada e eu ‘ai ai ai’. Um médico, que estava com o grupo de turistas, estancou o sangramento, colocou gelo e os jovens seguiram para a noite de Réveillon, em Búzios”, relata.

Exames mostraram que o jovem havia sido atingido por um disparo de um projétil calibre 9 milímetros, que nessa altura já estava pressionando seu cérebro.

“No dia 2 [de janeiro] volto para Juiz de Fora, sem sentir nada. No dia 3 trabalhei pela manhã, à tarde fui no Rio de Janeiro, num bate e volta para resolver umas coisas. No dia 4 foi quando eu descobri o que tinha realmente acontecido porque à tarde fui tirar um cochilo e acordei com o braço um pouco bobo, a mão com movimento estranho, sentia os dedos mexendo, mas não tinha confiança para pegar uma coisa”.

Após exames realizados em um hospital particular de Juiz de Fora identificar a bala, o estudante foi operado. Ele ficou dois dias no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e mais um dia no quarto.

“Havia preocupação com sangramento, vazamento de líquido cerebral, meningite e até morte. Graças a Deus ficou tudo resolvido, de uma forma gratificante. Os médicos, enfermeiros que viram Mateus ali quase não acreditaram. Uma pessoa passar quatro dias com uma bala na cabeça e não sentir nada e inexplicável. Nasceu de novo. Podemos comemorar duas vezes esse nascimento do Mateus”, disse Luciana Facio, mãe do jovem.

O que diz a polícia

De acordo com a Polícia Militar, não houve registro de ocorrência de tiros na região em que Mateus estava no dia. A bala retirada da cabeça do rapaz será encaminhada para a Polícia Civil de Cabo Frio, que ficará responsável pelas investigações.