\n \n O\n fotógrafo Sergio Silva, que cobria o quarto dia da manifestação contra o\n aumento das tarifas, na noite de quinta-feira (14), em São Paulo, foi atingido\n no olho esquerdo por uma bala de borracha. Ele seguia internado nesta manhã de\n sexta-feira (15) e corre risco de perder a visão, segundo a mulher. O hospital\n diz que estado de saúde ainda está sendo avaliado. Durante a manifestação, mais\n de 200 pessoas foram presas e várias ficaram feridas. Só a Santa Casa atendeu\n dez feridos, sendo a maioria deles com hematomas e escoriações.\n \n A\n mulher de Sérgio, a jornalista Kátia Passos, de 37 anos, contou ao G1\n que o fotógrafo tentava se proteger atrás de uma banca de\n jornal, na esquina da Consolação com a Rua Caio Prado, na região da Consolação.\n “Ele tentava se esconder atrás de uma banca de jornal. Ele fez uma foto e,\n quando foi se abaixar para ver como tinha ficado no painel de led, ele foi\n atingido”, disse.\n \n Ele ficou\n desacordado e foi levado para o hospital Nove de Julho. Durante a madrugada\n desta sexta, para o hospital H.Olhos, onde passará ao longo do dia por novas\n avaliações.\n \n O fotógrafo\n teve um trauma ocular, além de lesões oculares e fratura de órbita.nbsp; “A\n acuidade visual dele nesse momento é muita baixa. Ele corre um risco muito\n grande de ficar cego”, disse Kátia. No último boletim, porém, a equipe médica\n afirma que o paciente "será reavaliado e no momento não é possível afirmar\n o prognóstico visual.
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\n Ao conversar com a mulher, Sergio, que é fotógrafo há quatro anos, contou que a\n polícia estava pouco tolerante com os manifestantes. “A polícia estava com uma\n postura agressiva. Não precisava haver vandalismo para esse tipo de agressão”,\n relatou Kátia.
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\n O jornal “Folha de S.Paulo” diz que teve 7 repórteres atingidos no protesto,\n entre eles Giuliana Vallone e Fábio Braga, que levaram tiros de bala de\n borracha no rosto. Um cinegrafista foi atingido com spray de pimenta no rosto\n por um policial.
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\n Policiais
\n Segundo um balanço inicial da Polícia Militar, dez policiais ficaram feridos.\n Oito deles se machucaram no confronto ocorrido na esquina da Rua da Consolação\n com a Rua Maria Antônia.
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\n Violência
\n O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, voltou a criticar nesta manhã\n violência dos protestos contra o aumento de tarifas no transporte público e\n reiterou que não pretende voltar atrás no reajuste. “A Prefeitura não pode se\n submeter ao jogo de tudo ou nada. Ou é do jeito que eles querem ou não tem\n conversa."\n \n Ele também\n lembrou que, na manifestação de terça-feira, foram divulgadas cenas de\n policiais sendo agredidos. “Eu acredito que São Paulo convive muito bem com a\n democracia pacífica, com manifestações, protestos e contestações, mas não\n convive bem com a violência. Então quando há violência por parte dos\n manifestantes, como foi o caso do policial agredido, a população repudiou.\n Quando há abuso policial, também a população repudia”, disse.\n \n Protesto
\n A manifestação começou por volta das 17h em frente ao Theatro Municipal, no\n Centro de São Paulo. Enquanto lojistas fechavam as portas para evitar\n depredação, a Polícia Militar prendia dezenas para averiguação.\n \n O ato ocupou\n a Rua Xavier de Toledo, o Viaduto do Chá e seguiu pela Avenida Ipiranga. Ao\n menos duas pessoas foram presas na esquina das avenidas Ipiranga e São Luís por\n causa da depredação e pichação de um ônibus.\n \n Os\n manifestantes, cerca de 5.000 segundo a PM, usavam máscaras e narizes de\n palhaço. “Não aguentamos mais sermos explorados”, dizia uma das faixas.\n \n A Cavalaria\n da PM uniu-se ao Choque na Rua Maria Antônia, onde começaram os confrontos. A\n Universidade Mackenzie, que fica na esquina, fechou as portas.\n \n Segundo o\n major da PM Lídio, o acordo era para que os manifestantes não subissem em\n direção à avenida Paulista, o que não foi cumprido. “Se não é para cumprir\n acordo, aguentem os resultados”, disse.\n \n Os\n manifestantes tentaram subir a Rua da Consolação, por volta das 19h15, e houve\n dispersão. Parte seguiu até a Avenida Paulista, que voltou a ser interditada\n por volta das 21h30. Uma parte do grupo fez barricada uma com objetos queimados\n na Rua Fernando de Albuquerque.\n \n A\n polícia avançou com balas de borracha e gás lacrimogêneo sobre os manifestantes,\n que revidaram jogando pedras e garrafas em direção aos PMs.\n \n \n \n \n