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O Ministério Público ofereceu denúncia contra Luiz Eidi Watanabe, de 55 anos, conhecido como "Japonês", acusado por série de estupros ocorridos desde 2017, no município de Rio Negro, a 153 km de Campo Grande. Japonês foi preso no dia 13 de julho, graças a investigação da Polícia Civil, com ajuda de câmeras instaladas na casa do suspeito, que comprovaram o crime. Investigação apontou ainda que ele se aproveitava da situação de vulnerabilidade das vítimas, que tem entre 3 e 11 anos.
Conforme apurado pela reportagem do Campo Grande News com o delegado Gabriel Cardoso, até o momento Luiz Eidi foi indiciado pela prática de cinco crimes já comprovados. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por três deles, que estavam em situação de flagrante, aqueles que foram captados pelas câmeras instaladas na casa.
Não há informações se a denúncia já foi recebida pelo Poder Judiciário.
Os crimes- Mesmo ocorrendo há muitos anos, duas situações impediram que a Polícia Civil comprovasse o caso antes: a relação afetiva que havia entre o denunciado e as crianças, o que as impedia de dar detalhes ou contar as situações de abuso de forma conclusiva, e ainda, o fato do suspeito não praticar atos que deixassem marcas que pudessem ser verificadas em exames de corpo de delito.
Contudo, a polícia conseguiu as provas entre os dias 12 e 13 de julho, após câmeras que captam áudio e vídeo serem instaladas, com autorização judicial, na casa de Japonês. No período puderam ser coletadas provas irrefutáveis e robustas contra Luiz, que mantinha as crianças em silêncio porque as presenteava com doces, alimentos, brinquedos e até celular. A polícia identificou que uma das crianças tinha um celular cujo chip estava em nome do suspeito. Todas eram bem pobres e viviam em situação de vulnerabilidade.
Cardoso explicou que a demora em se conseguir a instalação das câmeras foi devido a necessidade de comprovar ao Judiciário, via petição, que a escuta era mesmo necessária. Ele citou inclusive, que se a medida tivesse sido solicitada no começo das investigações, certamente haveria sido negada. Era preciso convencer a Justiça que as investigações até então tinham sido inconclusivas e que seria necessário instalar os equipamentos para obter provas robustas.
O delegado comentou ainda que as imagens coletadas chamam atenção, sobretudo, diante da naturalidade das crianças enquanto eram abusadas, sendo que algumas continuavam brincando no celular enquanto eram violentadas.
Vítimas - Em um dos abusos, dois garotos de 11 anos se relacionavam enquanto “Japonês” assistia e coordenava a cena. Ao todo, as vítimas já identificadas são uma menina de 3 anos de idade; um menino de 6; uma menina de 9; e dois meninos de 11.
A polícia ainda investiga se os pais e responsáveis das crianças tinham conhecimento dos crimes e se porventura, se beneficiavam com isso, permitindo o aliciamento. Por outro lado, a polícia pede também ajuda para que outras vítimas e mesmo familiares denunciem para que outros casos que possam haver, venham à tona.