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Geral
04/10/2012 07:13:20
Governo decide que vinagre de álcool não pode mais ter aparência de vinho tinto
O governo federal resolveu intervir no mercado de vinagres brasileiro e proibiu a adição indiscriminada de caramelo para que o produto não passe mais a impressão de ter como matéria-prima o vinho tinto.

IG/LD

\n \n O\n governo federal resolveu intervir no mercado de vinagres brasileiro e proibiu a\n adição indiscriminada de caramelo para que o produto não passe mais a impressão\n de ter como matéria-prima o vinho tinto. Com isso, o vinagre de álcool escuro,\n que responde hoje por 55% de um mercado de R$ 240 milhões anuais, desaparecerá\n de forma definitiva das gôndolas dos supermercados já a partir do mês que vem.\n De acordo com uma instrução normativa do Ministério da Agricultura que entra em\n vigor no próximo sábado, a partir da semana que vem os fabricantes não poderão\n mais colocar esse tipo de produto no mercado.\n \n Apesar\n de pouco conhecido do público consumidor, hoje cerca de 90% de todo o vinagre\n produzido no Brasil – 200 milhões de litros por ano – são feitos a partir do\n álcool da cana de açúcar. Apenas uma quantidade pequena é oriunda do vinho, ao\n contrário do que o seu nome faz acreditar. Para conseguir fazer com que o\n produto tivesse uma aparência semelhante ao do vinho, os fabricantes\n brasileiros adicionam quantidades variáveis de caramelo no vinagre produzido a\n partir da cana.\n \n O\n que muda agora, por decisão do governo, é a quantidade máxima permitida de\n caramelo a ser adicionada. “Os padrões técnicos impostos pela Instrução\n Normativa número 6 do Ministério da Agricultura farão com que não seja mais\n possível atingir a coloração escura. A quantidade de caramelo que poderemos\n adicionar só vai permitir que aquele vinagre de cor amarelada permaneça no\n mercado”, diz Marcelo Cereser, diretor superintendente da Castelo Alimentos e\n um dos diretores da Associação Nacional das Indústrias de Vinagre.\n \n Para\n conseguir adquirir vinagre escuro, o consumidor agora terá que desembolsar mais\n e comprar um produto que tenha como origem o vinho tinto, muito mais caro que o\n produzido a partir da cana de açúcar. Enquanto o custo de produção de um litro\n de vinagre a partir do vinho sai por R$ 0,53 para a indústria, o mesmo produto\n tendo como origem o álcool da cana de açúcar custa R$ 0,07.\n \n “É\n uma diferença brutal e essa lógica se repete em todo o mundo”, diz Cereser. De\n acordo com ele, em praticamente todos os países onde a produção de vinho não é\n farta e barata os produtores de vinagre utilizam álcool de outras matérias\n primas. “Nos Estados Unidos é o milho, no Japão o arroz e na Tailândia usam até\n folha de coco. Vinagre de vinho mesmo a preços populares, só na Europa mesmo”.\n \n A\n decisão do governo em publicar a instrução normativa que entra em vigor a\n partir de sábado tem, entre outras questões, a intenção de deixar isso mais\n claro para o consumidor. Além da limitação no volume de caramelo, os\n fabricantes também terão que seguir normas padronizadas de apresentação nas\n embalagens dos produtos. Os fabricantes poderão comercializar após a entrada em\n vigor da medida os estoques dos produtos que saírem das fábricas até o dia 5 de\n outubro.\n \n \n \n \n