Geral
03/07/2013 09:00:00
Medicina é o curso mais vantajoso para futuros profissionais, avalia Ipea
Medicina é o curso superior que oferece mais vantagens profissionais, atualmente, segundo o estudo Radar: Perspectivas Profissionais - Níveis Técnico e Superior, divulgado hoje (3), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Agência Brasil/LD
\n \n Medicina é o curso superior que oferece\n mais vantagens profissionais, atualmente, segundo o estudo Radar: Perspectivas\n Profissionais - Níveis Técnico e Superior, divulgado hoje (3), pelo Instituto\n de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o instituto, baseado em\n informações de 2009 a 2012 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados\n (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), uma avaliação que considera\n salário, jornada de trabalho, facilidade de se conseguir um emprego e cobertura\n previdenciária faz que a carreira médica tenha as condições consideradas as\n mais interessantes a um futuro profissional. Atualmente, o curso é um dos mais\n cobiçados nos vestibulares, momento em que os jovens têm de decidir suas\n profissões. \n \n A\n carreira de medicina foi a vencedora disparada, com um índice 30% maior do que\n a segunda colocada, odontologia. Medicina já era a líder do ranking na década\n passada, informou o estudo, coordenado pelo presidente do Ipea e atual\n ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da\n República, Marcelo Neri. \n \n O\n salário médio dos médicos ao longo da carreira, segundo o Ipea, é o mais alto:\n R$ 8,4 mil; seguido pelo dos empregados no setor militar e de segurança, R$ 7,6\n mil; e dos profissionais em serviços de transporte (engenheiros de trânsito,\n especialistas em logística, pilotos de aviação, administradores de portos e\n aeroportos, por exemplo), R$ 6 mil. \n \n Não\n só a remuneração, no entanto, coloca a medicina em primeiro lugar no ranking de\n profissões do instituto. A facilidade de encontrar um emprego, expresso pela\n taxa de ocupação de 97% dos médicos formados, também a maior entre as carreiras\n e a cobertura previdenciária, de 93,3%, são fatores determinantes. \n \n Em\n relação à jornada de trabalho, os médicos não estão entre os cinco que\n trabalham mais horas por semana. Os profissionais que passam mais horas\n semanais dedicadas ao emprego, são os engenheiros mecânicos e especialistas em\n metalurgia, 42,8h, o que corresponde a mais de oito horas por dia, jornada\n normal estabelecida pela legislação trabalhista brasileira. Outras carreiras\n que também têm jornadas mais extensas que o normal são as nos setores\n farmacêutico - 42,6h - e de engenharia, produção e processamento, 42,5h. \n \n Os\n médicos e os estudantes de medicina, no entanto, dizem que a situação da\n carreira não é bem essa que pinta o estudo do Ipea o que tem sido, inclusive,\n questão de protestos nas últimas semanas. Eles reclamam das condições de\n trabalho, dos salários baixos, especialmente nos primeiros anos de profissão, e\n das jornadas de trabalho excessivas. \n \n Infelizmente,\n na prática, não funciona assim. As cargas horárias são muito pesadas. Não é\n raro um médico recém-formado ter de trabalhar 60 horas semanais para ganhar\n mais ou menos R$ 2 mil. É um pouco frustrante estudar muito durante seis anos\n para ganhar isso, explicou a formanda em medicina, Simone de Almeida. \n \n Além\n da extensa jornada de trabalho, segundo ela, muitos colegas ainda têm de manter\n um segundo emprego, geralmente em forma de plantões, para complementar o\n salário, especialmente os que fazem a residência fora da cidade de origem e em\n hospitais públicos, em que recebem uma bolsa de estudos em média no valor de R$\n 2,6 mil, incluindo auxílio-moradia. \n \n O\n lado positivo, em contraponto, é a certeza de que haverá emprego garantido,\n devido à demanda por mão de obra médica. Antes mesmo de se formar, a futura\n doutora já recebeu propostas de emprego. O problema, de fato, não é conseguir\n um emprego, mas ter as condições para trabalhar. Há lugares inseguros, em que a\n questão não é a infraestrutura ou a falta de material, mas a falta de\n segurança. No hospital onde trabalho, tem gente que entra com chute querendo\n bater no médico porque a fila está enorme. Isso não é culpa do médico, é da\n gestão na Saúde. As condições de trabalho muitas vezes não compensam, disse\n Simone Almeida. \n \n Em\n contraponto à medicina, primeira colocada no ranking do Ipea, as profissões de\n nível superior ligadas a religião, ética e filosofia e educação física e\n esportes são as que oferecem as piores condições no mercado de trabalho,\n segundo os critérios avaliados. Por um lado, essas três carreiras têm baixa\n jornada de trabalho, entre 37h e 39h semanais, o que é um ponto positivo. Por\n outro, oferecem, em média, baixos salários que variam de R$ 2,1 mil a R$ 2,7\n mil, além de baixa cobertura previdenciária e taxa de ocupação média de 89% dos\n profissionais formados têm emprego). \n \n \n \n \n