VERSÃO DE IMPRESSÃO
Geral
12/12/2013 07:57:35
Intérprete do cerimonial de Mandela se declara doente e pede desculpas
Foi levantada a suspeita de que Thamsaqa Jantjies, o centro da discussão, era, na verdade, um impostor.

Correio do Estado/LD

Antes\n mesmo de encerrar a cerimônia em homenagem ao ex-presidente \n sul-africano Nelson Mandela no estádio Soccer City, em Joanesburgo, na \n segunda-feira (10), uma polêmica em torno do intérprete de sinais que \n traduziu os discursos de autoridades como o presidente-norte-americano \n Barak Obama, o diretor-geral da ONU, Ban-Ki-Moon, além de personalidades\n africanas, ganhou as redes sociais e acabou forçando uma investigação \n do governo da África do Sul para apurar o caso. Foi levantada a suspeita\n de que Thamsaqa Jantjies, o centro da discussão, era, na verdade, um \n impostor.\n A deputada sul-africana Wilma Newhoudt, vice-presidente da Federação \n Mundial de Surdos, mostrou sua indignação ainda durante o tributo, por \n meio do microblog Twitter. Na rede social, ela pediu para que tirassem o\n intérprete ainda durante o evento e o criticou duramente. "Que vergonha\n esse homem que se chama intérprete no palco. O que ele está \n sinalizando? Ele sabe que surdos não podem vocalmente vaiá-lo", \n escreveu.\n Ontem o governo informou que estava apurando o caso do “falso” \n intérprete. Hoje, porém, após ser acusado de falsário e de ter simulado \n gestos, sem nenhuma proximidade com a linguagem de sinais, Jantjies \n concedeu entrevista a um repórter local se justificando. Ele disse que, \n durante o memorial com a presença de quase 100 chefes de Estado, sofreu \n um “episódio esquizofrênico”.\n Segundo Jantjies, de repente, começou a ter alucinações e ouvir vozes. \n Ele disse que toma medicação para esquizofrenia e não sabe o que levou \n ao surto, se a magnitude do trabalho que estava fazendo, e pediu \n desculpa. “Não tinha nada que eu poderia fazer. Estava sozinho em \n situação muito perigosa. Tentei me controlar e não mostrar ao mundo o \n que estava acontecendo. Eu sinto muito”.\n O intérprete disse que, quando a empresa que lhe emprega disse que \n trabalharia no memorial, ele se sentiu honrado por fazer parte do \n momento histórico. Jantjies receberia o equivalente a R$ 200. Apesar das\n alucinações, que prejudicaram seu trabalho em um dos momentos mais \n importantes da despedida ao maior líder de seu país e ganhador do prêmio\n Nobel da Paz em 1993, ele disse não podia sair do local e, então, \n continuou a fazer gestos sem sentido.\n “Essa doença é injusta. Qualquer um que não entenda essa doença vai \n pensar que eu estou inventando tudo”, desabafou ele, que dividiu com o \n presidente sul-africano Jacob Zuma, várias vezes vaiado durante a \n cerimônia, o foco das críticas nos últimos dias. O jornal que fez a \n entrevista informou que o homem, de 34 anos, mostrou documentos que \n comprovam seu trabalho como intérprete, incluindo fotos ao lado de \n autoridades em grandes eventos.