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14/09/2021 13:55:00
Mato Grosso do Sul está acima da média nacional em uso de drogas ilícitas por adolescentes

Midiamax/LD

Alerta para pais e responsáveis! Mato Grosso do Sul e Campo Grande estão acima das médias nacional e por capitais de consumo de drogas ilícitas por adolescentes de 13 a 17 anos, de acordo com a PeNSE 2019 (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar), divulgada sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre as drogas investigadas pela pesquisa estão maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança-perfume e ecstasy.

O estudo foi feito com estudantes que estão frequentando do 7º ao 9º ano do ensino fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio.

Aos alunos, foi perguntado se já experimentaram drogas ilícitas alguma vez, se experimentaram antes dos 13 anos, se usaram drogas ilícitas nos 30 dias anteriores à pesquisa e se fizeram o uso de maconha e crack durante esse período.

Mato Grosso do Sul esteve acima da média nacional em todos os questionamentos acima, assim como Campo Grande superou a média entre as capitais nas mesmas categorias. O percentual nacional de estudantes que já experimentaram drogas ilícitas alguma vez ficou em 13%, enquanto o estadual foi de 14,4%. O percentual entre as capitais foi de 15,7%, já em Campo Grande, 18,3%.

Vários fatores podem influenciar no consumo precoce de drogas ilícitas. A psicóloga, Rosângela Barros, destaca que a adolescência é uma fase do desenvolvimento em que o indivíduo fica vulnerável ao passar por diversas mudanças físicas e psicológicas, tornando-se, assim, grupo de risco. “O anseio por novas experiências característico dessa fase, a necessidade de afirmação e pertencimento ao grupo, que pode levar os adolescentes a entrar em contato com a droga. Além de conflitos familiares, onde a droga passa a ser vista como um escape da realidade”, afirma a psicóloga.

Com relação ao primeiro contato com as drogas, o Estado registrou 5% de adolescentes que usaram drogas ilícitas pela primeira vez com 13 anos ou menos, um pouco mais da média nacional de 4,3%. A média entre as capitais ficou em 5%, abaixo dos 6,4% registrados na Capital sul-mato-grossense.

As consequências do uso precoce de drogas podem permanecer para o resto da vida. “As consequências variam desde prejuízos nas funções psíquicas como, memória e aprendizagem, prejuízos no raciocínio, até o desenvolvimento da dependência química”, pontua Barros.

O percentual de escolares que usaram drogas nos 30 dias anteriores à pesquisa no Brasil foi de 5,1% e, em Mato Grosso do Sul, 5,7%. Entre as capitais, o percentual ficou em 6%, mas em Campo Grande atingiu 8,4%, acima de todas as outras capitais da região Centro-Oeste.

Com relação ao uso de maconha no período de 30 dias antes da pesquisa, o Brasil teve percentual de 5,3% e Mato Grosso do Sul, 5,8%. Novamente, Campo Grande teve um aumento mais expressivo com relação à média das capitais, registrando 8,3% contra 6,2%. Mais uma vez, foi a capital com maior percentual do Centro-Oeste.

Sobre o uso de crack nos 30 dias anteriores à pesquisa, MS ficou apenas 0,1% acima da média nacional, que foi de 0,6%. Porém, Campo Grande teve um percentual de 1,6% enquanto a média das capitais ficou em 0,5%. Assim como nas categorias anteriores, Campo Grande ficou acima de Goiânia, Brasília e Cuiabá.

Para os pais e responsáveis fica o alerta para observar mudanças de comportamento nos jovens, pois isso pode indicar uso de substâncias químicas. “Um jovem que sempre foi comunicativo, próximo à família, de repente fica mais recolhido, quieto, isolado. Mudanças de humor, maior irritação, por exemplo, alterações de sono e apetite”, elenca a psicóloga. Barros também ressalta a procura ou necessidade de dinheiro como indicadores da ocorrência do uso de drogas.

Além disso, a psicóloga reforça a importância do diálogo como forma de prevenção e também de suporte a esses adolescentes. “É importante praticar essa observação e principalmente criar um espaço de diálogo, falar abertamente sobre o assunto ajuda, mostrar pro adolescente que ele tem na família esse espaço de comunicação e vínculo”.

Suporte profissional

A procura de apoio profissional é de extrema necessidade em casos de dependência química. Campo Grande conta com um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Infanto-Juvenil, que oferta atendimento especializado para crianças e adolescentes com transtornos mentais e em uso de álcool e outras drogas. O atendimento no CAPS é feito por meio de encaminhamento pela atenção básica ou em situação de surto.