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Geral
21/02/2013 09:00:00
Ex-sócio de Gil Rugai diz não ter localizado arma um dia após o crime
O ex-sócio de Gil Rugai, Rudi Otto Kretschmar, primeira testemunha convocada pelo juízo a ser ouvida nesta quinta-feira (21), afirmou em seu depoimento não ter localizado a arma do réu um dia depois do crime.

G1/LD

\n \n O\n ex-sócio de Gil Rugai, Rudi Otto Kretschmar, primeira testemunha convocada pelo\n juízo a ser ouvida nesta quinta-feira (21), afirmou em seu depoimento não ter\n localizado a arma do réu um dia depois do crime. Gil responde pelos\n assassinatos do pai, Luís Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra Troitino, em\n março de 2004.\n \n O\n quarto dia de julgamento do réu começou por volta das 10h40 desta quinta, no\n Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. Além do ex-sócio de\n Gil, o juiz Adilson Paukoski Simoni deverá colher os depoimentos de outras duas\n testemunhas do juízo. Só então deverá ocorrer o interrogatório do réu, que\n chegou ao Fórum antes das 9h40, por um acesso lateral, e não falou com os\n jornalistas.\n \n Em\n seu depoimento, o publicitário Kretschmar afirmou ter visto o réu com uma arma\n igual à pistola usada no crime, 15 dias antes da morte do casal. Desconfiada,\n um dia depois dos assassinatos, a testemunha teria ido ao local em que a arma\n era guardada por Gil, mas relatou não ter encontrado a pistola, em uma maleta.\n O ex-sócio de Gil, porém, não soube dizer se a arma que foi mostrada a ele no\n Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para reconhecimento era\n verdadeira ou se era uma das armas de brinquedo que pertenciam a Gil.\n \n Como\n o publicitário afirmou várias vezes que não se recordava de fatos da época do\n crime, o promotor Rogério Leão Zagallo leu trechos de seu depoimento à polícia\n dias após a morte de Luis Rugai e que foram confirmados pela testemunha. O\n promotor perguntou sobre o fato de Kretschmar afirmar ter visto com Gil um kit,\n que teria sido chamado pelo réu de “mala de fuga”, com duas facas, um canivete,\n uma estrela ninja, dinheiro e selinhos com um líquido que seria ácido. O\n promotor questionou se não se tratava de uma brincadeira de Gil. “Se foi brincadeira,\n era brincadeira séria, sem graça”. “Gil tinha interesse em cursos de tiro”.\n \n O\n ex-sócio de Gil contou ter recebido ameaças telefônicas na época do crime.\n “Eram mensagens na secretária eletrônica, linguagem de ladrão de que eu poderia\n ser o próximo”. O publicitário confirmou trechos de seu depoimento prestado à\n polícia após o crime. Entre eles, afirmou que “Gil estava estranho na semana\n anterior ao crime. Gil não tinha a menor afinidade com o pai, tendo um\n relacionamento conturbado. Gil dizia que o pai “queria dominar o mundo””.\n \n O\n segundo depoimento do dia foi de Fabrício Silva dos Santos, que atuava como\n vigia na Rua Traipu, parte de trás da casa de Luís Rugai. Ele disse não ter\n visto ninguém saindo da casa na noite do crime. Disse apenas ter ouvido o ruído\n de tiros, mas que não sabia do que se tratava. Dirigiu-se então ao outro vigia\n da rua, uma testemunha protegida cujo nome não foi divulgado pelo Tribunal de\n Justiça e que é uma das principais armas da acusação por afirmar ter visto Gil\n deixando a casa do pai. Segundo Fabrício, este vigia estava em sua guarita e\n afirmou que o ruído deveria ser o de janelas batendo.
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\n Por volta das 13h30, começou o depoimento do motorista Francisco Luiz Valério\n Alves, motorista do vizinho de Luís Rugai.\n \n Depoimento aguardado
\n Depois dos depoimentos das testemunhas do juízo, Gil Rugai deverá ser\n interrogado. A defesa garante que o réu tem interesse em responder a todas as\n perguntas. "Responderá (a todas as perguntas), tenha a mais absoluta\n certeza, a não ser que haja algo como uma falta de respeito. Gil Rugai é a\n única pessoa no processo que sempre deu a mesma versão. Ele tem interesse em\n falar por uma razão muito simples: é agora que ele vai ser julgado. Simples\n assim", declarou na noite de quarta-feira (20) Thiago Gomes Anastácio,\n advogado de defesa de Gil.\n \n A\n acusação, por sua vez, acredita que o réu optará por se omitir em algumas\n questões. “Nós temos várias perguntas, várias dúvidas, que nós vamos tentar\n sanar. Temos certeza absoluta que, pela inteligência do Gil Rugai, ele vai\n negar. Inclusive, ele não é obrigado a responder as minhas perguntas. Se ele\n quiser, se mantém calado. Mas vamos tentar de certa maneira esclarecer certos\n fatos e ter sucesso em relação a isso", afirmou o advogado Ubirajara\n Mangini K. Pereira, assistente de acusação.\n \n Arma do crime
\n Na chegada ao Fórum nesta manhã, o promotor Rogério Leão Zagallo afirmou que na\n sexta-feira (22), quando devem ocorrer os debates entre defesa e acusação,\n deverá mostrar aos jurados a arma do crime. Segundo ele, o exame de balística\n confirma que os tiros que mataram Alessandra e Luís Carlos saíram da pistola\n calibre 380 encontrada no prédio onde Gil mantinha uma sala comercial. “Não há\n como não ter sido Gil Rugai o autor do crime. Foi ele. E é isso que vou provar\n amanhã”, disse.\n \n Zagallo\n criticou ainda a postura do juiz Adilson Paukoski Simoni que, segundo o\n promotor, tem sido permissivo diante dos “abusos” da defesa do réu. “Se alguém\n viu o juiz aqui neste julgamento, que me apresente. Tenho respeito e amizade\n por ele, mas está me intrigando a forma como ele está deixando esse julgamento\n correr. Me causa espécie a forma contemplativa, omissiva e sobretudo permissiva\n aos abusos na produção da prova pela defesa”, disse. Esta é a segunda vez que\n Zagallo critica a condução dos trabalhos do júri.\n \n Quatro dias de júri
\n O julgamento de Gil Rugai já dura quatro dias, com 15 depoimentos, entre\n testemunhas de acusação, defesa e arroladas pelo juízo. Nesta quinta-feira,\n quarto dia do júri, além do depoimento do ex-sócio de Gil, outras duas\n testemunhas convocadas pelo juízo são ouvidas e só depois deverão ocorrer o\n interrogatório do réu e o debate entre defesa e acusação.\n \n Gil\n é acusado de matar o pai e a madrasta com 11 tiros, na residência em que morava\n na Rua Atibaia, em Perdizes, na Zona Oeste da cidade. No mesmo processo pelo\n homicídio, Gil responde ainda a acusação de ter dado um desfalque de mais de R$\n 25 mil, em valores da época, à empresa do pai, razão pela qual havia sido\n expulso do imóvel cinco dias antes do crime. Ele cuidava da contabilidade da “Referência\n Filmes”.\n \n A\n previsão do juiz Adilson Paukoski Simoni é que o julgamento termine até\n sexta-feira (22). Caberá a sete jurados – cinco homens e duas mulheres,\n escolhidos por sorteio - decidirem se Gil Rugai matou ou não o pai e a\n madrasta. O réu, que atualmente tem 29 anos de idade, responde ao processo em\n liberdade, mas já chegou a ficar preso por dois anos.\n \n O\n júri de Rugai começou na segunda-feira (18), com uma sequência de depoimentos\n de testemunhas arroladas pela acusação. Foram ouvidos um vigia e dois peritos.\n O primeiro a depor foi o homem que trabalhava como vigilante na rua onde o\n crime ocorreu, uma testemunha protegida cujo nome não foi divulgado pelo\n Tribunal de Justiça. Ele confirmou ter visto o réu saindo da casa junto com\n outra pessoa na noite de 28 de março de 2004.\n \n Na\n sequência, o perito Daniel Romero Munhoz, professor de medicina legal, afirmou\n que o réu tinha uma lesão no pé após o assassinato. A testemunha, porém, evitou\n apontar o que causou o machucado. O terceiro a depor foi o perito criminal\n Adriano Iassmu Yonamine, que disse que a perícia apontou “a presença inequívoca\n de Gil Rugai” no local do crime.\n \n Na\n terça-feira (19), segundo dia de júri, foram ouvidas outras duas testemunhas de\n acusação e a primeira testemunha de defesa. O instrutor de voo Alberto Bazaia\n Neto, convidado pela acusação, declarou que Luis Carlos Rugai, pai do réu, lhe\n falou dias antes de ser morto que o filho o havia "roubado" e era\n "perigoso".\n \n Após\n o depoimento do instrutor de voo, os advogados de defesa de Gil Rugai chegaram\n a reclamar do fato de a polícia não ter apurado uma possível ligação do tráfico\n de drogas com o crime, mas o júri seguiu com o depoimento do delegado Rodolfo\n Chiarelli, que investigou o crime e foi arrolado também pela acusação. Ele\n voltou a acusar o estudante do assassinato.\n \n O\n último a ser ouvido na terça-feira foi o perito criminal Alberi Espindola,\n convidado pelos advogados do réu, que contestou o Instituto de Criminalística,\n apontando supostas falhas no procedimento dos peritos no caso.\n \n No\n terceiro dia do júri, na quarta-feira (20), seis testemunhas foram ouvidas,\n todas de defesa. Entre os principais depoimentos esteve o do irmão do réu, Leo\n Rugai, que afirmou acreditar na inocência do acusado. “Foi uma coisa olho no\n olho. Conheço ele, acredito nele”, afirmou ao advogado Thiago Anastácio, um dos\n defensores do réu.\n \n Também\n prestou depoimento o contador da “Referência Filmes”, Edson Tadeu de Moura, que\n afirmou que a contabilidade da empresa estava “em ordem” e disse desconhecer\n supostos desfalques.\n \n Foram\n ouvidos ainda a antropóloga Ana Lúcia Pastore Scheitzmeyer, o jornalista Valmir\n Salaro, da TV Globo, o vigia Valeriano Rodrigues dos Santos e o perito do\n Instituto de Criminalística (IC) Ricardo Salada. Duas testemunhas que seriam\n ouvidas, José Eugênio Moura e a perita Cristina Gonzalez, foram dispensadas\n pela defesa.\n \n \n \n \n