Geral
15/01/2012 11:35:33
Fábio Assunção compara ação da polícia na Cracolândia a passeio no zoológico
O artista usou a rede social Facebook para mostrar o seu repúdio às ações da polícia para coibir o tráfico e uso de drogas na região.
R7/AQ
O ator Fábio Assunção criticou a ação da polícia neste sábado (14) na \n Cracolândia, reduto de viciados em crack de São Paulo. Para ele, as \n autoridades passeiam pelo local como se estivessem no Simba Safari, em\n alusão ao zoológico localizado na zona sul da capital. O artista usou a\n rede social Facebook para mostrar o seu repúdio às ações da polícia \n para coibirnbsp;o tráfico e uso de drogas na região.nbsp;
\n "Nossas autoridades passeiam pela cracolândia como se estivessem no \n Simba Safari, olhando os animais do carro, rezando para não serem \n atacados", disse o ator.\n
\n Assunção, que já esteve internado em clínicas de recuperação para \n dependentes químicos, disse que quem anda batendo a cabeça não são os \n dependentes, mas a sociedade que se tornou indecente com tanta \n hipocrisia e demagogia em relação à problemática das drogas.\n
\n "Um dia seus filhos o farão pensar sobre isso de forma humanitária. \n Nada como um dia após o outro. Crime é fechar os olhos àquilo que \n precisa de inteligência e verdade, além, claro, de amor".\n
\n Desde o último dia 3, a Polícia Militar já prendeu 150 pessoas na ação \n de repressão ao tráfico e uso de entopercentes na região central da \n capital, conhecida como Cracolândia. Desde o início da operação, \n diversas organizações não-governamentais e associações tem se mobilizado\n para oferecer ajuda na reabilitação dos dependentes químicos.\n
Leia na íntegra o manifesto do ator:
\n
O que leio diariamente sobre a ação da polícia, visita das \n autoridades e discussões dos representantes da sociedade sobre a \n cracolândia, deixa evidente a dificuldade do homem em assumir e ser \n honesto frente a questão da dependência química no mundo ou aqui no \n Brasil, problemática grave e perigosa, vivida por 14% da população \n mundial, ou, 700 milhões de pessoas.nbsp;\n
\n
\n Delegada pelo estado aos homens discriminados pela sua pobreza e raça, \n os administradores da produção e distribuição de entorpecentes. Quem \n realmente anda batendo cabeça não me parece serem apenas os dependentes \n de álcool e drogas, os drogados como os seres fúteis e ignorantes \n costumam chamar, e sim a sociedade, que se torna indecente com tanta \n hipocrisia e demagogia.nbsp;
\n
\n Enquanto não nos libertarmos do nosso sentimento equivocado de \n superioridade aos que vivem num labirinto de desespero e solidão e \n enquanto não formos honestos com nossas vidas, essa tristeza vai \n continuar. Mas tudo bem, para quem prefere se declarar estrangeiro à \n essa questão. Um dia seus filhos o farão pensar sobre isso de forma \n humanitária. Nada como um dia após o outro. Crime é fechar os olhos \n àquilo que precisa de inteligência e verdade, além, claro, de amor.nbsp;
\n
\n Nossas autoridades passeiam pela cracolândia como se estivessem no Simba\n Safari, olhando os animais do carro, rezando para não serem atacados. O\n frágil não são os senhores, são as almas em busca do nada, sem a \n capacidade de desenhar um caminho verdadeiro. Aliás, minto, os frágeis \n são sim, os senhores, por que é preciso ser forte para vencer uma \n tempestade e os senhores não vivem sem seus guarda chuvas de papel.\n \n
\n "Nossas autoridades passeiam pela cracolândia como se estivessem no \n Simba Safari, olhando os animais do carro, rezando para não serem \n atacados", disse o ator.\n
\n Assunção, que já esteve internado em clínicas de recuperação para \n dependentes químicos, disse que quem anda batendo a cabeça não são os \n dependentes, mas a sociedade que se tornou indecente com tanta \n hipocrisia e demagogia em relação à problemática das drogas.\n
\n "Um dia seus filhos o farão pensar sobre isso de forma humanitária. \n Nada como um dia após o outro. Crime é fechar os olhos àquilo que \n precisa de inteligência e verdade, além, claro, de amor".\n
\n Desde o último dia 3, a Polícia Militar já prendeu 150 pessoas na ação \n de repressão ao tráfico e uso de entopercentes na região central da \n capital, conhecida como Cracolândia. Desde o início da operação, \n diversas organizações não-governamentais e associações tem se mobilizado\n para oferecer ajuda na reabilitação dos dependentes químicos.\n
Leia na íntegra o manifesto do ator:
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O que leio diariamente sobre a ação da polícia, visita das \n autoridades e discussões dos representantes da sociedade sobre a \n cracolândia, deixa evidente a dificuldade do homem em assumir e ser \n honesto frente a questão da dependência química no mundo ou aqui no \n Brasil, problemática grave e perigosa, vivida por 14% da população \n mundial, ou, 700 milhões de pessoas.nbsp;\n
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\n Delegada pelo estado aos homens discriminados pela sua pobreza e raça, \n os administradores da produção e distribuição de entorpecentes. Quem \n realmente anda batendo cabeça não me parece serem apenas os dependentes \n de álcool e drogas, os drogados como os seres fúteis e ignorantes \n costumam chamar, e sim a sociedade, que se torna indecente com tanta \n hipocrisia e demagogia.nbsp;
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\n Enquanto não nos libertarmos do nosso sentimento equivocado de \n superioridade aos que vivem num labirinto de desespero e solidão e \n enquanto não formos honestos com nossas vidas, essa tristeza vai \n continuar. Mas tudo bem, para quem prefere se declarar estrangeiro à \n essa questão. Um dia seus filhos o farão pensar sobre isso de forma \n humanitária. Nada como um dia após o outro. Crime é fechar os olhos \n àquilo que precisa de inteligência e verdade, além, claro, de amor.nbsp;
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\n Nossas autoridades passeiam pela cracolândia como se estivessem no Simba\n Safari, olhando os animais do carro, rezando para não serem atacados. O\n frágil não são os senhores, são as almas em busca do nada, sem a \n capacidade de desenhar um caminho verdadeiro. Aliás, minto, os frágeis \n são sim, os senhores, por que é preciso ser forte para vencer uma \n tempestade e os senhores não vivem sem seus guarda chuvas de papel.\n \n