Geral
20/09/2013 07:11:01
Mandante do assassinato de Dorothy Stang é condenado a 30 anos de prisão
O julgamento, o quarto realizado, após recursos dos advogados do réu, durou mais de 14 horas. A sentença foi lida pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa.
Terra/PCS
\n \n A Justiça do Pará condenou, no fim desta\n noite dessa quinta-feira, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, a 30\n anos de prisão, inicialmente em regime fechado, pela morte da missionária\n Dorothy Stang, na qualidade de coautor e mandante do crime. O julgamento, o\n quarto realizado, após recursos dos advogados do réu, durou mais de 14 horas. A\n sentença foi lida pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa.\n \n Após o anúncio, amigos e integrantes de\n movimentos sociais que acompanharam o júri festejaram a decisão dos jurados,\n que por maioria dos votos, acolheram a tese acusatória sustentada pelo promotor\n de justiça Edson Souza, de que o fazendeiro é coautor de homicídio duplamente\n qualificado. O juiz também determinou na sentença que o condenado terá que\n arcar com o pagamento das custas do processo.\n \n O plenário do júri permaneceu o tempo todo\n lotado com dezenas de pessoas, a maioria delas, ligadas a movimentos sociais,\n incluindo a congregação religiosa da qual a vítima integrava. Presentes também\n no plenário do júri dois irmãos da vítima, além do procurador federal Felício Pontes\n e Mery Cohen, da Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos.\n \n Dorothy Stang foi morta a tiros no\n município de Anapu, no sudoeste paraense, em 12 de fevereiro de 2005. De acordo\n com o Ministério Público, ela foi assassinada porque defendia a implantação de\n assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram disputadas\n por fazendeiros e madeireiros da região.#8203;\n \n As investigações das polícias Civil e\n Federal na época do crime indicaram que Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo\n Batista foram os autores do assassinato. Amair Feijoli Cunha, o Tato, foi\n apontado como intermediário. Ele foi contratado por Bida e por Regivaldo\n Pereira Galvão, conhecido como Taradão, que pagaram R$ 50 mil pelo assassinato\n da missionária, conforme a investigação. A defesa de Bida alegou que não havia\n evidências suficientes que comprovasse o envolvimento do fazendeiro no caso.\n \n Condenado a 30 anos no primeiro julgamento,\n em 2007, Bida teve direito a novo júri em 2008, quando foi absolvido. O segundo\n julgamento, no entanto, foi anulado por fraude processual. No terceiro\n julgamento, que durou mais de 50 dias, Bida voltou a ser condenado, mas os\n advogados conseguiram a anulação alegando cerceamento de defesa.\n \n Na ocasião, o fazendeiro foi a júri\n representado por um defensor público, que admitiu posteriormente não ter tido\n acesso a todo o processo, o que foi usado pela defesa posterior de Bida para\n pedir a anulação do julgamento.\n \n \n