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24/04/2013 09:00:00
Jovem é primeira mulher indígena a tornar-se advogada em Mato Grosso do Sul
A jovem Kadiwéu Carla Mayara Alcântara Cruz foi aprovada na última prova da OAB e tornou-se a primeira advogada indígena de Mato Grosso do Sul.

Da Assessoria/LD

Foto: Divulgação
\n \n A jovem Kadiwéu\n Carla Mayara Alcântara Cruz foi aprovada na última prova da Ordem dos Advogados\n do Brasil (OAB) e tornou-se a primeira advogada indígena de Mato Grosso do Sul.\n O estado tem a segunda maior população indígena do país - cerca de 72 mil\n pessoas de oito etnias diferentes. Atualmente, contando com Carla, há apenas\n quatro advogados indígenas. Ela foi a primeira mulher indígena a conseguir o\n título.
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\n Filha de mãe Terena e pai Kadiwéu, a advogada nasceu e cresceu na aldeia Kadiwéu\n Alves de Barra, que pertence ao município de Porto Murtinho. A oportunidade de\n ingressar no Ensino Superior aconteceu quando a mãe, professora, conheceu o\n historiador Antônio Brand durante um curso de capacitação. “O professor Brand\n disse para a minha mãe que estava começando um projeto de apoio a acadêmicos indígenas na UCDB (Universidade Católica Dom\n Bosco) e sugeriu que eu viesse estudar em Campo Grande”, explica. Carla ingressou\n no curso de Direito em 2004 e foi uma das pioneiras no desenvolvimento do\n projeto Rede de Saberes de apoio à permanência de acadêmicos indígenas no\n ensino superior. Concluiu a graduação em 2009.
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\n Segundo Carla, os desafios passaram pela adaptação à cidade até à dificuldade\n com as matérias “uma das principais dificuldades dos acadêmicos indígenas é a\n língua. Estamos mais acostumados com nossas línguas tradicionais, então ás\n vezes é mais difícil compreender os conteúdos. Além disso, a rotina da\n faculdade é muito diferente, a adaptação foi complicada.
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\n Na época éramos poucos indígenas na UCDB, no máximo dez. Eu consegui superar\n graças ao professor Brand e o projeto Rede de Saberes. Os cursos de extensão e\n monitorias e também os encontros ajudaram muito”.
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\n Passar no exame da Ordem foi o último desafio para realizar o sonho de ser advogada.\n “Agora eu pretendo advogar em prol dos indígenas. O direito indígena ainda é muito\n desconhecido pelos profissionais da área, muitos não sabem como aplicar. Quero\n continuar estudando. Fazer mestrado, doutorado e ajudar minha comunidade”,\n afirma.
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\n Projeto Rede de Saberes
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\n O Rede de Saberes é um projeto de apoio à permanência de indígenas no ensino\n superior viabilizado com recursos da Fundação Ford. Teve início em 2005 e é uma\n parceria entre a UCDB por meio do Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações\n Indígenas (NEPPI), a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), a Universidade\n Federal da Grande Dourados (UFGD) e a Universidade Federal de Mato Grosso do\n Sul de Aquidauana (UFMS). Ele estimula e orienta a iniciação científica, tem laboratório de informática e oferece\n cursos de extensão e monitorias. O coordenador geral é o professor Antônio\n Hilário Aguilera (UFMS). Na UCDB, o projeto é coordenado pela professora Eva\n Ferreira e atualmente atende 85 acadêmicos indígenas.\n \n \n \n \n