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Geral
27/11/2012 11:38:42
MPF denuncia 19 pessoas por morte de cacique em acampamento em MS
Segundo o MPF-MS, os réus respondem por homicídio qualificado e por outros crimes relacionados à tentativa de expulsão dos indígenas do acampamento Guaiviry, localizado em Aral Moreira, distante 402 km de Campo Grande, região sul do estado.

G1/HJ

Imagem de novembro de 2011 mostra viatura da Força Nacional no acampamento indígena Guaiviry, em Aral Moreira, região sul do estado (Foto: Tatiane Queiroz)
\n \n O\n Ministério Público Federal em\n Mato Grosso do Sul (MPF-MS) denunciou 19 pessoas pela morte\n do cacique guarani-kaiowá Nísio Gomes, de 55 anos. A denúncia foi feita em\n agosto e divulgada pelo órgão nesta segunda-feira (26). Até o mês de novembro,\n o processo correu em segredo de justiça.\n \n Segundo\n o MPF-MS, os réus respondem por homicídio qualificado e por outros crimes\n relacionados à tentativa de expulsão dos indígenas do acampamento Guaiviry,\n localizado em Aral\n Moreira, distante 402 km de Campo Grande, região sul do estado.\n \n Entre\n os réus estão fazendeiros, advogados e um secretário municipal, além de um\n proprietário e funcionários de uma empresa de segurança privada. Segundo o\n MPF-MS, sete deles continuam presos.\n \n Dos\n 19 acusados, três respondem por homicídio qualificado, lesão corporal,\n ocultação de cadáver, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de testemunha;\n quatro por homicídio qualificado, lesão corporal, ocultação de cadáver, porte\n ilegal de arma de fogo; e 12, por homicídio qualificado, lesão corporal,\n formação de quadrilha ou bando armado e porte ilegal de arma de fogo.\n \n A\n morte do cacique Nísio Gomes ocorreu durante um ataque ao acampamento Guaiviry,\n no dia 18 de novembro de 2011.nbsp; Além dele, o indígena Jhonaton Velasques\n Gomes foi ferido. Os acusados utilizaram ao menos seis armas de fogo calibre 12\n na ação.\n \n A\n denúncia do MPF, descreve que o crime repercutiu internacionalmente e colocou\n em foco o “ambiente onde imperam o preconceito, a discriminação, a violência e\n o constante desrespeito aos direitos fundamentais” dos cerca de 44 mil índios\n guarani-kaiowá e guarani-ñandeva que vivem em Mato Grosso do Sul.\n \n Corpo não encontrado
\n O corpo do cacique Nísio Gomes até hoje não foi localizado, mesmo com a\n realização de buscas pela região e até em território paraguaio. Mesmo sem\n encontrar os restos mortais, o MPF diz que há provas e indícios suficientes do\n homicídio qualificado.\n \n Além\n das declarações dos acusados e depoimentos de testemunhas, um laudo pericial\n apontou a existência de vestígios de sangue em fragmentos de madeira e na terra\n do interior da trilha do Tekoha Guaiviry. Um exame de DNA confirmou ser que o\n sangue era do “perfil genético de indivíduo do sexo masculino, geneticamente\n relacionado à mãe e aos filhos de Nísio Gomes”. \n \n \n \n \n