VERSÃO DE IMPRESSÃO
Geral
14/01/2013 09:00:00
Fui teimoso e pedi ajuda a Deus, diz brasileiro achado no Peru
Em busca de ir "mais alto, mais longe e mais além", o professor de artes e artista plástico Claudinei Monteiro, 27 anos resgatado de uma fenda de 300 metros no Peru no último sábado , disse que a teimosia quase custou a sua vida na última semana.

Terra/HJ

\n \n Em busca de ir\n "mais alto, mais longe e mais além", o professor de artes e artista\n plástico Claudinei Monteiro, 27 anos nbsp;resgatado de uma fenda de 300 metros no Peru no\n último sábado , disse que a teimosia quase custou a sua vida na última semana.\n Ele desapareceu na quinta-feira, quando fazia uma trilha com dois amigos no\n Parque Nacional de Huascarán, localizado a 400 quilômetros ao\n norte de Lima, e caiu em uma fenda da montanha de Churup, ficando incomunicável\n durante dois dias. Ele disse que voltará para casa de ônibus, pelo Acre, pois\n não tem condições de pagar o bilhete aéreo. Sem telefone e com dificuldades\n para conversar com a família, ele deve chegar a Guarulhos em quatro dias. \n \n "Fui ver as\n belas lagunas desse parque e, mais acima, havia geleiras. Sou teimoso e subi\n onde possivelmente as pessoas não vão. Quando era hora de voltar, já havia\n escurecido. Liguei minha lanterna e fui caminhando em um trecho ruim, de mato,\n pedra e descida. Avistei uma luz ao longe e fui em direção a ela, mas havia um\n buraco por onde corria água. Quando coloquei os pés, não imaginava a\n profundidade. Caí escorregando e ralando os braços. Perdi uma lente do óculos e\n fiquei por lá", contou Monteiro. \n \n Ele disse que\n não perdeu a confiança em nenhum momento e que pensava o tempo todo na\n namorada, enquanto esperava por alguma comunicação: "O maior medo foi na\n queda, pois não sabia onde estava e nem quando ia acabar. Pedi ajuda a Deus\n para me livrar daquilo e só pensava na minha namorada, que está no Brasil.\n (...) Estava confiante, porque a estrada que eu avistava era um pouco\n movimentada. Eu acenava, gritava, pedia socorro, parecia até que algumas\n pessoas paravam." \n \n Frio e sonhos\n \n Com água e\n comida para três dias, além de poucos agasalhos, Monteiro protegia a cabeça com\n uma capa durante a noite e sonhava que estava sendo resgatado enquanto dormia.\n "Sonhava que as pessoas iam lá e havia um caminho para a cidade de Huaraz,\n mas quando acordava estava só, com frio e poucos recursos. Era triste",\n afirmou. \n \n "Fiquei\n dois dias no mesmo lugar e depois me arrisquei, tentando uma saída, sem\n sucesso. Quando me encontraram, eu estava pronto para passar outra noite, havia\n me encolhido e deitado. (...) Foi uma alegria muito grande ver o policial, dei\n um abraço nele e disse “gracias”! Fiquei muito feliz, me deram água, biscoitos\n e me trataram muito bem", completou. Ao ser localizado, ele ficou\n internado em um hospital da região e teve alta, indo a seguir para a capital. \n \n Lição de vida\n \n Em Cuzco desde\n 25 de dezembro, Claudinei Monteiro ficaria na região até o dia 27 de janeiro,\n mas antecipou o retorno depois do acidente e pretende encontrar a família logo.\n Segundo ele, o episódio foi uma lição de vida. "Acho que o susto foi bem\n maior para quem estava de fora, porém, sei que tenho de ser menos teimoso.\n Quero sempre mais, mais alto, mais longe, mais além. E isso nem sempre é\n bom", concluiu ele. \n \n Autoridades\n peruanas e brasileiras mantêm ainda as buscas por Artur Paschoali, 19 anos,\n desaparecido no Peru desde 21 de dezembro. Seus pais viajaram à cidade de Santa\n Teresa, onde ele trabalhava havia três meses na região turística de Machu\n Picchu. Artur desapareceu após supostamente sair para tirar fotos da região\n seguindo a trilha do Caminho Inca. \n \n Em 2012, o Ministério das\n Relações Exteriores recebeu 980 atestados de óbitos de brasileiros que residiam\n no exterior e perderam a vida das mais diferentes formas. O número é reunido\n pelas embaixadas e consulados espalhados pelo mundo e pode ser inferior ao dado\n real, já que se um brasileiro morrer longe de sua terra natal e nada for\n comunicado, ele não entrará na estatística oficial. Conforme o ministério,\n foram gastos R$ 2,2 milhões no ano passado com casos de desaparecimento,\n entrada negada em outros países, detenção em aeroportos, auxílio a doentes e\n assistência humanitária a presos, entre outros. nbsp;\n \n \n \n \n