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Desde as 8 horas desta quinta-feira (2) acontece o julgamento de Clarice Silvestre de Azevedo, 46 anos, acusada do assassinato do então companheiro Marco Antônio Borges, de 54 anos. Após ela alegar que foi agredida, a ex-mulher do chargista se pronunciou e disse não acreditar que isso tenha acontecido.
Também é julgado João Victor Silvestre de Azevedo, de 22 anos, filho de Clarice que teria auxiliado na ocultação do corpo da vítima. Ao Midiamax, a ex-mulher de Marco se disse indignada com a alegação da defesa – feita pelo defensor público Ronald Calixto – de que o chargista teria agredido Clarice com dois tapas, quando ela o esfaqueou.
“O que motivou, o que provocou foram dois tapas na cara de Clarisse”, disse o defensor. Érika Santos, de 39 anos, contou que conviveu por 10 anos com o chargista e que ele era uma pessoa tranquila, calma e que cuidava da família. No período em que estiveram juntos, Marco nunca teria levantado a mão para a mulher, nem mesmo ameaçado agredí-la.
“Não tem lógica dizer que ele bateu nela”, lamentou. A ex-mulher de Marco Antônio ainda contou que, mesmo após a separação, eles continuaram amigos. Assim, ele ainda frequentava a casa e a convivência dos dois era amigável.
O que disse Clarice no plenário
Interrogada, Clarice contou que o chargista era quem escolhia seus clientes. “Ele não me ajudava financeiramente, ele me ajudava com as artes. Ele escolhia os clientes próximos dele, ele não queria que eu atendesse e eu precisava trabalhar”, disse a massagista no júri.
Ainda segundo Clarice, o chargista olhava sempre a agenda dela e a fazia desmarcar os clientes. No dia do crime, ela relatou que havia chegado de Coxim na terça-feira e já no sábado ele mandou mensagem dizendo que iria a sua casa. Clarice disse ainda que Marco chegou e falou que queria fazer massagem. Ela teria falado que logo após teria cliente.
Ela alegou ainda que Marco a teria xingado e humilhado e que se não tivesse segurado na ponta da escada teria caído junto. Clarice disse ter sido agredida com tapas no rosto por Marco, que a xingou com palavras de baixo calão.
Família de Marco espera por justiça
O pai do chargista, Alcino Borges, de 86 anos, contou ao Jornal Midiamax que Marco Antônio era muito amoroso, que tinha uma ótima relação com o chargista e que sempre almoçava com ele. Ainda segundo o idoso, a mãe de Marco acabou morrendo em abril deste ano, antes de ver o julgamento pela morte do filho.
A cunhada do chargista, Darilza Borges, contou que a sogra morreu de depressão, após o assassinato de Marco Antônio. “Minha sogra morreu querendo justiça. Ela sofreu muito e agora meu sogro está sozinho”. Ainda segundo Darilza, a ré tentava criar relação com a família de Marco, que não queria assumir Clarice já que ela seria só um caso dele.
No dia que ficaram sabendo da morte de Marco Antônio, a família teria ligado para Clarice perguntando sobre o assassinato, e ela teria negado.
Chargista foi assassinado e esquartejado
Na manhã de 21 de novembro de 2020, Clarice matou Marcos na casa, no Bairro São Francisco. Com a ajuda do filho João Victor, ainda destruiu e ocultou o cadáver da vítima.
O relato na denúncia é de que Marcos era cliente da massagista Clarice e mantinha um relacionamento amoroso com ela. No entanto, ele não queria assumir a relação oficialmente, o que incomodava Clarice. No dia do crime, eles combinaram uma massagem e a vítima foi até a casa da autora.
Após a massagem, Marcos foi tomar banho na parte de cima da casa de Clarice. Ao sair, os dois começaram a discutir sobre o relacionamento e Clarice empurrou a vítima da escada. Em seguida, esfaqueou o chargista, o atingindo nas costas e no tórax. A denúncia aponta que Marcos permaneceu agonizando no local e Clarice colocou um lençol sobre o corpo dele.
Ela saiu para comprar sacos de lixo, já com a intenção de ocultar o cadáver da vítima e ligou para o filho. O rapaz foi até a casa da mãe e os dois cortaram o corpo de Marcos em várias partes, lavaram e colocaram em sacos e depois em malas de viagem. Mãe e filho levaram o corpo da vítima até o Jardim Tarumã, após pedirem corrida por um aplicativo.
Eles esconderam as malas, esperaram até a madrugada e atearam fogo. Clarice saiu da cidade e só foi presa em São Gabriel do Oeste. Após a prisão, ela confessou que agiu por ódio vingativo e ciúmes da vítima porque queria que o relacionamento fosse oficializado.
Clarice foi denunciada por homicídio triplamente qualificado, por meio cruel, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, além da destruição e ocultação de cadáver. O filho foi denunciado pela destruição e ocultação de cadáver.