Geral
24/05/2013 08:33:17
Michel Teló diz que ex não soube lidar com o sucesso
O clima é de fim de festa no quarto de hotel escolhido pela gravadora do cantor para promover seu novo trabalho, Sunset.
Terra/AB
\n \n Michel\n Teló olha para o teto, depois olha para baixo. Por alguns segundos, reflete,\n observa à sua volta, balança a cabeça. O sorriso fácil surge logo. "É\n inacreditável, inacreditável", desabafa. Apesar dos 20 anos dedicados à\n música, nem o cantor paranaense imaginava que um dia se tornaria o maior\n fenômeno do mercado fonográfico brasileiro dos últimos anos. E tudo graças a\n uma única canção. "Quando a gente ouviu Ai Se Eu te Pego pela primeira vez\n teve até um receio pela simplicidade da música. Aí eu a testei em um show e foi\n uma loucura. Nunca tinha visto algo parecido", recorda.\n \n O\n clima é de fim de festa no quarto de hotel escolhido pela gravadora do cantor\n para promover seu novo trabalho, Sunset. Acompanhado por duas assessoras e pelo\n inseparável empresário e irmão Teófilo, Michel concedeu entrevistas à imprensa\n desde as 11h, maratona cansativa, confirmada pelo semblante do paranaense.\n "Daria até pra dormir lá dentro", brinca por volta das 19h, apontando\n para o dormitório separado por apenas uma porta do local onde se encontra com a\n reportagem do Terra, recinto com um grande e confortável sofá, duas poltronas e\n adornado com um pequeno banner do CD e DVD gravados ao vivo, que lança nesta\n quinta-feira (23). "Vocês querem alguma coisa? Água, um petisco",\n oferece, simpaticamente.\n \n Apesar\n de ser a última da série de entrevistas da última segunda (20), o processo de\n promoção do novo trabalho com a imprensa está apenas começando. Depois dos 12\n veículos atendidos na data, Teló ainda tem mais dois dias de agenda cheia, nos\n quais passará outras longas horas debatendo a respeito de sua vida, sertanejo\n universitário e, principalmente, dos rumos de sua carreira após Ai se eu te\n Pego, hit que elevou seu status ao de mais conhecido artista brasileiro no País\n e no mundo.\n \n Desde\n que foi lançada, em julho de 2011, no YouTube, a canção, uma mistura pop de\n forró com sertanejo, quebrou toda e qualquer expectativa de seus produtores,\n tornando-se, mais do que um sucesso, um fenômeno da música nacional. Só na\n página do cantor na rede social, Ai Se Eu te Pego tem mais de 500 milhões de\n visualizações, número traduzido em cifras, com vendagem de mais de 7 milhões de\n cópias apenas em 2012 - sexto single mais vendido do mundo naquele ano.\n \n "A\n gente tem a alegria e o orgulho de dizer que estouramos no mundo inteiro\n cantando em português, o que é realmente difícil de acontecer", sorri\n Teló, uma personalidade global aos 32 anos. Além das fronteiras brasileiras, o\n paranaense de origem simples e cara de bom moço conseguiu atingir o topo das paradas\n de sucesso de 16 países, ganhar certificações de Discos de Ouro e Platina em\n doze deles e ser honrado com dois prêmios de melhor música no renomado\n Billboard Latin Music Awards, realizado em Miami, na semana passada. Tudo\n graças a Ai Se Eu Te Pego. Na América Latina e Europa de hoje, a canção se\n tornou sinônimo tão grande de Brasil quanto são nomes como Pelé e Ronaldinho -\n e rendeu turnês com shows lotados em diversos países.\n \n "A\n gente não acreditava quando começava a puxar uma música em português e aquela multidão\n de croatas, eslovenos, franceses, romenos, russos, suíços cantava junto. É\n realmente incrível", recorda Teló, que ainda se emociona com as\n lembranças. "Eu saía meio que chorando de praticamente todos os shows,\n porque é uma benção de Deus, um presente de Deus poder viver isso. E eu tive\n essa oportunidade", sorri, com os olhos brilhando.\n \n Assim,\n Sunset não pode ser encarado apenas como mais um trabalho do cantor. Sucessor\n direto de Michel Na Balada, disco que lançou oficialmente Ai Se Eu te Pego no\n mercado, o CD/DVD traz 14 faixas calcadas no estilo sertanejo universitário que\n Michel ajudou a popularizar, com participações de nomes da nova geração com\n enorme sucesso no País como Paula Fernandes e Bruno, do grupo Sorriso Maroto.\n \n O\n planejamento, ao menos, começou correto. A exemplo do que vem sendo feito nos\n últimos anos - e do método adotado pelo próprio Teló em sua carreira solo - ,\n Sunset foi inteiramente gravado ao vivo, apesar de ser um trabalho de inéditas.\n A escolha dos locais também parece ter sido estratégica: praias paradisíacas de\n Florianópolis, Angra dos Reis e Guarujá, com público formado por jovens\n abastados e beldades com roupinhas reveladoras, cuidadosamente destacadas no\n DVD.\n \n "Gosto\n da vibe do ao vivo, das pessoas comigo. A energia é diferente. Me diverti muito\n fazendo", afirma Teló, explicando a escolha do mar como cenário em um\n estilo de música cuja raiz é o campo. "Sou um cara que, tendo uma\n folguinha, vou pra praia. Curto muito essa vibe. Ficou show de bola, os lugares\n são lindos. Praia é praia, né? Tem outro ambiente, a energia é muito\n gostosa."\n \n Lições da fama
\n "Quando começou tudo isso, até me assustei um pouco. Qualquer coisa que\n você faz vem imprensa, vira notícia", explica Teló, entre um gole e outro\n de água. Esse primeiro impacto tem motivo de ser. Até 2011, o cantor era no\n máximo conhecido por seu trabalho no Grupo Tradição, cujo sucesso foi ínfimo se\n comparado à fase iniciada com Fugidinha naquele ano. Hoje, ele coleciona\n histórias típicas de astros do rock.\n \n "Já\n aconteceu de fã se esconder no meu quarto, de se disfarçar de funcionário de\n hotel", diverte-se o cantor, contando ter vivido um assédio das fãs\n "inacreditável", como classifica, até do outro lado do Atlântico, em\n sua passagem pela Europa. "Um dia, antes do show na Croácia, eu quis ir na\n praia. Pô, tava na Croácia, né?", empolga-se. "Chegamos lá, sentamos,\n eu tava de boa. Mas, na hora em que fui pro mar, algumas pessoas me\n reconheceram. Aí começaram a tirar umas fotos e não consegui mais sair de\n lá."\n \n Diferente\n de outros artistas, no entanto, Teló afirma encarar com naturalidade situações\n do tipo: "às vezes tem artista que reclama, pô, perdi a privacidade!.\n Mas a gente luta a vida inteira pra isso, pra ter o reconhecimento, pra receber\n o carinho das pessoas, pra ter esse sucesso. E não tem jeito. Você canta uma\n música pra todo mundo cantar e quer passar despercebido ali? Não vai".\n \n Mas\n nem tudo é positivo. Se a conta bancária engordou e o assédio se tornou parte\n do cotidiano, a falta de tempo devido ao enorme volume de shows - média de 200\n por ano -, afetou com severidade a vida pessoal do cantor. Em fevereiro do ano\n passado, após meses de crises e desentendimentos, Teló viu seu casamento com a\n dentista Ana Carolina ir para o buraco, depois de seis anos juntos - três de\n união civil.\n \n Em\n um momento raro na entrevista, o cantor deixa um pouco de lado o sorriso que a\n todo momento estampa o seu rosto. "Eu vinha trabalhando já há bastante\n tempo. A nossa vida é diferente, é de estrada, de muito trabalho. E eu já vinha\n do hit da Fugidinha, que foi uma loucura. Aí já emendou com 2012, com a Ai Se\n Eu te Pego", lembra. "E você tem que saber lidar com isso, o que não\n aconteceu. Quando o casal acaba não sabendo lidar com esse sucesso, com esse\n momento, não vai dar certo. E não deu."\n \n Quaisquer\n erros que tenham sido cometidos no relacionamento anterior, no entanto,\n acabaram sendo motivo de aprendizado para o atual namoro, com a atriz Thais\n Fersoza. Os rumores de que os dois estariam saindo começaram já em maio do ano\n passado, três meses após o anúncio do divórcio com Ana. O casal assumiu o\n relacionamento publicamente meses depois, em setembro. Hoje, até\n música dedicada à namorada - Aconteceu, 10ª faixa do novo trabalho - Teló já\n tem.\n \n "A\n Thais compreende isso. São 20 anos de luta. Então, poxa, a hora que chega esse\n momento tão especial é pra curtir junto, pra se divertir junto", explica.\n "Foi incrível poder estar junto, estar se conhecendo, se curtindo,\n namorar, mesmo no trabalho."\n \n Feeling
\n Michel Teló é, também, compositor. Mas não é por essa qualidade que ele se\n destacou musicalmente. Basta observar o pouquíssimo número de canções escritas\n pelo cantor em seus discos - e o fato de que nenhuma delas, à exceção de Ei,\n Psiu! Beijo Me Liga, tenha se tornado hit. Fugidinha é originalmente um pagode\n do Exaltasamba; Humilde Residência, um samba-rock/sertanejo da dupla Luiz\n Henrique e Fernando; o maior sucesso do paranaense, Ai Se Eu te Pego, tem como\n responsáveis autores do forró nordestino. No entanto, após anos de estrada, ele\n e o irmão Teófilo, autor de diversas canções do sertanejo, desenvolveram o que\n Michel define como "feeling para o hit". Não é uma ciência exata,\n mas, assim como tantos músicos e produtores, ambos sabem qual canção tem\n maiores chances de se sair bem no mercado. "Quando comecei a cantar, 20\n anos atrás, era música regional e eu mal e mal tocava na cidade. Mas você vai\n adquirindo um feeling para deixar sua música mais popular para que as pessoas\n curtam", afirma.\n \n "Quando\n começou minha carreira solo e surgiu a Ei, Psiu! Beija me Liga, a gente tinha\n certeza que a música ia tocar, porque ela tinha uma coisa diferente, a galera\n ia curtir. A Fugidinha, quando apareceu, de cara a gente percebeu que a música\n era demais, só tinha que acertar o arranjo, a melodia, com o papo da música. A\n gente sente que tem algo diferente na música e aí, graças a Deus, acontece, a\n galera compra a ideia. Mas é difícil, não são todas."\n \n Sunset\n já tem sua candidata ao posto de hit. Lançada há dois meses no canal oficial do\n cantor no You Tube, Amiga da Minha Irmã possui atualmente mais de 6 milhões de\n visualizações na página, número promissor se comparado ao de Fugidinha, seu\n segundo maior hit, com cerca de 61 milhões nos últimos três.\n \n Entretanto,\n o montante parece pequeno para uma faixa inédita de um artista cujo último grande\n sucesso, no ano passado, alcançou mais de meio bilhão de visualizações no mesmo\n site. Assim, seria possível voltar a atingir algum dia o sucesso conquistado\n com Ai Se Eu te Pego? Teló ri discretamente, olha para a reportagem, mas não\n responde. "É difícil, não é?", o Terra insiste. O cantor sorri,\n balança levemente a cabeça e reafirma: "é inacreditável essa música".nbsp;\n \n \n \n \n
\n "Quando começou tudo isso, até me assustei um pouco. Qualquer coisa que\n você faz vem imprensa, vira notícia", explica Teló, entre um gole e outro\n de água. Esse primeiro impacto tem motivo de ser. Até 2011, o cantor era no\n máximo conhecido por seu trabalho no Grupo Tradição, cujo sucesso foi ínfimo se\n comparado à fase iniciada com Fugidinha naquele ano. Hoje, ele coleciona\n histórias típicas de astros do rock.\n \n "Já\n aconteceu de fã se esconder no meu quarto, de se disfarçar de funcionário de\n hotel", diverte-se o cantor, contando ter vivido um assédio das fãs\n "inacreditável", como classifica, até do outro lado do Atlântico, em\n sua passagem pela Europa. "Um dia, antes do show na Croácia, eu quis ir na\n praia. Pô, tava na Croácia, né?", empolga-se. "Chegamos lá, sentamos,\n eu tava de boa. Mas, na hora em que fui pro mar, algumas pessoas me\n reconheceram. Aí começaram a tirar umas fotos e não consegui mais sair de\n lá."\n \n Diferente\n de outros artistas, no entanto, Teló afirma encarar com naturalidade situações\n do tipo: "às vezes tem artista que reclama, pô, perdi a privacidade!.\n Mas a gente luta a vida inteira pra isso, pra ter o reconhecimento, pra receber\n o carinho das pessoas, pra ter esse sucesso. E não tem jeito. Você canta uma\n música pra todo mundo cantar e quer passar despercebido ali? Não vai".\n \n Mas\n nem tudo é positivo. Se a conta bancária engordou e o assédio se tornou parte\n do cotidiano, a falta de tempo devido ao enorme volume de shows - média de 200\n por ano -, afetou com severidade a vida pessoal do cantor. Em fevereiro do ano\n passado, após meses de crises e desentendimentos, Teló viu seu casamento com a\n dentista Ana Carolina ir para o buraco, depois de seis anos juntos - três de\n união civil.\n \n Em\n um momento raro na entrevista, o cantor deixa um pouco de lado o sorriso que a\n todo momento estampa o seu rosto. "Eu vinha trabalhando já há bastante\n tempo. A nossa vida é diferente, é de estrada, de muito trabalho. E eu já vinha\n do hit da Fugidinha, que foi uma loucura. Aí já emendou com 2012, com a Ai Se\n Eu te Pego", lembra. "E você tem que saber lidar com isso, o que não\n aconteceu. Quando o casal acaba não sabendo lidar com esse sucesso, com esse\n momento, não vai dar certo. E não deu."\n \n Quaisquer\n erros que tenham sido cometidos no relacionamento anterior, no entanto,\n acabaram sendo motivo de aprendizado para o atual namoro, com a atriz Thais\n Fersoza. Os rumores de que os dois estariam saindo começaram já em maio do ano\n passado, três meses após o anúncio do divórcio com Ana. O casal assumiu o\n relacionamento publicamente meses depois, em setembro. Hoje, até\n música dedicada à namorada - Aconteceu, 10ª faixa do novo trabalho - Teló já\n tem.\n \n "A\n Thais compreende isso. São 20 anos de luta. Então, poxa, a hora que chega esse\n momento tão especial é pra curtir junto, pra se divertir junto", explica.\n "Foi incrível poder estar junto, estar se conhecendo, se curtindo,\n namorar, mesmo no trabalho."\n \n Feeling
\n Michel Teló é, também, compositor. Mas não é por essa qualidade que ele se\n destacou musicalmente. Basta observar o pouquíssimo número de canções escritas\n pelo cantor em seus discos - e o fato de que nenhuma delas, à exceção de Ei,\n Psiu! Beijo Me Liga, tenha se tornado hit. Fugidinha é originalmente um pagode\n do Exaltasamba; Humilde Residência, um samba-rock/sertanejo da dupla Luiz\n Henrique e Fernando; o maior sucesso do paranaense, Ai Se Eu te Pego, tem como\n responsáveis autores do forró nordestino. No entanto, após anos de estrada, ele\n e o irmão Teófilo, autor de diversas canções do sertanejo, desenvolveram o que\n Michel define como "feeling para o hit". Não é uma ciência exata,\n mas, assim como tantos músicos e produtores, ambos sabem qual canção tem\n maiores chances de se sair bem no mercado. "Quando comecei a cantar, 20\n anos atrás, era música regional e eu mal e mal tocava na cidade. Mas você vai\n adquirindo um feeling para deixar sua música mais popular para que as pessoas\n curtam", afirma.\n \n "Quando\n começou minha carreira solo e surgiu a Ei, Psiu! Beija me Liga, a gente tinha\n certeza que a música ia tocar, porque ela tinha uma coisa diferente, a galera\n ia curtir. A Fugidinha, quando apareceu, de cara a gente percebeu que a música\n era demais, só tinha que acertar o arranjo, a melodia, com o papo da música. A\n gente sente que tem algo diferente na música e aí, graças a Deus, acontece, a\n galera compra a ideia. Mas é difícil, não são todas."\n \n Sunset\n já tem sua candidata ao posto de hit. Lançada há dois meses no canal oficial do\n cantor no You Tube, Amiga da Minha Irmã possui atualmente mais de 6 milhões de\n visualizações na página, número promissor se comparado ao de Fugidinha, seu\n segundo maior hit, com cerca de 61 milhões nos últimos três.\n \n Entretanto,\n o montante parece pequeno para uma faixa inédita de um artista cujo último grande\n sucesso, no ano passado, alcançou mais de meio bilhão de visualizações no mesmo\n site. Assim, seria possível voltar a atingir algum dia o sucesso conquistado\n com Ai Se Eu te Pego? Teló ri discretamente, olha para a reportagem, mas não\n responde. "É difícil, não é?", o Terra insiste. O cantor sorri,\n balança levemente a cabeça e reafirma: "é inacreditável essa música".nbsp;\n \n \n \n \n