O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que a escassez hídrica no Pantanal será a destruição do bioma caso o governo, tanto federal quanto estadual [Mato Grosso e Mato Grosso do Sul], não interfiram e recuperem as nascentes dos rios Paraguai e Cuiabá. A fala foi feita durante um programa da GloboNews.

Em abril o SGB (Serviço Geológico do Brasil) anunciou que este ano poderia ser o mais seco da história do Pantanal. A bacia do Paraguai, que atravessa obioma, teve o menor acumulado de chuvas por ano hidrológico da série histórica. O dado foi divulgado nesta terça-feira (9) pelo boletim semanal de combate aos incêndios florestais no Pantanal, feito pelo Governo Federal.

Durante o programa, Fávaro criticou o governo do Mato Grosso por ter recorrido da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou a obrigação do estado de implementar ações de preservação na APA (Área de Proteção Ambiental) nas nascentes do Rio Paraguai. Na época, o governo do Estado recorreu, afirmando que era excesso de intervenção judicial sobre a autonomia da gestão.

“Ou nós atuamos na causa mesmo, de verdade, em um pacto, produtores, pecuaristas, governos estaduais com o governo federal e voltar a ter esse bioma recomposto da forma mais original possível ou nós vamos perder o Pantanal. Fico triste quando vejo o governo do meu estado [Mato Grosso], recorrer de uma ação judicial no Supremo”.

A medida pede que todos os produtores localizados nas nascentes dos rios façam o processo de recomposição. “Não há mais tempo a perder. Há verdadeiras voçorocas que estão assoreando os rios, matando as nascentes. Quem vai no Pantanal no período que tem incêndio tem vontade de chorar”.

Fávaro ressaltou que é preciso fazer estímulos aos pantaneiros que sabem como manejar o gado com o capim natural e que o caminho para a recuperação dos biomas brasileiros afetados pelo desmatamento é um programa nacional de conversão de pastagens em áreas agricultáveis.

Segundo o ministro, dos 160 milhões de hectares de pastagem nacionais, podem ser convertidos para agricultura ou para fruticultura. Ele explica que isso pode ser feito com a ajuda do Plano Safra e linha de crédito com juros de 7% ao ano.