Geral
18/06/2013 09:00:00
Haddad pede ajuda em decisão sobre tarifa e diz que pode "se subordinar"
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), admitiu pela primeira vez rever o valor da tarifa dos ônibus, depois de uma série de protestos contra o reajuste de R$ 3 para R$ 3,20.
G1/LD
\n \n O prefeito de São\n Paulo, Fernando Haddad (PT), admitiu pela primeira vez rever o valor da tarifa\n dos ônibus, depois de uma série de protestos contra o reajuste de R$ 3 para R$\n 3,20. Ele esteve reunido na manhã desta terça-feira (18) com integrantes do\n movimento que organiza as manifestações. "Se as pessoas me ajudarem a\n tomar uma decisão nessa direção [redução da tarifa], eu vou me subordinar à\n vontade das pessoas porque eu sou prefeito da cidade, para fazer o que a cidade\n quer que eu faça", afirmou.\n \n Haddad\n explicou, durante reunião extraordinária do Conselho da Cidade, que precisaria\n aumentar o subsídio pago às empresas de transporte coletivo. Atualmente, ele é\n de R$ 1,4 bilhão ao ano. Se o valor da tarifa fosse reduzido este ano, seriam\n necessários mais R$ 1,2 bilhão. Segundo estimativa do prefeito, em 2016 o\n governo municipal pagaria R$ 2,7 bilhões se a tarifa fosse congelada em R$ 3,\n como exigem os manifestantes. De acordo com a estimativa da prefeitura, seriam\n gastos R$ 8 bilhões em subsídios até 2016.\n \n Segundo\n Haddad, esse aumento pode trazer prejuízos a outros serviços públicos. Eu vou\n ter que explicar para a cidade que são R$ 2,7 bilhões que eu vou ter que\n arrumar. Apresentei nesse conselho um programa de metas que está aprovado no\n Orçamento, disse o prefeito.\n \n Ele\n disse que é preciso se preparar para essa "nova agenda". Esse\n cenário de congelamento da tarifa em R$ 3 não é um delírio, é um exercício de\n como o gestor público vai se preparar para enfrentar esta nova agenda que está\n na rua e a gente respeita, afirmou.\n \n Mais\n cedo, o prefeito disse ainda que o congelamento do valor da passagem de ônibus\n em R$ 3 até 2016 seria o equivalente a construir 200 mil casas populares,\n dobrar a rede de hospitais e contratar 20 mil médicos.\n \n "Na\n gestão [Luiza] Erundina, se propôs dobrar o IPTU para zerar a tarifa. Hoje\n dobrar o IPTU seria insuficiente, porque 60% dos impostos estão vinculados à\n saúde e educação pela Constituição", explicou.\n \n Segundo\n ele, dobrar o IPTU significaria a redução da tarifa em apenas 50%. Haddad pediu\n compreensão da população. "Nós queremos que a sociedade entenda o que está\n em jogo", afirmou.\n \n A\n maioria dos integrantes do conselho, composto por 136 representantes da\n sociedade, apoiou durante os discursos a revisão da tarifa do transporte\n público. O conselho é apenas consultivo e não pode tomar decisões pela\n Prefeitura. Entre os integrantes estão o ex-jogador de futebol Raí e o cardeal\n arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer.\n \n Os\n manifestantes disseram que foi a primeira vez que Haddad admitiu que pode rever\n o valor de R$ 3,20. Eles afirmaram que os protestos continuam até a revogação\n do aumento, mas que a Prefeitura abriu um caminho de negociação. A última\n manifestação, nesta segunda-feira (17), reuniu cerca de 65 mil pessoas.\n \n Desoneração
\n O prefeito viaja para Brasília nesta quarta-feira para cumprir uma agenda anteriormente\n marcada, mas disse que vai tentar falar com os representantes do governo\n federal para saber se haverá alguma desoneração de tributos da União em relação\n aos municípios.\n \n O\n secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, sugere outras fontes de\n recursos, além do valor pago pelos cofres municipais para subsidiar o valor da\n passagem. Uma das iniciativas, segundo ele, seria através da tributação do\n litro combustível diretamente nas bombas dos postos, e com repasse de verbas\n para a administração municipal.\n \n O\n secretário voltou a rebater as críticas sobre investimento nos ônibus\n municipais, dizendo que trem e Metrô são "transporte de massa" e que\n o ônibus deveria ser apenas um complemento.\n \n Palavras
\n No início da reunião, Haddad disse nunca ter usado nenhuma palavra que\n desmerecesse o movimento. "Eu nunca utilizei nenhuma palavra que\n desmerecesse o movimento. Nunca utilizei a palavra vândalo, baderneiro, isso\n não faz parte do meu vocabulário político, embora tenha recriminado a\n violência", disse o prefeito, em clara referência ao governador de São\n Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que, ao falar sobre um protesto na semana\n passada, disse que era intolerável a ação dos baderneiros.\n \n O\n prefeito falou também sobre a manifestação desta segunda. A manifestação de\n ontem, para a nossa felicidade, teve pouquíssimos incidentes. A cidade soube\n acolher, isso da parte das autoridades, da segurança pública, todo mundo\n compreendeu o sentido de conviver em São Paulo, isso foi muito bom, opinou.\n \n O\n convite para uma reunião com Haddad nesta quarta-feira (19) na sede do\n Sindicato dos Jornalistas foi refeito. O movimento diz que são 37 milhões de\n pessoas excluídas, no país todo, por causa do preço da tarifa e o aumento da\n passagem agrava ainda mais esse quadro.\n \n 5º dia de protesto
\n O quinto dia de protestos contra o aumento da tarifa do transporte em São Paulo\n foi marcado pela mobilização de mais de 65 mil pessoas em um movimento\n pacífico, que transformou vias importantes da cidade em "calçadões".\n Apesar disso,nbsp; o ato teve um tumulto isolado em frente ao Palácio dos\n Bandeirantes, na Zona Sul da capital paulista.\n \n As\n passeatas começaram pouco depois das 17h desta segunda-feira (17) no Largo da\n Batata, em Pinheiros, e passaram por ruas da região central, percorreram a\n Marginal Pinheiros e chegaram à sede do governo do estado.\n \n No\n Palácio dos Bandeirantes manifestantes arrombaram um portão, atiraram rojões\n contra policiais e vandalizaram dois ônibus nos arredores. A PM reagiu e não\n houve invasão. Ninguém havia sido preso até as 2h desta terça.\n \n O\n ponto onde ocorreu o tumulto foi apenas um dos destinos das passeatas desta\n segunda. As milhares de pessoas que inicialmente estavam concentradas em\n Pinheiros se dividiram pela cidade quando o ato começou.\n \n Uma\n parte seguiu pela Marginal Pinheiros, outra pela Avenida Faria Lima e um\n terceiro grupo ocupou a Avenida Paulista. Houve ainda protesto na frente da Assembleia\n Legislativa de São Paulo. O trajeto dos grupos foram apenas acompanhados pelos\n policiais, que não interviram e nem impediram a ocupação de vias.\n \n \n \n \n
\n O prefeito viaja para Brasília nesta quarta-feira para cumprir uma agenda anteriormente\n marcada, mas disse que vai tentar falar com os representantes do governo\n federal para saber se haverá alguma desoneração de tributos da União em relação\n aos municípios.\n \n O\n secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, sugere outras fontes de\n recursos, além do valor pago pelos cofres municipais para subsidiar o valor da\n passagem. Uma das iniciativas, segundo ele, seria através da tributação do\n litro combustível diretamente nas bombas dos postos, e com repasse de verbas\n para a administração municipal.\n \n O\n secretário voltou a rebater as críticas sobre investimento nos ônibus\n municipais, dizendo que trem e Metrô são "transporte de massa" e que\n o ônibus deveria ser apenas um complemento.\n \n Palavras
\n No início da reunião, Haddad disse nunca ter usado nenhuma palavra que\n desmerecesse o movimento. "Eu nunca utilizei nenhuma palavra que\n desmerecesse o movimento. Nunca utilizei a palavra vândalo, baderneiro, isso\n não faz parte do meu vocabulário político, embora tenha recriminado a\n violência", disse o prefeito, em clara referência ao governador de São\n Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que, ao falar sobre um protesto na semana\n passada, disse que era intolerável a ação dos baderneiros.\n \n O\n prefeito falou também sobre a manifestação desta segunda. A manifestação de\n ontem, para a nossa felicidade, teve pouquíssimos incidentes. A cidade soube\n acolher, isso da parte das autoridades, da segurança pública, todo mundo\n compreendeu o sentido de conviver em São Paulo, isso foi muito bom, opinou.\n \n O\n convite para uma reunião com Haddad nesta quarta-feira (19) na sede do\n Sindicato dos Jornalistas foi refeito. O movimento diz que são 37 milhões de\n pessoas excluídas, no país todo, por causa do preço da tarifa e o aumento da\n passagem agrava ainda mais esse quadro.\n \n 5º dia de protesto
\n O quinto dia de protestos contra o aumento da tarifa do transporte em São Paulo\n foi marcado pela mobilização de mais de 65 mil pessoas em um movimento\n pacífico, que transformou vias importantes da cidade em "calçadões".\n Apesar disso,nbsp; o ato teve um tumulto isolado em frente ao Palácio dos\n Bandeirantes, na Zona Sul da capital paulista.\n \n As\n passeatas começaram pouco depois das 17h desta segunda-feira (17) no Largo da\n Batata, em Pinheiros, e passaram por ruas da região central, percorreram a\n Marginal Pinheiros e chegaram à sede do governo do estado.\n \n No\n Palácio dos Bandeirantes manifestantes arrombaram um portão, atiraram rojões\n contra policiais e vandalizaram dois ônibus nos arredores. A PM reagiu e não\n houve invasão. Ninguém havia sido preso até as 2h desta terça.\n \n O\n ponto onde ocorreu o tumulto foi apenas um dos destinos das passeatas desta\n segunda. As milhares de pessoas que inicialmente estavam concentradas em\n Pinheiros se dividiram pela cidade quando o ato começou.\n \n Uma\n parte seguiu pela Marginal Pinheiros, outra pela Avenida Faria Lima e um\n terceiro grupo ocupou a Avenida Paulista. Houve ainda protesto na frente da Assembleia\n Legislativa de São Paulo. O trajeto dos grupos foram apenas acompanhados pelos\n policiais, que não interviram e nem impediram a ocupação de vias.\n \n \n \n \n